O movimento cidadao A Quinta foi criado a 25 de julho de 2020 com o objetivo de sensibilizar a sociedade berciana e a classe política e instituiçons bercianas para a necessidade de constituiçom dos 38 municípios que atualmente fazem parte da administraçom do Berzo (Conselho Comarcal do Berzo). As amostras contínuas de aproximaçom dos vizinhos do Berzo à comunidade da Galiza (3 inquéritos em 2020 mostram que a primeira opçom para oferecer encaixe territorial ao Berzo é a Galiza com cerca de 40% de apoio) e o sentimento provincialista da maioria da populaçom berciana que nom cessa nas suas reivindicaçons, fai com que o movimento cidadao A Quinta decida trabalhar socialmente, procurando o consenso político necessário, e de acordo com o artigo 141º da Constituiçom Espanhola, para proceder à criaçom da província de Berzo e à sua integraçom na comunidade autónoma da Galiza.
O atual Estatuto da Comunidade de Castela e Leom na sua ¨Disposiçom adicional terceira. Segregaçom de enclaves¨, regula o procedimento para que concelhos ou grupos destes de Castela e Leom possam passar a fazer parte de outra comunidade; mas ao ser o objetivo da Quinta constituir o Berzo na província corresponderá ao Congresso dos Deputados mediante Lei Orgánica levar este acordo.
Infelizmente. O atual Estatuto de Autonomia da Galiza, aprovado em 1981, nom inclui qualquer referência à possibilidade de incorporaçom de territórios limítrofes, embora tenha aparecido no projeto de Estatuto de 1978, tendo entom sido necessário proceder a umha reforma do Estatuto para recolher o espírito do Estatuto de 1978. . Para tal, A Quinta tentará apoiar os cidadaos, tecido social e grupos parlamentares da Galiza para chegar ao consenso necessário para que o Parlamento galego reformule o seu Estatuto e a sua capacidade legislativa às legítimas aspiraçons dos cidadaos do Berzo.
As amostras de aproximaçom da vizinhança do Berzo à comunidade da Galiza e o sentimento provincialista da maioria da populaçom berciana fai com que o movimento cidadao ‘A Quinta’ decida trabalhar socialmente
A atual divisom provincial do estado data de 1833. Embora a divisom provincial deste ano de 1833 com pequenas modificaçons subsequentes seja a contida na Constituiçom espanhola, nom devemos esquecer que O Berzo existiu como umha regiom pertencente à Galiza ou Leom no passado, foi mesmo declarada província na proposta administrativa de 1822 sendo segregada esta de Ourense e de Leom.
A consolidaçom da atual divisom provincial da Espanha tem as suas origens nos mais de 40 anos de ditadura sofrida. Antes da ditadura, as mudanças de distribuiçom e configuraçons provinciais eram constantes e O Berzo foi um dos territórios que sofreu constantes mudanças. A constituiçom espanhola de 1978, que nasceu sob a ameaça permanente de um novo confronto civil, acabou por encerrar falsamente importantes debates proibidos por décadas. Ainda assim, foi possível estabelecer mecanismos de reforma e modificaçom da Constituiçom que permitissem, no futuro, fixar as legítimas aspiraçons das pessoas e dos povos ao novo texto constitucional.
A idiossincrasia, as evidências históricas, linguísticos e culturais em geral do Berzo sempre existírom com um carácter diferencial próprio e fazem parte das do conjunto do povo galego. Esta realidade perdida no tempo foi, entre outros motivos importantes, motivo suficiente para que toda a sociedade berciana nom se sentisse integrada nem aceitada nem na província de Leom, nem na comunidade autónoma de Castela e Leom, nem numha hipotética regiom leonesa.
Entre estas outras razons importantes, umha mui importante é que toda a populaçom berciana é maioritariamente provincialista e que tanto as instituiçons de Castela e Leom como o movimento leonês se oponhem abertamente à criaçom desta província, bem como a populaçom das 9 províncias que formam a comunidade autónoma de Castela e Leom, visto que nos inquéritos de 2020 se verifica que, quer na autonomia de Castela e Leom quer numha hipotética regiom leonesa, a populaçom de cada umha das 9 províncias rejeita amplamente a criaçom da província do Berzo. Já na outra face da moeda, temos alguns resultados que indicam que em cada umha das 4 províncias que atualmente constituem a comunidade autónoma galega mais de 50% da populaçom estaria de acordo com a entrada na forma de província do Berzo na Galiza.
Outro motivo importante é a economia, e nom devemos esquecer que além das vantagens administrativas e económicas de ser umha província (elegendo os nossos próprios deputados a cortes, ao parlamento autonómico e senadores, gabinetes próprios, sede de governo, orçamento provincial, emprego fixo, fixaçom populacional, etc.) devemos acrescentar que estar na Galiza significaria vantagens para O Berzo nos diversos campos da economia, já que na agricultura e na pecuária, O Berzo nom perderia nengumha das suas marcas de qualidade (por serem comarcais, como tantas outras na Galiza) ao mesmo tempo que poderia aproveitar outras marcas de qualidade de culturas ou criaçom que já se fam no Berzo como a batata, a aguardente ou a ruiva galega. No domínio da indústria, embora muitas empresas e fábricas tenham encerrado na Galiza, tantas outras conseguírom resolver a situaçom, adaptar-se aos novos tempos e permanecer abertas, enquanto a reconversom do carvom no Berzo é um fracasso evidente com umha ou duas exceçons.
A idiossincrasia, as evidências históricas, linguísticas e culturais em geral do Berzo sempre existírom com um carácter diferencial próprio e fazem parte das do conjunto do povo galego
Quanto ao rural, sendo O Berzo um território fundamentalmente rural, nom podemos comparar o tratamento dado pola Junta da Galiza ao seu rural, com o tratamento dado pola Junta de Castela e Leom ao seu, som constantes as ameaças e as tentativas de municípios bercianos fronteiriços com a Galiza no sentido de avançar com a segregaçom da província de Leom e juntarem-se à Galiza.
Umha razom mui importante é também que O Berzo, sendo um território semelhante ao da Galiza, teria, do ponto de vista legislativo, resolvido problemas que nom estám a ser abordados em Castela e Leom polas diferenças com qualquer outro território da comunidade autónoma e da província. Em suma, os problemas do Berzo som os da Galiza, e nom os de Leom ou Castela e Leom, polo que é claro que as soluçons serám mais fáceis de alcançar se o fizermos em conjunto com umha comunidade que tem os mesmos problemas que nós e nom numha em que os nossos problemas permaneçam estranhos ou sejam ignorados por nom serem os das outras 9 províncias.
Na nossa opiniom, o futuro do Berzo, e a abordagem da sua problemática, tem de passar pola criaçom da província do Berzo e a sua integraçom na Galiza.