O protocolo desenhado para dar começo as aulas e as posteriores retificaçons no contexto da atual crise sociosanitária tem em pé de guerra o professorado e as Ampas de todo o país. Segundo os principais sindicatos do ensino serviu também para demonstrar a situaçom prévia à crise: a existência de salas de aulas sobressaturadas nas cidades e o escasso investimento em contrataçom de professorado, assim como em digitalizaçom do alunado do rural.
“O protocolo que apresentou a Junta em julho e com o que entrárom às salas de aulas infantil e primário nom há por onde colhê-lo, de qualquer perspetiva, nem da sanitária nem da educativa”. Assim qualificava o documento desenhado pela Conselharia de Educaçom, Suso Bermelho, secretário geral da CIG-Ensino. Este documento reduzia no início a um metro a distância de segurança entre o alunado (o Ministério de Educaçom recomendava 1,5 metros) em todas as etapas educativas e praticamente nom incluía no primeiro rascunho novas incorporaçons de professorado: as primeiras 240 incorporaçons anunciadas eram em realidade interinidades que houvo de diferença entre a adjudicaçom provisória de destinos entre julho e a definitiva de agosto, e “para que nom saia à luz a existência de 144 salas de aulas detetadas em todo o país com mais de 25 alunos” afirma Bermelho.
A falta de previssom e o escasso investimento em contrataçom de professorado para fazer frente ao início de curso provocou a reaçom em cadeia dos sindicatos do ensino CIG, CCOO, CSIF e STEAG e famílias agrupadas nas Ampas, mas também serviu para diagnosticar, coincidem as organizaçons sindicais, “o estado de abandono do ensino público por parte da Junta”.
Com a pressom do professorado e as famílias a Junta via-se obrigada a demorar o início de curso
Diversas mobilizaçons em Sam Caetano e a negativa das direçons de licéus de secundário a abrirem os centros se a Junta nom revisava o decreto desencadeárom a primeira crise de governo no executivo galego e obrigárom Feijóo a mover primeira ficha no relevo do cargo na Conselharia de Educaçom, Carmen Pomar, era substituída em começos de setembro por Román Rodriguez (pessoa escolhida por Feijóo para a posta em andamento do seu projeto estrela, o Jacobeu 2021). Ao mesmo tempo que o conselheiro de saúde, Jesús Vazquez Almuinha, também deixava o cargo para ser ocupado por Julio Garcia Comesanha.
O novo conselheiro de educaçom tratava de reduzir o impacto da greve com uns serviços mínimos denunciados pelos sindicatos e que o TSXG dava por bons.
Com a pressom do professorado e as famílias a Junta via-se obrigada a demorar o início de curso umha semana e propor novas medidas enquanto que os centros de infantil e primária começavam as aulas com o metro de distância que a Junta marcava em julho. O anúncio da contrataçom de 847 novos docentes vinha acompanhado de mais medidas como os desdobros de aulas, a instalaçom de anteparos para garantir a distância de segurança fixada e a tele-docência rotatória — que nom afetaria à ESO-.
Por enquanto continua o desacordo e sem começarem as aulas no secundário, os contágios multiplicam-se na primeira semana de curso que já obrigou à Conselharia a fechar dous centros e 27 salas de aulas de todo o país
A semi-presencialidade que propom a Junta afunda na fenda digital que existe entre as famílias sem computadores ou a má conexom existente no rural, já que mais de 20.000 moradas galegas com estudantes nom disponhem de computadores e um total de 2.963 nom tenhem conexom a internet. Ademais, segundo denunciam as equipas diretivas de diversos centros educativos a possibilidade da semi-presencialidade trae dúvidas sobre como se vai fazer o aproveitamento curricular do alunado e aumentaria a carga letiva do professorado como já aconteceu durante o confinamento. Para os sindicatos essa opçom seria o último recurso e estaria reservada aos centros em que nom há possibilidade de desdobros.
Mais mobilizaçons
Os sindicatos anunciárom que continuarám as mobilizaçons para denunciarem o que qualificam como imobilismo da Junta no caso de infantil, primário e educaçom especial que seguem com máximos de 25 alunos por sala de aulas e com o metro de distância, mas também por desouvir as demandas de professorado de centros de FP e de alguns IES na reclamaçom de mais postos de professorado.
Por enquanto continua o desacordo e sem começarem as aulas no secundário, os contágios multiplicam-se na primeira semana de curso que já obrigou à Conselharia a fechar dous centros e 27 salas de aulas de todo o país. Os novos contágios revelárom segundo os sindicatos a falta dum critério único para todos os centros ou a consideraçom de contatos estreitos.
Cronologia do conflito
22 de junho: O governo espanhol chega a um acordo com 15 comunidades autónomas, entre elas a galega ( representada pola Conselharia de Saúde e Educaçom) para aplicar o protocolo no início de curso no contexto covid19 nos centros de ensino nom universitário. O protocolo recolhe a distância de 1,5 metros em todos os centros educativos e baixar os máximos de número de alunado em todas as etapas educativas a 15 por sala de aula, podendo chegar a um máximo de 20.
16 de julho: 48 horas após a vitória eleitoral do PP sae à luz um novo protocolo assinado pola Conselharia de Educaçom para o início das aulas na Galiza que reduz a 1 metro a distância entre cabeças como medida de proteçom frente ao contagio e a criaçom de aulas borbulhas (espaços alternativos em caso de saturaçom de aulas).
22 e 28 de julho: Os sindicatos concentram-se em Sam Caetano para protestar contra as novas medidas apresentadas pola Conselharia de Educaçom.
27 de agosto: Nova reuniom do Conselho Interterritorial para dar início às aulas com as medidas propostas polo governo espanhol, que contemplam a distância de 1,5 metro, o uso de máscara, aulas presenciais e aumento de orçamento para novas contrataçons e reduçom de número de alunado.
A Conselharia de Educaçom aprova o documento de 16 de julho, mantendo o metro de distância e a criaçom de aulas borbulha para os centros de cidades que cheguem a um número de alunado superior a 25 por sala de aulas.
28 de agosto: CIG, CCOO, STEG e CSIF registam convocatória de greve para os dias 10 e 16 de setembro, dias de início das aulas em infantil e primário e mais no secundário respetivamente.
31 de agosto: O secretário geral técnico da Conselheria de Educaçom, Jesus Oitaven, tenta parar a greve com a revisom do protocolo de 16 de julho com novas medidas como os dedobros nas aulas de secundário, bacharelato e FP em que nom seja possível manter o 1,5 metros de distância. Inclui o uso da mascara a partir dos 3 anos mas mantém a distância de um metro em infantil e primário.
2 de setembro: Um estudo elaborado pola CIG revela que só um 24% dos centros contam com espaço suficiente nas aulas, a maioria som centros do âmbito rural e o 76 % restantes vem-se na obriga de fazer desdobres para cumprir o protocolo.
6 de setembro: Feijóo releva no cargo a conselheira de educaçom por Román Rodriguez. O novo conselheiro tenta parar a greve com umha proposta de serviços mínimos que segundo denunciárom todos os sindicatos ao TSXG violava o direito a mesma.
11 de setembro: A Junta anuncia o adiamento para o dia 23 de setembro do curso escolar por problemas organizativos.
14 de setembro: Desde o inicio de curso e no feche desta ediçom fechárom-se 27 salas de aulas e dous centros educativos com 96 positivos entre alunado e docentes.
16 de setembro: Román Rodriguez anuncia a contrataçom de 847 novos docentes, desdobros de aulas e anteparos de metacrilato para maior segurança nas aulas.
Percentagens e cifras no Estado
A preparaçom do novo curso escolar colhia o governo de Feijóo imerso na campanha eleitoral, enquanto outras Comunidades Autónomas em finais de junho já ultimavam a contrataçom de professorado novo para fazer frente ao contexto educativo marcado pola covid19, que obrigava a reduzir o elevado número de alunado por sala de aula que existe no Estado espanhol.
A Conselharia de Educaçom com Román Rodriguez à frente anunciava com o curso já iniciado nas primeiras etapas educativas a contrataçom de 847 docentes, mas dando marcha atrás aos 240 anunciados em julho pola sua antecessora no cargo. Outras Comunidades como Navarra, em finais de junho, já contavam com incorporar 666 vagas de professorado para chegar a 109,5 professores por cada 1000 alunos. Aumentando em 10 os professores por cada 1000 alunos a respeito do curso anterior. Galiza começa o curso 2020–2021 com umha percentagem de 87 docentes por cada 1000 alunos. O aumento de professorado por cada 1000 alunos no atual curso é de 3 professores com o novo anúncio.
Galiza e a Comunidade Autónoma Basca, com um alunado similar (357.700 e 370.000 respetivamente) e com um número de contrataçons anunciadas também similares, apresentam números bem diferentes: A Comunidade Autónoma Basca tem 105,4 docentes para cada 1000 alunos enquanto que a galega apenas 87 docentes.
Galiza começa o curso 2020–2021 com umha percentagem de 87 docentes por cada 1000 alunos.
Com a demora do início escolar dumha semana no ensino secundário, o novo conselheiro anunciou a aquisiçom de anteparos de metracrilato para as salas de aulas, consciente de que nom é possível em vários centros garantir a distância de segurança com os números de que se parte. Román Rodriguez anunciava também em meados de setembro a posta em marcha dum plano de contingência do vírus orientado à docência virtual e semipresencial.
Escolas de artes e idiomas à margem do plano
Enquanto a Conselharia continua a trabalhar no início de curso em bacharelato e no secundário, as Escolas de Artes, de Idiomas ou Conservatórios ficam à margem do cumprimento da distância do metro e meio e nom som tratadas as suas especificidades nas diferentes instruçons do último protocolo.
Comedores escolares ou atençom à diversidade tampouco tenhem claro o seu funcionamento, que nom foi recolhido ainda no novo protocolo e já estam a causar problemas de gestom no centro segundo queixas recolhidas por CIG-Ensino.
Equipas covid
As denominadas equipas covid dos centros de ensino, criadas para trabalhar nas medidas de segurança e gerir o protocolo de atuaçom em caso de contágio asseguram trabalhar sem formaçom específica da conselharia. Denunciam que há muita confusom no protocolo na hora de gerir os casos positivos no centro, os contágios e as quarentenas. Asseguram também ter medo pola assunçom de responsabilidades fora do estritamente educativo para os membros da equipa e denunciam que a conselharia nom contemplou um incremento do pessoal de limpeza para levar a cabo a correta desinfeçom das salas de aulas.
Assim mesmo as pessoas que pedírom ser consideradas de risco por questons de saúde ou gravidez continuam sem resposta administrativa.