Há dous anos que as Marés municipais levavam como um dos principais pontos dos seus programas eleitorais a remunicipalizaçom dos serviços, mas o que aconteceu para que essa reivindicaçom ficasse enseada nas pedras da Marola?
O novembro passado o Concelho da Corunha celebrava como ia cumprindo o seu programa com a remunicipalizaçom das bibliotecas, más na verdade, a dia de hoje ainda nom se deu o processo de remunicipalizaçom.
o que aconteceu para que essa reivindicaçom ficasse enseada nas pedras da Marola?
As trabalhadoras de ajuda a domicílio da Corunha levam mais de um ano a protestarem contra a empresa Clece, polo incumprimento grave do Convénio Coletivo. Perante as perguntas das sindicalistas da possibilidade de remunicipalizar o serviço a Concelhala respondeu que nom era possível. Qual a razom? Logo em Irunha é mais fácil remunicipalizar o serviço de ajuda a domicílio do que na Corunha?
No mês de abril deste ano as trabalhadoras e trabalhadores dos Museus Científicos Corunheses convocárom umha greve para reclamar umha soluçom aos problemas que tinham, e que levavam padecendo mais de seis anos com a empresa Samyl, mais de trinta sentências levam ganhadas estas trabalhadoras contra essa empresa, mas a soluçom nom foi remunicipalizar, senom tentar fazer um “parche” volvendo sacar um novo concurso. Por que a soluçom nom foi remunicipalizar o serviço?
Em Ferrol criou-se por muitos dos votantes da Maré de Ferrol umha Plataforma para a defesa dos serviços públicos e pola remunicipalizaçom, preante a paralise municipal com respeito a um dos pontos básicos do programa eleitoral. Como se puido chegar a essa situaçom?
E Compostela? Ainda que se comentasse a possibilidade de remunizipalizar a ORA e a recolhida de lixo, fica claro que o Tambre nom tinha calado para que entrasse o barco.
Nestes três concelhos alguns debérom esquecer que a luita de classes continua até chegar a umha sociedade sem classes.
A remunicipalizaçon nom só é favorável a nível econômico para os Concelhos, pois aforram o IVA e o benefício empresarial, mesmo podem rematar com as tramas de corrupçom como se viu nas operaçons Pikachu ou Patos. O mais importante da remunicipalizaçom é para as trabalhadoras e trabalhadores, primeiro porque se podem criar mais postos de trabalho e de qualidade, segundo para as trabalhadoras e trabalhadores que levam anos a sofrerem o trato despótico e de exploraçom por parte das empresas privadas que gerem esses serviços. Assim há dous anos muitas trabalhadoras e trabalhadores apostárom por estas Marés para que por umha vez por todas se fixesse justiça e se melhoraram as condiçons laborais.
Eu era consciente de que estes futuros governos das Marés nom iam ser governos revolucionários e que o de “mudá-lo tudo” era umha simples frase retórica, mas sim achei que poderiam fazer algo para melhorar as condiçons de vida dos milheiros de trabalhadoras e trabalhadores, como o facto da remunicipalizaçom dos serviços.
É claro que me equivoquei, que nem algo tam simples como a remunicipalizaçom som capazes de fazer. Muitos dirám que é muito complicado, que o teito de gasto, que nom sei quais escusas… mas a realidade é que quando um pretende “mudar as cousas” tem que ter a valentia suficiente para afrontar os retos, e assumir as possíveis consequências. Caso um representante desse 99% tiver que ir à cadeia por remunizipalizar e criar postos de trabalho, esse representante é um verdadeiro representante do povo e seguro terá o apoio dos milheiros de trabalhadores e trabalhadoras que fossem favorecidos pola sua valentia para “mudar as” cousas. Dizia Mao Tse Tung: “Atrever-se a lutar e a conquistar a vitoria”.
Ainda lhes ficam dous anos para tentarem demonstrar que governam para a maioria e remunizipalizar todos os serviços públicos privatizados e melhorar as condiçons laborais das trabalhadoras e trabalhadores destes serviços. Se nom é assim, demonstrarám que som mais do mesmo e que as verdadeiras mudanças sociais e políticas, como achamos muitos, nom venhem das maos da democracia burguesa senom da Revoluçom comunista.