Periódico galego de informaçom crítica

Moinhos de energia eólica no mar.

O futuro da eólica marinha na Galiza: velhas e novas interrogaçons 

por
Moinhos de energia eólica no mar.
eó­lica ma­ri­nha em Block Island (EUA) | den­nis sch­ro­ede — na­ti­o­nal re­newa­ble energy lab

A crise eco-so­cial con­tem­po­râ­nea tem umha es­treita re­la­çom com a luta con­tra a mu­dança cli­má­tica, e exige o iní­cio de mu­dan­ças e al­ter­na­ti­vas, tanto co­le­ti­vas como in­di­vi­du­ais. Partindo dos ob­je­ti­vos da Agenda 2030 de Naçons Unidas, da Green Deal ou da Blue Economy da Uniom Europeia, re­du­zir o con­sumo de ma­te­ri­ais e de ener­gia (e a de­pen­dên­cia de ener­gias fós­seis)  e in­cre­men­tar o con­tri­buto das tec­no­lo­gias ver­des me­nos le­si­vas com o en­torno som al­gumhas das cla­ves para ga­ran­tir um fu­turo sus­ten­tá­vel, min­guar as emis­sons de­ri­va­das do sec­tor ener­gé­tico e nom hi­po­te­car a so­bre­vi­vên­cia pre­sente e das pró­xi­mas ge­ra­çons. Ademais, esta crise nom re­sulta in­di­fe­rente aos efei­tos de­ri­va­dos do con­flito bé­lico na Ucrânia e das ten­sões ge­o­po­lí­ti­cas, eco­nó­mi­cas e ener­gé­ti­cas glo­bais, de ma­neira que o de­sen­vol­vi­mento quo­ti­di­ano de­manda um novo mo­delo, mais sus­ten­tá­vel, e me­nos in­ten­sivo em con­sumo de matérias-primas. 

O Estado es­pa­nhol nom é alheio à ur­gên­cia dumha tran­si­çom ener­gé­tica justa-in­te­gral-or­de­nada, e em base à ne­ces­si­dade, à sua po­ten­ci­a­li­dade como parte da “pe­nín­sula ener­gé­tica re­no­vá­vel” foi-se mos­trando um in­te­resse cres­cente po­las ener­gias nem fós­seis, nem quí­mi­cas, par­tindo de que con­ti­nua a ser umha das po­tên­cias mun­di­ais em eó­lica ter­res­tre ou onshore. Agora, a aposta tam­bém in­clui a ener­gia eó­lica ma­ri­nha ou offshore. Os ma­res e os oce­a­nos som va­lo­ri­za­dos como mo­to­res da eco­no­mia sus­ten­tá­vel eu­ro­peia, e pa­re­cem es­tar cha­ma­dos a li­de­rar os avan­ços na pro­du­çom elé­trica verde nas pró­xi­mas dé­ca­das. Para lo­grá-lo, com­pre ter em conta as le­çons apren­di­das do de­sen­vol­vi­mento eó­lico ter­res­tre, e as­su­mir que nom tudo é vá­lido. Seja eó­lica ter­res­tre ou eó­lica ma­ri­nha, o ponto de par­tida é dis­por de re­curso vento ótimo para a ex­plo­ra­çom eco­nó­mica dessa ati­vi­dade ener­gé­tica. Entidades e pro­fis­si­o­nais re­co­nhe­ci­dos as­si­na­lam que no mar a ve­lo­ci­dade e qua­li­dade do re­curso é tal, que per­mite um apro­vei­ta­mento mais cons­tante, com me­nos li­mi­ta­çons no es­paço e de trans­porte, mas com im­pli­ca­çons em ter­mos de cus­tos, e  efei­tos co­la­te­rais que nom se de­vem des­va­lo­ri­zar (am­bi­en­tais, so­bre o fundo ma­ri­nho, os car­du­mes de pesca, so­ci­ais, eco­nó­mi­cos, etc). 

Na de­mar­ca­çom norte-atlân­tica da pla­ni­fi­ca­çom apre­sen­tada polo go­verno es­pa­nhol es­ta­be­le­cem- se sete zo­nas de alto po­ten­cial eó­lico, das quais cinco es­tám pe­rante as cos­tas ga­le­gas, e que su­mam mais de 2300 km² , e que se tra­du­zem, em dia de hoje, em oito pro­je­tos de par­ques eó­li­cos marinhos

Neste mês de março de 2023, viu a luz o plano  apre­sen­tado polo Governo es­pa­nhol para dar iní­cio à ex­plo­ra­çom eó­lica ma­ri­nha. Entre ou­tras ques­tons, as­si­nala-se que se es­ta­be­le­cem seis ca­te­go­rias de zo­nas de uso pri­o­ri­tá­rio e seis ca­te­go­rias de zo­nas de uso po­ten­cial, den­tro das quais se en­con­tram as “zo­nas de alto po­ten­cial para a ener­gia eó­lica ma­ri­nha”. No to­tal seis de­mar­ca­çons ma­ri­nhas, pe­nin­su­la­res e in­su­la­res. Nestas zo­nas, a ve­lo­ci­dade do vento e a pro­fun­di­dade do fundo ma­ri­nho som óti­mas, e nom es­tám lo­ca­li­za­das em zo­nas iden­ti­fi­ca­das como in­com­pa­tí­veis, ou como “proi­bi­çom da ins­ta­la­çom eó­lica” se­gundo os cri­té­rios pro­pos­tos pola Direçom Geral de Biodiversidade, Bosques e Desertificaçom do Ministério para a Transiçom Ecológica e o Repto Demográfico (MITECO), en­tre ou­tros fa­to­res determinantes. 

Galiza atinge um pa­pel pro­ta­go­nista nesta pla­ni­fi­ca­çom. Assim, na de­mar­ca­çom norte-atlán­tica, na qual se in­clui o es­paço ma­rí­timo ga­lego, es­ta­be­le­cem-se sete zo­nas de alto po­ten­cial, das quais cinco es­tám fronte às cos­tas ga­le­gas, e que su­mam mais de 2300 km², e que se tra­du­zem, a dia de hoje, em oito pro­je­tos de par­ques eó­li­cos ma­ri­nhos, com as cor­res­pon­den­tes im­pli­ca­çons so­ci­ais, eco­nó­mi­cas, ener­gé­ti­cas, in­dus­tri­ais, ter­ri­to­ri­ais, pes­quei­ras e am­bi­en­tais, en­tre outras. 

Mapa da zona noroeste do Plam de Ordenamento da Eólica Marinha.
poem23noratlantico | go­verno espanhol

À es­pera da pu­bli­ca­çom da nor­ma­tiva que ar­ti­cule todo o pro­ce­di­mento da eó­lica ma­ri­nha, os in­ter­ro­gan­tes nom de­mo­rá­rom em apa­re­cer. A in­for­ma­çom ofi­cial fa­ci­li­tada nom lo­gra ser su­fi­ci­ente nem con­clu­dente e tendo em conta tanto a ex­pe­ri­ên­cia eó­lica ter­res­tre na Galiza como a im­por­tân­cia do meio ma­ri­nho para a nossa so­ci­o­e­co­no­mia,  a ne­ces­si­dade de cla­ri­fi­ca­çom e iden­ti­fi­ca­çom de pon­tos dé­beis e im­pac­tos re­sulta im­pe­ri­osa. Por exem­plo, como se abor­dará a ava­li­a­çom do im­pacto am­bi­en­tal glo­bal? Existindo li­te­ra­tura ci­en­tí­fica de pres­tí­gio que alerta do im­pacto so­bre a pesca e o fundo ma­ri­nho, como se exi­girá a di­ag­nose so­bre o ter­ri­tó­rio e o en­torno ma­ri­nho e ter­res­tre afe­tado polo pro­jeto? Estám pre­vis­tas al­ter­na­ti­vas para re­du­zir o po­ten­cial im­pacto? Considerando o es­ta­be­le­cido na Lei 21/2013, de 9 de de­zem­bro, de ava­li­a­çom am­bi­en­tal, aque­les pro­je­tos de par­ques eó­li­cos que te­nham 50 ou mais ae­ro­ge­ra­do­res, mais de 30MW ou que se en­con­trem a me­nos de 2 km dou­tro par­que eó­lico em fun­ci­o­na­mento, cons­tru­çom, com au­to­ri­za­çom ad­mi­nis­tra­tiva ou com de­cla­ra­çom de im­pacto am­bi­en­tal; de­ve­rám ser ob­jeto dumha ava­li­a­çom de im­pacto am­bi­en­tal or­di­ná­ria por parte do MITECO an­tes da sua au­to­ri­za­çom. Como se es­ta­be­le­cerá a in­ter­co­ne­xom à terra? Qual será o mo­delo em­pre­sa­rial: pri­vado ou com par­ti­ci­pa­çom da ad­mi­nis­tra­çom pú­blica e/ou da ci­da­da­nia? Será pro­mo­vida e/ou pri­mará de ma­neira pri­o­ri­tá­ria a ati­vi­dade in­dus­trial de­ri­vada da eó­lica ma­ri­nha na Galiza? Quais se­rám as ca­ra­te­rís­ti­cas do novo câ­none eó­lico ma­ri­nho que Galiza es­pera po­der apli­car so­bre os par­ques eó­li­cos offshore? Em de­fi­ni­tiva, que cus­tos a su­por­tar e que be­ne­fí­cios se es­pera ob­ter para a nossa co­mu­ni­dade autónoma? 

Um plano de de­sen­vol­vi­mento in­dus­trial desta en­ver­ga­dura tem que res­pon­der a um mo­delo or­de­nado, in­clu­ente e sus­ten­tá­vel de for­ne­ci­mento elé­trico offshore. A um mo­delo que gere be­ne­fí­cio eco­nó­mico, e so­bre­tudo, be­ne­fí­cio eco­so­cial. E im­plica con­si­de­rar de forma si­mul­tâ­nea os im­pac­tos, os pon­tos fra­cos e as for­ta­le­zas, as ame­a­ças e opor­tu­ni­da­des, os cus­tos e be­ne­fí­cios, da tri­pla pers­pe­tiva so­cial, eco­nó­mica e am­bi­en­tal, com to­dos os agen­tes im­pli­ca­dos. A isso se deve responder. 

O último de Economia

Ir Acima