Na Terra Chá, a família de Díaz Castro legou à Associaçom Xermolos a propriedade da casa do poeta. O prédio,em estado de abandono, está chamado a nuclear umha parte importante da vida cultural da comarca. É com essa finalidade que o projeto ‘A Casa da Xente’ pujo em andamento um ‘crowdfunding’ que já ultrapassou o seu mínimo necessário. Deste ambicioso projeto falamos com José Manuel Veiga, guitiricense envolvido na iniciativa.
Como surge a iniciativa da recuperaçom da casa do poeta?
A Associaçom Xermolos recebeu a casa em herança da sua familia, a começos do milénio, num estado já de abandono. Desde um começo, a intençom era recuperarmos a casa para uso social e cultural. Porém, ao se tratar dum projeto de grande envergadura, esta iniciaitiva foi-se adiando, dadas as dificuldades económicas. Em fins do verao passado, um grupo de mocidade vinculado a Xermolos começou a se organizar. Este grupo é o principal promotor, da mao do ativista cultural Alfonso Blanco Torrado. Neste projeto contamos com o assessoramento de técnicos da construçom, lousadores, canteiros, carpinteiros, pessoas vinculadas à educaçom, ao audiovisual… pois adoitamos trabalhar em equipa. No lugar de sócios nominativos apostamos em colaboradores ativos, procurando implicar os recursos de cadaquém em projetos comunitários como é a recuperaçom do nosso património.
Onde é que se encontra a casa?
A casa está na aldeia do Vilarinho, na paróquia guitiricense dos Vilares. Alguém qualificou a Terra Chá coma umha ‘pátria poética’ pola genialidade das e dos seus poetas, mas a sua achega atinge os canteiros, artesaos…
Qual é a importáncia simbólica do poeta para a Terra Chá?
Xosé María Díaz Castro foi um defensor do rural. Fascinavam-no as cousas mais pequenas: a erva pequerrechinha, o tecer dunha aranha, a tecnologia dos antigos teares… Apaixonado pola cultura rural e a sabedoria popular, já predizia o que está a acontecer com muitas aldeias do interior e com a sua casa: Tódolos mórtos de Galiza, ergueitos,/ xa protéstan a bérros pola térra perdida,/ polas casas envóltas en silvas e fieitos, /polo sangre zugado dunha eterna ferida. Este laio quedou gravado em nós e queremos remediar esta eiva que afeta à Terra Chá e a todo o país.
é um projeto em prol da nossa língua, a nossa cultura, o nosso património natural... que pretende encher de vida e atividade as nossas aldeias
Nesse sentido, o projeto, que batizamos com o nome de A Casa da Xente, é um berro de luita por nom ver mais casas sem gente nem gente sem casa; um projeto em prol da nossa língua, a nossa cultura, o nosso património natural… que pretende encher de vida e atividade as nossas aldeias, envolvendo todas as nossas vizinhas para remarmos juntas de cara a um futuro melhor para Guitiriz.
Que resposta obtivo o ‘crowdfunding’?
A primeira etapa da campanha de micromecenado foi todo um sucesso. Ainda que num começo as cousas nom pintavam nada bem, nas últimas duas semanas a solidariedade da gente fijo que superássemos o mínimo estabelecido, os 24.600€ . Estamos muito agradecidas com todas as pessoas que pugérom o seu pequeno grao de areia, pois sem elas este projeto seria impossível.