A primeira vitória foi em 2015. E também o primeiro jogo. As Brigantias estreavam-se na pista plana nada menos que em Lisboa, ao berro de “vamos aló, Brigantia!” e, mália os nervos do primeiro jogo, nom houvo quem as parasse. “Pelejamos como guerreiras nos partidos, mas nom todo é guerra”, coincide a equipa. A sororidade entre irmás sobre rodas é mui importante e isso é precisamente o que fai nobre este desporto que, na Galiza, já conta com arredor de umha dezena de equipas. Assim, nomes como As Brigantias de A Corunha, as Sereias Bravas de Vigo, as Irmandinhas de A Corunha, as Negra Sombra de Ponte Vedra ou as Castinheiras de Lugo fôrom aparecendo pouco a pouco no panorama desportivo nacional nos últimos anos.
Assim como as vitórias nom som o importante no roller derby, ainda que poda parecer contradiçom, tampouco o é o desporto. Para As Brigantias, é muito mais: “Nom haveria roller derby sem todos os matizes de género, cultura, diversidade e uniom”. E, embora somar pontos seja o motivo de muita da ledícia da equipa, as jogadoras perseguem umha meta muito mais motivadora: “O roller derby é, principalmente, um desporto que tenta luitar contra os estereótipos, é por isso que, ainda que esta realidade está mui presente na sociedade, o nosso objetivo é criar um espaço livre deles”, salienta a equipa.
E, passo a passo, vam abrindo caminho. Os começos fôrom duros, mas sabem que sem esforço nom há resultado. Hoje em dia, a autogestom fai parte dos muitos desafios que enfrenta a equipa. “É complicado ser umha equipa autogestionada. Na sua parte positiva, é todo um orgulho saber que estás onde estás polo teu próprio esforço mas, especialmente nos primeiros dias, resultava complicado pagar o aluguer de umha pista. Ademais, a falta de gente ou o desconhecimento da disciplina fôrom alguns dos maiores obstáculos que a nossa equipa tivo que enfrentar”, contam As Brigantias.
Começárom em 2017 sendo sete e cada vez vam sendo mais. A perseverança das veteranas por manter a uniom da equipa fijo que cada vez mais moças, coma Emma Oitavén, apostassem por um coletivo que, segundo elas, “é também umha plataforma de integraçom social, um lugar onde surge a amizade e umha oportunidade de implicaçom num projeto de futuro”. E as novas incorporaçons começárom a bater forte. “Eu comecei em setembro de 2018. Nom tinha mui claro que era o roller derby mas, depois de assistir a um acampamento de verao que organizavam As Brigantias e de passar umha jornada patinando e aprendendo as noçons básicas deste desporto, já tinha claro que apaixonara polo roller derby e unim-me à equipa”, conta Emma, umha das jogadoras novéis. Segundo fôrom medrando as suas habilidades, o sentimento de pertença ao coletivo também foi medrando, de jeito que, ante ela, abriu-se um pequeno, e a um tempo grande, novo mundo. “O melhor é ter conhecido umha família de mulheres luitadoras e com ideais, e formar parte disso. Sinto-me orgulhosa daquilo que representa este desporto”, di.
“Nas equipas de roller derby nom existe o que poderíamos chamar diretiva. A equipa está formada polas jogadoras, é dizer, por e para as jogadoras. Umha vez que entras na equipa, existem comités de funcionamento e todas trabalhamos achegando ideias para que a equipa funcione. Todas temos voto e todo decide-se por consenso”, explica.
Paradoxalmente, as jogadoras de roller derby patinam em círculos na pista, mas isto nom é umha metáfora na realidade das equipas. A sua progressom é ascendente. As Brigantias demonstram-no dia a dia. “Para poder praticar roller derby tes que passar umha prova de habilidades mínimas, é dizer, tes que saber patinar para nom ser um perigo na pista. Esse foi também o meu maior obstáculo, já que eu costumava patinar em linha, e o roller derby desenvolve-se com patim tradicional. Tivem que luitar para conseguir um bom nível patinando, e ainda queda muito que melhorar, mas para isso estám os treinos e o comité de treino, que fai que aprendamos muito dia a dia”, explica Emma. Hoje nom há quem a pare. “Dás-te conta do forte que és e de que podes conseguir todo o que queiras. Dá igual que tenhas um dia mau, sais à pista e todo passa”, assegura. A equipa tem-no claro: “Na Galiza somos o fogar de todas aquelas moças que, sobre patins ou como pessoal de arbitragem, desejem unir-se a umha equipa que lhes permita medrar na inclusom social, nos valores de amizade e na disciplina do treino”. E é precisamente esse treino que fijo que nunca mirassem atrás, e o que proximamente as converterá nas representantes do roller derby galego na Bretanha, onde jogarám num campeonato junto com equipas de todos os países celtas.
Mas a progressom nom só é na pista. As convicçons e a luita das jogadoras fam-se mais fortes a cada passo. Tanto é assim, que entre os objetivos da equipa como coletivo está a “promoçom dum clima acolhedor e integrador para as pessoas tansgénero, intersexuais e de género expansivo que decidam praticar roller derby”, “trabalhar ativamente pola igualdade e a erradicaçom da violência de género dentro do desporto” ou “difundir entre a sociedade galega a cultura do desporto feminino em equipa sobre patins, como umha alternativa aos desportos convencionais”.
É hora de colocar o capacete, de subir aos patins e de apertar bem as proteçons. A luita acaba de começar!