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O juízo pola ‘operaçom Lusista’ celebrará-se a finais de janeiro

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Fiscalia pede um total de 126 anos de prisom

A Audiência Nacional es­pa­nhola ce­le­brará en­tre o 24 e o 27 de ja­neiro o juízo con­tra os mi­li­tan­tes in­de­pen­den­tis­tas de­ti­dos em Junho de 2019 no marco da cha­mada ‘Operaçom Lusista’: Antom Garcia Matos, Assunçom Lousada Camba, Miguel Garcia Nogales e Joam Manuel Sanches. O juízo chega quando es­tes ati­vis­tas le­vam mais de dous anos e meio em pri­som pre­ven­tiva e com umha pe­ti­çom fis­cal que, no con­junto das acu­sa­çons, soma um to­tal de 126 anos de prisom. 

Em con­creto a fis­ca­lia pede um to­tal de 51 anos de pri­som para Antom Garcia Matos e ou­tros tan­tos para Assunçom Lousada Camba po­los de­li­tos de in­te­gra­çom em or­ga­ni­za­çom ter­ro­rista em qua­li­dade de di­ri­gen­tes, as­sim como trá­fego de apa­re­lhos ex­plo­si­vos, fal­si­dade do­cu­men­tal, tença ilí­cita de arma mo­di­fi­cada, e fa­bri­ca­çom e tença de ex­plo­si­vos. Estas qua­tro úl­ti­mas acu­sa­çons con­tam com o acrés­cimo de se­rem va­lo­ra­das pola fis­ca­lia como “com fi­na­li­dade terrorista”. 

O jul­ga­mento chega de­pois de que as qua­tro pro­ces­sa­das acu­mu­lem mais de dous anos e meio em pri­som preventiva

Por ou­tra banda, as acu­sa­çons con­tra Miguel Garcia Nogales e Joam Manuel Sanches Rodrigues som só polo de­lito de in­te­gra­çom em or­ga­ni­za­çom ter­ro­rista e a fis­ca­lia pre­tende que a pena con­tra eles seja a maior para este cargo, que é de 12 anos de prisom. 

Atualmente as qua­tro ati­vis­tas pro­ces­sa­das es­tám em pri­som pro­vi­só­ria em cár­ce­res ga­le­gos. Antom Garcia Matos e Assunçom Lousada Camba en­con­tram-se re­clui­das no cár­cere de Teixeiro en­quanto Miguel Garcia e Joam Manuel Sanches es­tám pre­sos no cár­cere da Lama. As qua­tro ati­vis­tas fô­rom trans­la­da­das para as pri­sons ga­le­gas de­pois de pa­de­cer du­rante um ano a dis­per­som penitenciária. 

Anunciam cam­pa­nha solidária

Do or­ga­nismo anti-re­pres­sivo Ceivar já se anun­ciou umha cam­pa­nha so­li­dá­ria com as jul­ga­das da ‘Operaçom Lusista’ ao en­ten­der que se trata de um juízo po­lí­tico. Fará-se agi­ta­çom para vi­si­bi­li­zar o pro­cesso ju­di­cial que de­cor­rerá na Audiência Nacional de Madrid, cujo tri­bu­nal es­tará pre­si­dido polo juíz Alfonso Guevara –quem no ano pas­sado ab­sol­via as ati­vis­tas de Causa Galiza e Ceivar en­cau­sa­das na ope­ra­çom Jaro–. Convocarám-se con­cen­tra­çons de apoio às pro­ces­sa­das em di­fe­ren­tes vi­las e ci­da­des por todo o país nos dias pré­vios ao jul­ga­mento e com­bi­nara-se com ini­ci­a­ti­vas so­li­dá­rias, açons de rua e di­fu­som por re­des sociais.

Ademais, o or­ga­nismo anti-re­pres­sivo alerta da des­pro­por­çom das ele­va­das pe­ti­çons da fis­ca­lia, em par­ti­cu­lar as que re­caem so­bre Losada Camba e Garcia Matos: “es­ta­ría­mos a fa­lar de que am­bos os pri­si­o­nei­ros po­lí­ti­cos en­fren­tam umha ca­deia per­pé­tua de se acei­tar a to­ta­li­dade da pena por parte do juiz”, si­na­lam de Ceivar.

Deste co­le­tivo ra­ti­fi­cam-se no apoio às pro­ce­sa­das a aler­tam de que “as ele­va­das pe­ti­çons da fis­ca­lia sem­pre re­caem so­bre os mo­vi­men­tos con­tes­ta­tá­rios, con­tra as re­vo­lu­ci­o­ná­rias e con­tras­tam com a im­pu­ni­dade ju­di­cial e po­lí­tica da di­reita”, e sa­li­en­tam que “ne­nhum des­tes mi­li­tan­tes som acu­sa­dos de ne­nhum dano, nem pes­soal nem so­bre bens materiais”. 

Suspendem as visitas vis-a-vis

XXII Marcha ao cár­cere de Teixeiro

As co­mu­ni­ca­çons vis-a-vis fô­rom sus­pen­sas em to­dos os cár­ce­res, ex­ceto no de Bonge, de­nun­ciam desde Ceivar de­pois de se co­mu­ni­car com as di­fe­ren­tes pri­sons. Desde os cen­tros pe­ni­ten­ciá­rios ar­gu­men­tam que esta de­ci­som é de­vida à si­tu­a­çom sa­ni­tá­ria, mas desde o mo­vi­mento an­tir­re­pres­sivo de­nun­ciam que a atual crise es­tám a pagá-la as pre­sas e as suas fa­mí­lias en­quanto “os car­ce­rei­ros po­dem en­trar e sair sem nen­gum tipo de controle”. 

Estas no­vas me­di­das che­gam dias de­pois de ter-se ce­le­brado a XXII edi­çom da anual Marcha a Pé ao cár­cere de Teixeiro. Nesta oca­siom, o co­le­tivo Abaixo os Muros co­lo­cou pre­ci­sa­mente o foco das suas de­nún­cias no im­pacto que a ges­tom do crise sa­ni­tá­ria da Covid19 tivo nos di­rei­tos das pes­soas pre­sas. O co­le­tivo Abaixo os Muros afirma que a si­tu­a­çom sa­ni­tá­ria den­tro dos cár­ce­res já era in­su­fi­ci­ente, mas num con­texto de alarme sa­ni­tá­rio torna-se “pre­o­cu­pante”. “Resulta mais ba­rato res­trin­gir os di­rei­tos dos re­clu­sos que so­lu­ci­o­nar esta grave de­sa­ten­çom mé­dica”, denunciam.

A XXII Marcha ao cár­cere de Teixeiro co­lo­cou o foco no im­pato que a ges­tom da pan­dé­mia está a ter nos di­rei­tos das pes­soas presas

Entre as múl­ti­plas rei­vin­di­ca­çons da Marcha deste ano en­con­tra­vam-se o fim dos dias de iso­la­mento obri­ga­tó­rio após umha vis-a-vis, a de­vo­lu­com dos vis-a-vis per­di­dos du­rante a pan­de­mia, as­sim como a agi­li­za­çom de ter­cei­ros graus e re­bai­xas nas con­de­nas em cor­res­pon­dên­cia com a du­ra­çom da ex­ce­ci­o­na­li­dade sa­ni­tá­ria. Na edi­çom deste ano as­sis­tí­rom dú­zias de pes­soas ‑es­pe­ci­al­mente mi­li­tan­tes in­de­pen­den­tis­tas e anar­quis­tas- que ber­rá­rom, ade­mais das ha­bi­tu­ais con­sig­nas an­ti­car­ce­rá­rias, pa­la­vras-de-or­dem como “Prisom mais Covid, du­pla con­dena” ou “Ditadura sa­ni­tá­ria, im­pu­ni­dade carcerária”.

Teto’ Fialhega e Eduardo Vigo, umha década de encerro

Enquanto o foco está na si­tu­a­çom das in­de­pen­den­tis­tas pen­den­tes do pró­ximo juízo na Audiência Nacional, na atu­a­li­dade con­ti­nuam en­car­ce­ra­das, para além das en­cau­sa­das da ope­ra­çom Lusista, mais duas pes­soas: Eduardo Vigo Domingues e Roberto Rodrigues Fialhega ‘Teto’.

Ao longo des­tes anos o mo­vi­mento an­tir­re­pres­sivo tem de­nun­ci­ado di­fe­ren­tes agres­sons e abusos

Eduardo e Teto, ati­vis­tas re­co­nhe­ci­dos nos mo­vi­men­tos so­ci­ais das suas ci­da­des de ori­gem, Compostela e Vigo, res­pe­ti­va­mente, per­ma­ne­cem en­cer­ra­dos desde a sua de­ten­çom o pas­sado 29 de no­vem­bro de 2011.  O juízo con­tra eles –as­sim como con­tra Maria Osório e Antom Santos, hoje em li­ber­dade após cinco anos e sete me­ses de en­cerro cada um em di­fe­ren­tes pri­sons fora da Galiza–, que de­cor­reu em 2013 na Audiência Nacional es­pa­nhola em Madrid, su­pujo um ponto de in­fle­xom na re­pres­som con­tra o mo­vi­mento in­de­pen­den­tista, já que foi onde a sen­tença di­ta­mina que “Resistência Galega” é umha or­ga­ni­za­çom ter­ro­rista, per­mi­tindo o am­paro le­gis­la­tivo para con­cre­ti­zar lon­guís­si­mas con­de­nas sus­ten­ta­das em mo­ti­va­çons ide­o­ló­gi­cas. A sua con­dena, re­bai­xada em 2014 polo Tribunal Supremo a 13 anos e 9 me­ses, suma os de­li­tos de  par­ti­ci­pa­çom em or­ga­ni­za­çom ter­ro­rista, fal­si­fi­ca­çom de do­cu­mento ofi­cial e tença de apa­ra­tos ex­plo­si­vos com fi­na­li­dade ter­ro­rista (em con­creto, me­nos de 6kg). Zero ví­ti­mas pes­so­ais, zero da­nos ma­te­ri­ais con­cre­tos. Se nom fosse polo avondo tra­ba­lho me­diá­tico e po­li­cial feito para a cons­tru­çom do “ini­migo po­lí­tico” por parte do Estado, re­sul­ta­ria di­fí­cil de en­cai­xar tam des­pro­por­ci­o­nada con­dena no marco dum “Estado de di­reito” como se pre­su­pom o es­pa­nhol. Se com­pa­rar­mos o cas­tigo con­tra eles frente, por exem­plo, o caso do dono da pi­ro­tec­nia de Tui, que acu­mu­lava to­ne­la­das de ma­te­rial ex­plo­sivo ile­gal­mente e es­tou­rou aci­den­tal­mente em 2019 pro­vo­cando a morte de duas pes­soas e afe­tando 40 vi­zi­nhas, este úl­timo pas­sou nove me­ses em pri­som an­tes de ser li­be­rado à es­pera de juízo. Sem ânimo de es­ti­mu­lar qual­quer pu­ni­ti­vismo para ou­tros ca­sos, o en­sa­nha­mento con­tra os pre­sos in­de­pen­den­tis­tas é um facto, e des­res­peita vá­rios ar­ti­gos da Declaraçom Universal dos Direitos Humanos. 

Após su­fri­rem a dis­per­som pe­ni­ten­ciá­ria desde o mo­mento da sua de­ten­çom, e per­cor­re­rem dis­tin­tos cár­ce­res a cen­tos de ki­ló­me­tros das suas ca­sas, desde 2020 am­bos pre­sos cum­pre con­dena em pri­sons na Galiza: Eduardo Vigo está no CP da Lama e Teto Fialhega no CP de Teixeiro. Ao longo des­tes anos, o mo­vi­mento an­tir­re­pres­sivo tem de­nun­ci­ado di­fe­ren­tes agres­sons e abu­sos, as­sim com de­fi­ci­ên­cias gra­ves nas con­di­çons mí­ni­mas de vida no en­cerro, mas, con­todo, fon­tes pró­xi­mas aos pre­sos afir­mam que am­bos mi­li­tan­tes es­tám “le­vando a con­dena com en­tei­reza e com or­gu­lho e con­tam com o re­co­nhe­ci­mento e ca­ri­nho da sua contorna”.

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