
No Diário Oficial do Pais Vasco a 27 de outubro de 1936 é decretada a militarizaçom das Milícias de Voluntários. Asinha, os diferentes partidos e sindicatos que combatem contra o golpistas começam a organizar umha série de batalhons com que fazer frente aos fascistas. A CNT forma sete batalhons de infantaria e, entre eles, o CNT N.º 6 Celta. Mais adiante, em abril de 1937 integra-se como batalhom N.º 30 na 12.ª Brigada da 4.ª Divisom. A formaçom do batalhom Celta é serôdia, em meados do mês de novembro, e tem o seu quartel na escola dos Salesianos de Barakaldo. O seu comandante é Luis Vázquez Rodriguez, nascido na Póvoa de Trives.
Em março, o general Mola quer acabar dumha vez por todas com a frente biscainha e inicia umha ofensiva que promete chegar a Bilbau em duas semanas, mas que se prolongará dous meses e médio
O Celta tenta aglutinar os galegos residentes em Biscaia e Guipúscoa, onde destaca o importante contingente de marinheiros que moram e trabalham em Trintxerpe, lugar que se deu a conhecer como a quinta província galega. É também um chamamento aos paisanos que, ou estám distribuídos entres os diferentes batalhons do Exército do País Vasco (Euzkadiko Gudarostea), ou ainda nom fôrom quem de se mobilizar como voluntários de primeira hora. Evadidos e desertores do exército sublevado de filiaçom esquerdista, grupos que fogem da repressom por mar desde a Galiza.
Em primeiros de dezembro, o Celta desdobra-se no monte Kalamua mui perto de Markina (Biscaia) e da raia com Guipúscoa. A madrugada do dia 3 capturam o capitám Juan Barquero Barquero quando tenta cruzar para as linhas inimigas. Este capitám estava implicado na falida trama golpista articulada polos militares no quartel de Garellano de Bilbau, e que desde entom permanecia em paradeiro desconhecido.
Precisamente, nesse mesmo dia aparece no jornal Euzkadi Roja o pedido dumha bandeira que lleve como emblema algo que simbolice la región gallega. A petiçom, em nome do batalhom, corre a cargo do capitám Manuel Lampón Ríos (da Póvoa do Caraminhal) e do tenente José Paz Dávila (Possivelmente também da Póvoa do Caraminhal).

Em combate
No dia 26 desse mesmo mês, o batalhom entra em combate. Os fascistas atacam no setor para se fazer com as posiçons mais avançadas do Kalamua, apenas separadas 200 metros as umhas das outras, e que defendem os galegos do Celta. O embate inimigo é de tal magnitude que causa, num primeiro momento, o abandono dos parapeitos defendidos. Mais depois de bater com um dos batalhons de ANV, os gudaris do mesmo reprovam a atitude dos galegos provocando que o batalhom Celta organize um contra-ataque e volte a tomar a posiçom, na qual suportará os diversos contra-ataques lançados polos fascistas. Nesta jornada falecem, entre outros, o tenente Manuel Aguete Lino de Loira (Marim) ou o miliciano Andrés Pérez Millán (Póvoa do Caraminhal).
Desde janeiro de 1937, a frente vasca vai caracterizar-se pola tranquilidade depois da frustrada ofensiva sobre Legutio (Alava) por parte republicana. Nom se registam combates de entidade agás os habituais paqueos e duelos artilheiros, ou as pequenas escaramuças que em nada modificam o estado geral da frente de guerra. Esta tónica vai mudar drasticamente a partir do dia 31 de março de 1937. O general Mola quer acabar dumha vez por todas coa frente biscainha e inicia umha ofensiva que promete chegar a Bilbau em duas semanas, mas que se prolongará dous meses e médio. Conta para a ocasiom com as Brigadas de Navarra, forças mui combativas e experimentadas. E também com a inestimável colaboraçom da Legiom Condor alemá e da Aviazione Legionaria italiana.
No início da ofensiva, o Celta passa a defender o porto de Krutzeta, sito junto à estrada que comunica Legutio com Aramaio na raia entre as províncias de Alava e Biscaia. Quando os galegos som relevados da primeira linha polo batalhom Eusko Indarra (ANV Nº2), os gudaris nacionalistas devem defender-se dum ataque inimigo en un campo donde yacían muertos del batallón Celta, que podían ser de algún contraataque de la noche o de la víspera, segundo recolhe no seu diário o comandante Pablo Beldarrain.
A progressom do exército franquista é lenta. Em boa medida devido à orografia característica do país e ao espírito combativo de milicianos e gudaris. A cada pouco, a linha da frente é modificada e, sem quase descanso, os batalhons devem ir às diferentes frentes abertas.
A queda de Bilbau
Depois de ter repousado, o batalhom vai desta vez ao setor de Elorrio (Biscaia) em finais de abril. Até junho, quando ocupem posiçons por detrás do conhecido como Cinto de Ferro de Bilbau, a modo de derradeiro reduto, de derradeira linha defensiva que circunvala a capital biscainha; os galegos vam ocupar diferentes trincheiras numha inexorável retirada que vai afetar fundamente a moral dos combatentes.
A 12 de junho, o exército de Franco ataca e quebra o Cinto de Ferro nas imediaçons da vila de Larrabetzu. Nessa jornada, o Celta participa nos choques contra o inimigo, tentando contê-lo e mesmo expulsá-lo sem êxito
A 12 de junho, o exército de Franco ataca e quebra o Cinto de Ferro nas imediaçons da vila de Larrabetzu. Nessa jornada, o Celta participa nos choques contra o inimigo, tentando contê-lo e mesmo expulsá-lo sem êxito. Umha semana mais tarde, a 19 de junho, Bilbau é evacuada e a cidade cai nas maos dos sublevados. O exército do País Vasco é empurrado para a província de Cantábria. Porém, os galegos ainda tenhem tempo de intervir na derradeira batalha no chao biscainho. A batalha do Kolitza que tivo lugar nos dias 27 e 28 de julho foi um verdadeiro desastre. Às más condiçons climatológicas há que acrescentar a descoordenaçom entre as diferentes unidades republicanas e a erros da oficialidade no momento de tomar decisons na conceçom e desenvolvimento da ofensiva. Os milicianos do Celta deixam um bom número de camaradas sobre o terreno.
O batalhom Celta já nom volta entrar em açom. Está desfeito logo de três meses a combater. Por isso, passa à reserva estabelecendo o seu quartel em Colindres (Cantábria). A 23 de agosto de 1937, o batalhom desloca-se para a vila marinheira de Santonha, onde tenhem notícias de que o exército do País Vasco está a se concentrar. Ao dia seguinte, perto de 15.000 combatentes e 3.000 oficiais entregam-se aos soldados do ‘Corpo Truppe Volontarie’, no que se deu em conhecer como o Pacto de Santoña. Para muitos dos seus milicianos, aos quais Castelao alcumou de ‘Leões do Norte’, aguarda a morte em frente de um piquete de execuçom ou umha longa noite de pedra.