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Na procura de ferramentas para o agir político

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ga­liza contrainfo

Após décadas de luita por parte das organizaçons independentistas, fica desse trabalho algumhas achegas importantes para a luita polos direitos nacionais da Galiza. Abre-se agora um panorama de experimentaçom e procura de ferramentas que poda artelhar a reconstruçom de um movimento popular que reivindique a independência nacional.

Toda a tra­je­tó­ria mi­li­tante das or­ga­ni­za­çons in­de­pen­den­tis­tas dei­xa­ram pe­gada, tanto no dis­curso como na praxe, no agir po­lí­tico. Antom Santos, de Causa Galiza, rei­vin­dica três pa­rá­me­tros: “a de­fi­ni­çom co­lo­nial da Galiza e a im­pos­si­bi­li­dade da re­forma ou de­mo­cra­ti­za­çom do es­tado es­pa­nhol quanto à ques­tom na­ci­o­nal, que abo­cam à ne­ces­si­dade es­tra­té­gica dumha ru­tura de­mo­crá­tica uni­la­te­ral; a ne­ga­tiva a fa­zer da po­lí­tica elei­to­ral e ins­ti­tu­ci­o­nal o eixo cen­tral da in­ter­ven­çom e, por úl­timo, a aposta na cons­ci­en­ti­za­çom de massa, a acu­mu­la­çom de for­ças, o con­flito e o em­po­de­ra­mento po­pu­lar para vi­a­bi­li­zar a rutura”.

Pola sua parte, Maurício Castro acha que um tes­te­mumho fun­da­men­tal do in­de­pen­den­tismo é o ru­tu­rismo e a ne­ga­tiva à in­te­gra­çom no sis­tema. “Mas isso que me pa­rece a sua me­lhor vir­tude”, acres­centa Castro, “tam­bém me pa­rece um pro­blema quando fica em pura pro­clama abs­trata. Muitas ve­zes nom há um pro­jeto de su­pe­ra­çom do sis­tema, en­tom aca­ba­mos fi­cando no mo­vi­men­tismo, no ati­vismo se­to­rial, mas falta umha vi­som de con­junto sem cair no puro vo­lun­ta­rismo ou no esquerdismo”.

Trabalho fu­turo
A in­de­pen­den­tista Maria Bagaria leva anos vi­vendo no ru­ral e acha que vi­ver com cons­ci­ên­cia neste es­paço per­mite ti­rar al­gumhas apren­di­za­gens. “Se que­re­mos man­ter viva a ga­le­gui­dade te­mos que apren­der das re­la­çons de vi­zi­nhança, da ges­tom das pro­pri­e­da­des em mao co­mum, dos rit­mos da na­tu­reza”, ex­pom. Assim, Bagaria acha que “as ex­pe­ri­ên­cias de vida mi­li­tante no ru­ral, onde o pro­pa­gan­dismo nom serve e te vês na obriga de adap­tar-te ao tipo de or­ga­ni­za­çom pre­es­ta­be­le­cida por ve­lhos vín­cu­los, se­rám mui im­por­tan­tes para cons­truir al­ter­na­ti­vas de futuro”.

Maria ba­ga­ria: “As ex­pe­ri­ên­cias de vida mi­li­tante no ru­ral se­rám im­por­tan­tes para cons­truir al­ter­na­ti­vas de futuro”

Nas aná­li­ses das pes­soas que ve­nhem da mi­li­tân­cia in­de­pen­den­tista vam apa­re­cendo no­vas ideias, como as que li­gam dous âm­bi­tos do tra­ba­lho po­lí­tico: o pes­soal e o co­le­tivo. Simón Uveira, mi­li­tante de Briga –or­ga­ni­za­çom ju­ve­nil que nas­ceu no seio de Nós-UP– in­dica que “te­mos duas ta­re­fas por di­ante como in­de­pen­den­tis­tas e re­vo­lu­ci­o­ná­rias. Umha é in­di­vi­dual, ser ca­pa­zes de me­lho­rar como pes­soas cada dia e tra­ba­lhar to­das as nos­sas con­du­tas e re­la­ci­o­na­mento com o resto de pes­soas. E ou­tra é co­le­tiva, ser­mos ca­pa­zes de or­ga­ni­zar-nos em co­le­tivo para fa­zer do in­de­pen­den­tismo um mo­vi­mento aglu­ti­na­dor e atra­tivo para o povo tra­ba­lha­dor galego”.

Élia Lago, mi­li­tante de Isca! e da Mocidade pola Independência, acha que “o ró­tulo de ‘mo­vi­mento in­de­pen­den­tista’ aco­lhe um con­junto he­te­ro­gé­neo de or­ga­ni­za­çons e co­le­ti­vos, e mesmo há dis­cre­pân­cias so­bre quem con­for­ma­mos esse es­paço. Para mim, um mo­vi­mento tal e como o co­nhe­ce­mos agora mas com mais pes­soas em açom nom su­pom umha me­lhora da si­tu­a­çom”. Assim, por um lado, Lago acha que “exis­tem ini­ci­a­ti­vas em mar­cha para que a me­lhora seja real” e por ou­tro pensa que “os agen­tes que con­for­mam o in­de­pen­den­tismo de­vem tam­bém as­pi­rar a ter pre­sença fora da mar­gi­na­li­dade, mesmo pas­sando tam­bém polo tra­ba­lho mais ins­ti­tu­ci­o­nal da mao dos es­pa­ços já cons­ti­tuí­dos se re­al­mente as­pi­ra­mos a ter peso político”.

Ciclos elei­to­rais
Brais González, que pro­vém do âm­bito da FPG, fai umha aná­lise do mo­mento atual em chave de fe­che de um ci­clo elei­to­ral. “Ao es­tar num mo­mento de ci­clo elei­to­ral nom há mo­vi­mento pos­sí­vel. Entom há umha es­pé­cie de de­serto. A res­pon­sa­bi­li­dade da mi­li­tân­cia que vi­nha do in­de­pen­den­tismo e de ou­tros se­to­res que nom acre­di­ta­vam na aposta elei­to­ral era que as for­ças so­ci­ais cons­ti­tuí­das re­sis­tis­sem a esse ci­clo. Umha vez se ve­jam os efei­tos do fim de ci­clo elei­to­ral, acho que a única re­ceita pos­sí­vel que há é o diá­logo nos mo­vi­men­tos so­ci­ais para ver qual é o pró­ximo passo”. González acha que “fai fa­lha que se con­verse muito para che­gar a cons­truir tal­vez nom um mo­vi­mento, mas sim um dis­curso in­de­pen­den­tista”. A sua pers­pe­tiva é a da uni­dade po­pu­lar, e acha que nom será o dis­curso in­de­pen­den­tista o que te­nha pro­ta­go­nismo nesse pro­cesso so­cial. “Na Galiza o de­bate de­ter­mi­nante nom é o de­bate na­ci­o­nal”, acres­centa, “e que esse de­bate seja de­ter­mi­nante é umha res­pon­sa­bi­li­dade so­cial, mas para con­se­gui-lo o in­de­pen­den­tismo pre­cisa de ali­an­ças e nom iso­lar-se e fi­car como umha fór­mula pura. Num con­texto de uni­dade po­pu­lar é onde o dis­curso in­de­pen­den­tista pode ganhar”.

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Pola sua banda, César Caramês ex­pom que “a nossa es­tra­té­gia nom pode ser sim­ples­mente re­sis­tir no ins­ti­tu­ci­o­nal ou no âm­bito so­cial. A cri­a­çom de es­pa­ços li­be­ra­dos tem que ser com­pa­tí­vel com um tra­ba­lho mais ime­di­ato no campo ins­ti­tu­ci­o­nal. Nom de­ve­mos ce­der es­paço, tem que ser pos­sí­vel com­bi­nar es­tra­té­gias con­jun­tas en­tre as que cons­trui­mos mais a modo e as que cons­troem no ime­di­ato”. Assim, Caramês alerta de que no mo­mento atual, após o pro­cesso de au­to­de­ter­mi­na­çom ca­ta­lám, o re­gime do 78 está a se es­ta­bi­li­zar, sendo o agente fun­da­men­tal disto o PSOE. “Estamos num mo­mento mui pe­ri­goso, por­que o pior ce­ná­rio pos­sí­vel, a ní­vel es­tra­té­gico, se­ria um go­verno do PSOE ul­tra-for­ta­le­cido na Junta –nom se pode me­nos­pre­zar que nas úl­tima elei­çons es­ta­tais este par­tido su­pe­rou o PP em vo­tos na Galiza– com o na­ci­o­na­lismo ape­nas como um apên­dice cul­tu­ra­lista”, as­si­nala Caramês.

Uniom na mo­ci­dade
Na mo­ci­dade a rei­vin­di­ca­çom in­de­pen­den­tista está a atin­gir pre­sença e con­for­mar uni­dade. Élia Lago ex­pom que o co­le­tivo Mocidade pola Independência “é a aposta das or­ga­ni­za­çons que vi­nham con­vo­cando a ma­ni­fes­ta­çom ju­ve­nil do 24 de ju­lho, é di­zer Isca!, Erguer e Briga, por afi­an­çar um tra­ba­lho de jo­vens in­de­pen­den­tis­tas para di­fun­dir a ne­ces­si­dade es­tra­té­gica da in­de­pen­dên­cia do nosso país e para dar res­pos­tas con­jun­tas a de­ter­mi­na­das agres­sons con­tra o nosso povo. No mo­mento em que os pro­je­tos po­lí­ti­cos pen­sam em or­ga­ni­zar ini­ci­a­ti­vas que me­lho­rem quan­ti­ta­tiva e qua­li­ta­ti­va­mente os es­pa­ços co­muns é umha pe­quena vi­tó­ria para o con­junto do movimento”.

Lago ex­pom que ini­ci­a­ti­vas uni­tá­rias te­nhem-se or­ga­ni­zado no eido es­tu­dan­til. Mas “se a per­gunta é se esta uni­dade nas fren­tes mais am­plas pode dar lu­gar a ou­tro tipo de uni­dade nos pro­je­tos mais de­fi­ni­dos ide­o­lo­gi­ca­mente, creio que, em­bora sendo um ob­je­tivo fu­turo, no mo­mento atual, de nom re­pen­sar­mos a par­ti­ci­pa­çom de cada agente a ní­vel ma­cro, nom o vejo possível”.

Beatriz bi­ei­tes: “Nom creo que se poda cons­truir umha base so­cial se nom há es­pa­ços a pé de rua”

Centros so­ci­ais
Os es­pa­ços cons­truí­dos polo in­de­pen­den­tismo que per­ma­ne­cem ati­vos som os cen­tros so­ci­ais. Beatriz Bieites, que forma parte do cen­tro so­cial O Pichel de Compostela, sa­li­enta que es­tes es­pa­ços som bá­si­cos. “Nom creo que se poda cons­truir umha base so­cial se nom há es­pa­ços a pé de rua que abram as por­tas para a gente po­der to­mar con­tato com o ideá­rio na­ci­o­na­lista, in­de­pen­den­tista ou rein­te­gra­ci­o­nista”. Indo cara ao caso con­creto do Pichel, Bieites acha que “nes­tes tem­pos de seca de co­le­tivo e mesmo ide­o­ló­gica, está a fun­ci­o­nar um pouco como re­tém, como um es­paço de de­sa­fogo e res­piro, onde as pes­soas con­ti­nuam a coin­ci­dir. É um es­paço onde a gente se en­con­tra; sem isso qual­quer re­cons­tru­çom or­ga­ni­za­tiva é pra­ti­ca­mente im­pos­sí­vel”. Bieites en­con­tra-se atu­al­mente es­pe­ci­al­mente im­pli­cada com as es­co­las de en­sino ga­lego Semente, as quais con­si­dera “umha peça in­dis­pen­sá­vel em que pode ser a re­vi­ta­li­za­çom lin­guís­tica. Ter um en­sino na­ci­o­nal é ine­go­ciá­vel para po­der re­vi­ta­li­zar umha lín­gua e o país”.

Para Simom Uveira, os cen­tros so­ci­ais som es­pa­ços que bem ge­ri­dos po­dem che­gar a ter muito po­ten­cial po­lí­tico, já que po­nhem pes­soas e ideias em co­mum para re­a­li­zar ou­tro tipo de ini­ci­a­ti­vas e pro­je­tos. E a vez te­nhem umha fun­ci­o­na­li­dade so­cial, de re­cu­pe­ra­çom do co­mum. E com cer­teza som ou­tra fer­ra­menta mais para ache­gar pes­soas ao independentismo”.

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