Entrevista a Gemma Garcia, jornalista do semanário ‘Directa’
A ‘Directa’ publicou um suplemento com vários focos: irregularidades, membros do tribunal, provas achegadas… Por que é importante ‘desmontar’ desde os meios este juízo?
Os meios tenhem o dever de denunciar as injustiças e irregularidades de qualquer processo, judicial ou nom, e em definitivo a vulneraçom de direitos fundamentais. Desde o jornalismo temos de fiscalizar o poder e nom ao inverso. Portanto, desvendar as irregularidades que começaram no julgado de instruçom número 13 de Barcelona, explicar quem é quem do tribunal, é um imperativo de honestidade jornalística. Durante o desenvolvimento do juízo nom se está a permitir contrastar o relato policial com as provas documentais audiovisuais contribuídas polas defesas e portanto, gerou-se umha situaçom de indefensom. No terreno da construçom de relato, as palavras lançadas pelos agentes substituem os feitos. É um dever jornalístico contrastar aquilo que se di com os feitos e denunciar as incongruências e as mentiras. Só fazendo o exercício jornalístico básico: ir às causas, ao por que, ao quando, ao como, ao quem e achegando contexto é fácil concluir que se trata dum conflito político que cumpre resolver politicamente.
Num dos juízos mais mediáticos da história recente do estado espanhol, que papel desenvolvem os meios que o cobrem?
Um elemento importante a proteger nos tempos que correm, também desde o jornalismo, é o matiz, por isto considero que nom é bom uniformizar. Em todo caso, fazendo repasso das cabeceiras, grande parte da imprensa espanhola situa o foco unicamente no marco de legalidade frente à ilegalidade, quando fai falta incluir o marco da legitimidade frente à legalidade; e limita-se a reproduzir o relato das testemunhas policiais, com certa rejeiçom a o abordar como conflito político. Os meios podem contribuir a aumentar ou rebaixar a tensom dos conflitos e, com frequência, estám a contribuir a aumentá-la. Parte importante dos cabeçalhos espanhóis associárom as pessoas que se mobilizaram durante o Procés com a violência. No caso dos CDR, com adjetivaçom como ‘kale borroka’, ‘violência organizada’… Com respeito ao juízo, os principais meios espanhóis deixárom em segundo plano a cobertura das sessons, precisamente quando, se bem o relato policial tem um grande peso, também serve para que o independentismo se explique e denuncie a perseguiçom política e a repressom. Os meios internacionais, sobretodo, figérom-se eco ao princípio. E alguns meios, principalmente anglo-saxons, publicárom editoriais críticos com o estado espanhol polo facto de ter judicializado o conflito.