As últimas semanas deixárom umha forte expressom solidária com as militantes de Ceivar e Causa Galiza encausadas na Operaçom Jaro. Houvo propaganda e atos de denúncia nas principais cidades e vilas, e na véspera do início deste juízo, horas antes das próprias militantes encausadas iniciarem o seu caminho cara a Madrid, centos de pessoas tomavam as ruas de Compostela para denunciar o processo que se ia celebrar ao dia seguinte na Audiência Nacional espanhola.
A vista oral celebrada em San Fernando de Henares nom defraudou as expetativas: A farsa ficou encenada e puido ser observada nas casas das galegas através da sua emissom em streaming. Por um lado, a Procuradoria tentou construir um relato obscurantista e criminalizador cara o independentismo organizado, e polo outro agiu umha defesa que esclareceu o caráter político da acusaçom e denunciou os riscos anti-democráticos dum processo judicial alicerçado em conjunturas e especulaçons policiais a tentar construir umha trama que lembrava bastante ao “perigo judeu-maçónico comunista”, e amparado no modelo penal desenhado para a repressom no País Basco.
No meio do tribunal, o juiz Alfonso de Guevara interrompia sistematicamente as perguntas da defesa e sacava de apuros às testemunhas das forças de segurança do estado. A justiça apresentava-se como umha maquinária repressiva e intimadadora, digna herdeira do Tribunal de Orden Público franquista, enquanto a Procuradoria semelhava mais bem umha sucessora direta da velha Inquisiçom invocando um fantasma criminoso incapaz de se sustentar em provas. Perante todo este coro, doze galegas em pé defendendo-se de portarem bandeiras, felicitarem o aniversário a um preso independentista ou gerirem as redes sociais dumha organizaçom política.
Apesar do descrédito das acusaçons após as declaraçons de testemunhas e peritos, a Fiscalia mantém o grosso das acusaçons. Fica ainda mais umha sessom: a que será quinta e derradeira, onde se desenvolverám as intervençons finais da defesa das três encausadas de Ceivar. Depois, ficará visto para sentença: umha senteça em que está em jogo o futuro de 12 pessoas, mas também o marco de direitos e liberdades mais elementares