O Centro Social da Xebra, em Burela, acaba de cumprir uma década trazendo cultura, festa, luta, ócio e ganas de fazer coisas neste concelho da Marinha. Esta é uma entrevista coral fruto das respostas dadas em conjunto por várias das pessoas que formam parte deste centro, que esperemos que siga em ativo muitas décadas mais.
O que é o Xebra? Como nasce e quem está detrás?
É um centro social detrás do qual está um grupo muito amplo de gente da Marinha. A ideia inicial era fazer atividades de todo tipo. Queríamos um Artábria, um Pichel… em Burela. Nasce mais bem da vontade de estender um projeto doutros lugares à Marinha.
Em 2013 fizemos uma associação com o objetivo de montar um centro social, com a sorte de que na fundação já topamos o local. Foi muito orgânico. Em Burela sempre houve muita tradição ativista e movimento associativo: havia festivais, associações como Buril e outros coletivos. Também baile, tradicional, xadrez…
Quais são os objetivos de um centro social como este? Que atividades fazeis?
Nós queríamos socializar umas ideias, não ser um centro social asséptico. Independentismo, ecologismo, feminismos, socialismo… Mesmo que às atividades assista gente dum abano ideológico amplo, temos uma base com uma sensibilidade progressista, de esquerdas e galeguista. As palestras, as projeções, os concertos, as comidas e festas populares… são abertas para todo o mundo.
Qual é a importância dos centros sociais nas nossas vilas e cidades?
É um lugar de encontro para a gente de aqui e a que vem de fora. Encontrarmo-nos pessoas com sensibilidades semelhantes às nossas. É também importante para defender e conservar a nossa cultura desde um papel ativo, não “esperar a que o Concelho organize”… Sempre de um ponto de vista de não lucrar-se. Todo o que ganhamos é para reinvestir no Xebra.
Fizestes 10 anos o passado maio, como o celebrastes?
Organizamos, coincidindo com as festas patronais da vila, uma festa pelo aniversário. Na sexta-feira e no sábado houve concertos e pinchadas, que contaram com um público muito nutrido. Foi um evento muito publicitado e uma oportunidade para difundir o projeto e abrir as portas a pessoas que se calhar nunca antes entraram.
Como centro social, notastes mudanças sociais e políticas na última década?
É difícil de dizer. Às vezes semelha que tudo segue igual, dentro duns parâmetros. Não poderíamos fazer uma análise até dentro de mais tempo… Se calhar há certo estancamento a nível político, eis a importância de dar uma plataforma e um impulso a quem racha com essa inércia! Não somos pessimistas, ao contrário.