Noa González é a coordenadora de Mocidade Pola Independência na comarca do Eume. Falamos com ela sobre esta plataforma que nasceu há algo mais de um ano para “renovar o panorama independentista” e dar espaço à gente nova que quer luitar por umha república independente galega.
Para aquelas pessoas que nom vos conhecem, quem sodes?
Mocidade Pola Independência (MPI) —criada a partir da extinta Coordenadora Juvenil Galega— nasceu como plataforma em 18 de maio do ano 2019, no CSOA compostelano Escárnio e Maldizer. No momento da sua criaçom demos a forma de rede de assembleias abertas de caráter comarcal, e de inscriçom individual. Isto quer dizer que estamos em todas as comarcas: Eume, Ourense, Vigo, Compostela… O movimento independentista é certo que arrasta algumhas eivas desde há bastante tempo, que som as que de algum jeito motivárom a nossa irrupçom no panorama independentista galego. Estas som a fragmentaçom, o choque de propostas de máximos e os ambientes demasiado tensionados. A nossa aposta nisto é criar espaços confortáveis, chegando a consensos entre todas as partes; ademais de renovar o panorama independentista pola açom e a seriedade no trabalho.
Ademais da questom nacional, quais som os princípios ideológicos da vossa associaçom?
Os nossos princípios ideológicos, além da aposta na articulaçom de umha República da Galiza Independente —como bem comentas na pergunta— som o anticapitalismo, o feminismo, a defensa dos direitos LGBTI+, o anti-imperialismo e o antifascismo. Assim como a defensa da terra e da cultura galega. Basicamente, baixo estas premissas organizamos a nossa intervençom pública. Estes princípios estám recolhidos nos textos do nosso último encontro nacional que tivo lugar em setembro deste ano, e som nos quais baseamos as nossas intervençons.
“Segundo indica o CIS, perto de um dez por cento das galegas estaria de acordo com a possibilidade do nosso país buscar encaixe fora do estado espanhol”
Enquanto falamos está-se a celebrar o juízo pola chamada Operaçom Jaro. Achades que há umha maior violência da justiça cara ao independentismo? Vamos para melhor, para pior ou todo está como sempre?
Desde um primeiro momento em que se deu a conhecer a Operaçom Jaro, a nossa resposta foi clara e concisa: o Estado espanhol vai perseguir a independência por todos os meios, tanto legais como mesmo fora da lei. E o esperpento jurídico que dérom em chamar Operaçom Jaro é umha boa prova disto. Nom é nada novo. O independentismo galego da pós-guerra padeceu desde o primeiro momento intimidaçoms por parte do poder, acosso policial e mesmo castigos judiciais contundentes. Pensamos que esta operaçom é um obstáculo mais na questom repressiva porque, se bem já som muitos os processos que houvo, estamos perante a que podería ser a primeira ilegalizaçom de organizaçoms independentistas galegas desde o ano 1975. Nesta situaçom, às portas de umha nova recensom económica, o Estado espanhol fai parte da corrente internacional de cortes dos direitos civis e políticos das dissidências como arma de controle social. Assim que devemos ser conscientes de que venhen tempos bastante duros.
Sobre a situaçom do Independentismo na mocidade. Que análise sociológica fazedes?
Segundo indica o CIS, preto dum dez por cento das galegas estaria de acordo com a possibilidade do nosso país buscar encaixe fora do estado espanhol. Também, o aumento em votos das forças institucionais que defendem a Galiza como objeto político de seu indica umha onda de simpatias cara à independência nacional. E a realidade é que estas cifras som incluso maiores no seio da mocidade, onde nos movemos. A isto soma-se que o desmantelamento dos nossos setores produtivos, os ataques da extrema-direita contra a cultura e a forma de vida e os referentes do nosso povo, junto com umhas expetativas vitais cada dia mais negativas, podem ser o detonante que ajude a traduzir essa simpatia em organizaçom e em possibilidades reais de transformaçom. Nós gostávamos muito que se puidesse fazer realidade, obviamente.
Quais podem ser as soluçons para somar mais pessoal? Fazer do independentismo um movimento transversal pode ser umha delas?
Pensamos que nom existe umha soluçom mágica nem caminho sem pedras, ainda que é verdade que sim que podemos resolver o que depende de nós. Como comentei sim que acho que existem umha série de eivas que vimos arrastando e que temos que superar, por exemplo, no nosso movimento nom deveria haver luitas fratricidas, e sim o respeito intelectual e humano a quem nom pense exatamente como nós. Penso que ganharíamos em seriedade se assumirmos como próprios os acordos comuns, ainda que discordemos com eles, nom? Por isso entendo que é básico superar os egos e os personalismos, e entender que os perfis de ativismo som muitos e diversos.
É dizer, é impossível estar de acordo com tudo numha organizaçom. Além disto, deveríamos elaborar também propostas políticas úteis para a mocidade e refinar a nossa comunicaçom, saindo das consignas e aparecendo dumha forma mais profissional nas redes sociais. Agora estamos a procurar melhorar as nossas linhas visuais gráficas, e temos que seguir trabalhando nelas. Enquanto incrementamos também a nossa presença nas ruas, e aprendemos de história, de economia, ou mesmo de política internacional, para ser quem de explicar às pessoas as vantagens de umha república galega hoje.
“Animamos qualquer pessoa nova que esteja a ler isto a somar-se e a achegar ideias e maos, que nunca sobram. Será bem-vinda com as maos abertas”
Algumha outra questom que achades de interesse ou importante acrescentar?
É verdade que o trabalho por fazer é muito. Mais precisamente por isso, e como Mocidade Pola Independência é um projeto em construçom, animamos a qualquer pessoa nova que esteja a ler isto —e que sinta que quer participar— a somar-se e a achegar ideias e mans, que nunca sobram. Será bem-vida com as maos abertas.
E queremos, como espaço que aspira a estar no seio dos movimentos populares, dar as graças à vossa equipa de Novas da Galiza, polo vosso interesse em nós. Mais sobre todo por levar duas décadas a informar do que se move no nosso país. Muito obrigadas!