Fazer um mapa da rede ferroviária é cartografar umha série de fraquezas e desleixos. As vias que percorrem o país reproduzem e promovem desigualdades territoriais, ficando num desenho muito afastado do que poderia ser um projeto vertebrador para a Galiza. Cara ao oeste a faixa atlântica mantém a mobilidade entre o eixo A Corunha-Vigo, e cara ao interior muitas estaçons fôrom perdendo serviços ou ficárom com infraestruturas obsoletas. Nom existe nengum tipo de transporte de cercanias e os trens de meia distância que poderiam prestar um serviço similar som a cada vez menos e com horários que nom correspondem com as necessidades da populaçom. É umha de círculo vicioso, os serviços som a cada vez mais escassos e as usuárias deixam de utilizá-los, logo as operadoras de comboios ainda tiram mais serviços com a escusa de nom terem viajantes.
O desenho dos caminhos de ferro reflete um desenvolvimento das comunicaçons ao ritmo dos interesses do capital e do centralismo madrileno. Nom semelha haver umha maior planificaçom do que promover umha alta velocidade para a conexom com a capital do Estado e manter as conexons no eixo atlântico enquanto se deixava morrer todo o comboio do interior do país. Deste modo, um desenho ferroviário que realmente ligue as comarcas do país, que se ajuste às necessidades das suas usuárias e permita um desenvolvimento económico local e nacional nom vai encontrar-se nunca nos planos da Renfe e da Adif, que se encontram com o olhar posto na próxima liberalizaçom do trem.
O comboio, por ser mais ecológico que o transporte por estrada ou aviom, terá que contar com um especial protagonismo na mobilidade do futuro. Num contexto em que as frequências de serviços fôrom reduzidas devido à Covid19, defender que nom se perda nengum serviço e que seja na Galiza onde se desenhe e planifique a nossa rede ferroviária será fundamental para que o século XXI nom deixe um país desestruturado e sem conexons.