A crise de 2008 supujo um enorme aumento da pobreza e da precariedade, e levou as galegas e os galegos à emigraçom, à economia subterrânea ou à exclusom social. Quando a Galiza ainda nom saíra dessa situaçom chegou o coronavírus e o mundo colapsou.
A da covid-19 é umha crise que, tendo aspetos diferentes, nom difere doutras em que se pretende que sejamos nós, trabalhadores e trabalhadoras, quem paguemos para o sistema se manter e houver quem acumule mais riqueza.
O capitalismo, frente a esta situaçom de pandemia, fai mais do que nunca alarde da sua máxima: o que importa é o negócio. E por isso, frente à vidas das pessoas, o que se protege é a economia. Nom hai mais que lembrar a Feijó dizendo que havia que salvar a campanha do Natal.
Na crise anterior fôrom impostas duras reformas, das quais ainda padecemos as consequências e que fam que a saída desta crise seja mais difícil. As reformas laborais, das pensons e da negociaçom coletiva trouxérom passos atrás nos direitos laborais e sociais. Na CIG mobilizamo-nos e figemos greves gerais para exigir a sua derrogaçom. E agora, de novo, a Uniom Europeia pressiona para que, em troca desses milhons dos fundos de recuperaçom, sejam feitas novas reformas. E ainda que nos tentem enganar com isso do “governo progressista”, o governo central vai aplicar essas reformas e esses cortes sem pestanejar. E o que é pior, vai-no fazer com umha visom mais centralista, mais focada em Madrid, do que nunca.
Isto para a Galiza será um duro golpe. Porque já vivíamos numha grave crise que leva pola frente boa parte da indústria que há neste pais (As Pontes, Meirama, Alcoa, o naval, a automoçom…), e também umha crise demográfica polo envelhecimento e pola brutal emigraçom da mocidade.
A da covid-19 é umha crise que, tendo aspetos diferentes, nom difere doutras em que se pretende que sejamos nós, trabalhadores e trabalhadoras, quem paguemos para o sistema se manter e houver quem acumule mais riqueza
E Feijó? O único que propom para a Galiza é mais caminho de Santiago, e encher de eucaliptos o pais para seguir a favorecer a ENCE. E isso só trae destruiçom. Só umha indústria forte, que feche os ciclos produtivos aqui, que explore os nossos recursos dum jeito sustentável, pode servir de freio a esta situaçom económica que já temos acima nossa.
Temos um país rico, com recursos que som espoliados por empresas de fora que fecham a produçom fora, e as quais pouco se importam com a Galiza e com as galegas e galegos. Só procuram tirar benefícios à custa do nosso meio rural, da nossa paisagem, do nosso património e da nossa gente.
Que aconteceria se a Galiza pudesse decidir por si própria sobre estas questons? Mais do que nunca é preciso que o poder de decisom recaia no povo galego, para podermos garantir a proteçom social necessária, direito ao emprego, salários, pensons e rendimentos dignos para a classe trabalhadora.
Na CIG, como sempre, oferecemos alternativas. Propostas realistas, que podem ser levadas a cabo se houver vontade política. Por isso publicámos um documento com medidas para umha saída galega justa da crise, que passam por reforçar o tecido industrial, aplicar medidas financeiras e de fiscalidade justas dando prioridade ao público, apoio à investigaçom e à inovaçom, defesa dos serviços públicos, umha transiçom energética justa e de perspetiva galega, impulso ao comércio local, recuperaçom de direitos laborais e sociais, e a aposta num sistema público galego de atençom às pessoas, entre outras.
Mas nom esquecemos que a mobilizaçom e o conflito seguem a ser as nossas ferramentas fundamentais, as únicas que fam avançar em direitos a classe trabalhadora, e por isso seguiremos a nos mobilizar arredor desta campanha de propostas e de exigência dumha saída galega justa.