Roubamos-lhes dez minutos antes de fazerem a prova de som para o concerto da Festa do Dezassete, que cada ano organiza com motivo do 17 de Maio a Gentalha do Pichel. Elas som Álex e Marta, voz e DJ de Mulheres na Batida. A votaçom popular quijo fazê-las vencedoras do Eclosom, o certame de músicas emergentes também organizado pola Gentalha que lhes abriu a porta a atuar nesta data.
Que é Mulheres na Batida?
Somos um grupo de amigas que se conheceu no CS Escárnio e às que um dia Marta convenceu para montar um grupo. Havia vários projetos de moças isolados e decidimos juntar-nos para um concerto concreto. Como foi muito bem decidimos dar continuidade ao projeto. Somos um grupo feminista, achegamo-nos ao independentismo e nas letras defendemos às nossas: as mulheres, as galegas, as presas… Começamos atuando por temas políticos em centros sociais, som a nossa base de operaçons.
Fazedes música trap. De que vai este género?
É umha música ligada ao hip hop e à eletrónica, vinculada a grupos marginais que começárom a cantar sobre as cousas às que de dedicavam, como o tráfico de drogas. Há diferentes formas de vida que também existem e que nunca temos em conta ou julgamos… Por outra parte, também é um tipo de música muito machista…
E vós sendo um grupo de mulheres feministas decidides fazer essa música…
Para despatriarcalizá-la. É um dos objetivos. Da mesma forma que o rap ou o reggaeton, som ritmos mas também som letras que vam associadas a eles. Queremos dar-lhe a volta a certos conteúdos e fazer nossos esses estilos, reapropriar-se deles e fazer a festa.
Queremos dar-lhe a volta a certos conteúdos e fazer nossos esses estilos, reapropriar-se deles e fazer a festa.
Parece que funciona, porque acabades de ganhar o Eclosom. Por que achades que o pessoal gosta de vós?
Jogamos na casa e temos muitas compas! (risas). Somos distintas, é umha novidade tanto do rap ou do trap como do facto de ver moças noutro contexto, nom tradicional, que também se valora. É rechamante que haja moças que se reapropriem de certos espaços que nom estám para nós. As pessoas querem algo combatente e que chame a atençom.
Também introduzimos o das projeçons. Pinchamos vídeo ao tempo que tocamos, e a gente gosta disso.
Nascedes em outubro de 2016, sodes umha banda nova. Quais serám os próximos passos?
De gravar falaremos mais adiante. Agora, após os próximos concertos deste verao teremos umha parada criativa para juntarmo-nos, dar-lhe umhas voltas e ganhar em qualidade e estabilidade. Um processo interno de aprender umhas das outras e de compartilhar, que é o bonito.