A dispersom como castigo penitenciário complementário sobre as prisioneiras independentistas nom é prática nova no Reino da Espanha. A presença de centenas de independentistas cubanos no presídio do Monte Hacho de Ceuta em finais do século XIX dam testemunho da ilegalidade e da violência com que Espanha sempre enfrentou as suas perdas coloniais. Ao cumprimento da condena imposta deve-se acrescentar umha outra que nengum tribunal resolveu: o desterro.
Mas esta medida de exceçom, que castiga tanto a presa quanto ao seu entorno social, também é a principal geradora de dinâmicas solidárias que transcendem a família política das patriotas presas. Nos últimos anos assistimos a um agromar de solidariedade com um nível de consenso pouco frequente entre todos os agentes políticos e sociais que conformam a comunidade nacional galega. A responsabilidade que tantas vezes temos demandado a estes agentes nacionais em muitos temas transcendentais para o futuro e sobrevivência do nosso povo abrolhou por volta da política penitenciária espanhola.
Por vezes costumamos catalogar os sucessos ou avanços em determinados frentes só da perspetiva dumha espécie de pessimismo crónico que nos aferrolha, ignorando o processo histórico e nom valorizando os novos cenários gerados.
Nos últimos anos assistimos a um agromar de solidariedade com um nível de consenso pouco frequente entre todos os agentes políticos e sociais que conformam a comunidade nacional galega.
Basta umha olhada à última década do passado século para percebermos o avanço significativo que em matéria de solidariedade e denúncia se deu.
A nível político a situaçom das patriotas presas debateu-se nos plenários de diferentes câmaras municipais depois de apresentarem-se moçons para o efeito e umha proposiçom nom de lei para debate no plenário, além dumha pergunta para resposta oral em Comissom, foi apresentada no parlamento de Galiza. Aliás, vulneraçons de direitos também chegárom a instâncias europeias.
A visibilizaçom e denúncia social com a já tradicional “Cadeia humana pola liberdade das presas independentistas” assentou no calendário anual de mobilizaçons do soberanismo galego. A decana cita da compostelá Praça da Galiza na vépera do Dia da Pátria junta cada ano dezenas de pessoas a reclamarem a liberdade das presas independentistas polas ruas e praças da capital galega.
No mundo da cultura as mostras de solidariedade ecoárom por todo o país. A música constitui só um exemplo, mas som muitas as bandas e solistas que exprimírom o seu apoio e denunciárom a situaçom das presas galegas. Atrás ficárom os anos em que a denúncia acima dum cenário alcançavam apenas bandas próximas a círculos militantes e se podia ouvir em datas concretas.
E é que nom só cumpre manter a chama, cumpre multiplicá-la.
Mais um ano por estas datas, o carvoeiro baixa das montanhas galegas para aquecer os nossos lares com a chama da bondade e generosidade que só corresponde às melhores filhas desta terra. Percorrerá vilas e cidades, e comprovará como há moradas neste recanto do atlântico onde essa chama nom alumia como antes costumava. O velho caminhará devagar entre o murmúrio. Que voltem para a casa.