Com sua chegada ao governo do Reino de Espanha, o PSOE pretende apresentar-se como um partido que garantirá umha alternativa progressista ao modelo neoliberal. Porém, a falta de interesse por parte do socialismo espanhol em derrogar políticas como a reforma laboral ou a Lei da Mordaça pode restar credibilidade a esta pretensom, ademais de certificar que o estado de bem-estar está pronto para se converter em algo do passado. Com todo, Pedro Sánchez pretende fazer-se ver como umha salvaguarda dos direitos e das liberdades, recuperando a sanidade universal ou avançando umha proposta de lei para a despenalizaçom da eutanásia.
O poder executivo do Reino interessa-se por garantir o direito a que as pessoas com doenças crónicas ou terminais decidam o momento em que querem pôr fim às suas vidas. Mas para isso optou apenas por fazer umha adaptaçom das normativas do Benelux sem fomentar na sociedade um debate real, o que poderia ter sido umha boa oportunidade para medir até que ponto as argumentaçons teológicas estám presentes no ideário espanhol, quando se calcula que há um consenso em favor da eutanásia. Para medir a capacidade de incidência social que umha instituiçom como a Igreja é ainda quem de manter na sociedade.
Mas os direitos nunca som outorgados, ganham-se. Saia a proposta que sair das Cortes, a questom da eutanásia e de umha morte digna vai além das legislaçons. É também umha questom que necessita dumha reflexom ética que consiga superar os paternalismos cara a aquelas pessoas que desejem pôr fim à sua vida. E, neste caminho, individualidades e coletivos sociais tenhem abalado as consciências para fazer compreender que nom só a vida, mas também a morte, precisa de ser digna.