Um ano mais queremos estar do vosso lado nestas jornadas de convivência, reivindicaçom e luita nas ruas.
O dia da Pátria nom é para nós umha rotina anodina no calendário de consumo de efemérides, senom um ritual que alimenta a nossa comunidade nacional de resistência. A rotina debilita-nos, o ritual fai-nos mais fortes. A rotina pertence ao mundo da alienaçom, a colonizaçom e a miséria existencial. O ritual pertence ao universo dos povos indígenas como o nosso, das naçons livres.
Aqui estamos um ano mais neste ritual de comunhom e luita, a alimentar a fé, a renovar as arelas truncadas dos/as devanceiros/as, a cumprir o desejo de vida da nossa Terra, crucificada impunemente no altar do progresso, a modernidade e a civilizaçom industrial.
Lembramos com orgulho os anos de alegre combate nas ruas de Compostela as noites do 24 de julho, a mocidade encapuçada a libertar por umhas horas o coraçom de umha cidade submetida policialmente e assediada turisticamente, os confrontos com as forças de ocupaçom, os ataques aos santuários do capital… Ano trás ano fomos capazes de renovar este dia a nossa determinaçom e o nosso compromisso. Porque a luita é o único caminho.
Foram estes caminhos de militância arredista e defesa da nossa Terra que nos levaram à cadeia. Fomos condenados/as nalguns casos a décadas de cárcere e alguns já levamos mais de 10 anos como reféns do Estado. Também aqui, nos cárceres espanhóis, transformamos a rotina corrosiva do regime de castigo prisional em ritual fecundo de moral e resistência; umha trincheira mais para o arredismo galego.
Irmás/os, como dizia Castelao, “fugide dos que falam de democracia”. A sua normalidade democrática, a sua legalidade ruinosa, sem qualquer outro horizonte ou vias de impugnaçom, aboca-nos à extinçom
Sentimos-vos perto, partilhamos convosco avanços e adversidades, e coletivamente combatemos o intento de isolamento social e a humilhaçom, que som sempre ‑no cárcere e fora dele- os objetivos necessários de qualquer técnica de lavado de cérebro, de éxito repressivo e premissa letal para borrar a nossa identidade como povo, a vida comunitária e umha saudável relaçom com a Terra.
E neste dia da Pátria, quando recentemente e mais umha vez esse Tribunal especial espanhol que é a Audiência Nacional, acaba de condenar a alguns/as irmaos/as a longas condenas de cárcere, temos que estar orgulhosas/os das quase duas décadas de loita frontal da nossa resistência contra o conglomerado de ocupaçom, formosa e contundente impugnaçom dessa espécie de submisom neurótica tam frequente entre os povos colonizados.
Que também estas jornadas patrióticas sirvam para deixar-lhe claro ao Estado Imperialista espanhol que Galiza nom se rende, nem se compra nem se vende.
Irmás/os, como dizia Castelao “fugide dos que falam de democracia”. A sua normalidade democrática, a sua legalidade ruinosa, sem qualquer outro horizonte ou vias de impugnaçom, aboca-nos à extinçom.
O cacique do povo é tam perigoso quando rouba como quando regala!
Um abraço irmandinho para todas/os
Ânimo e força!
Viva Galiza Ceive!
Denantes mortos que escravos