Periódico galego de informaçom crítica

Projeto Estreleira: “Nom somos conscientes da informaçom que se nos oculta”

por
ena bar­ba­zán

Xavier Sánchez Paços de Projeto Estreleira está convencido de que a da Galiza nom é umha história de um país da periferia. “A nossa gente nom sabe que na Catedral estám enterrados os reis galegos, quem fôrom, o que figérom ou que Galiza chegava até Braga”. Defendem que Galiza ocupou um lugar mui destacado na história e que de maneira consciente esta foi apagada do ensino e nom sae nem nos livros de texto. Sentenciam: “Somos um povo negado e induzido à ignorância da sua própria história”. Para recuperar precisamente a historia da Galiza, explicá-la doutra maneira, conhecer a nossa geografia e contrapesar o espaço que a simbologia espanhola ocupa neste território nasce Projeto Estreleira, com umha clara vontade de “criar orgulho próprio”, que agora mesmo é umha urgência dentro do marco nacionalista.

Como se gesta este pro­jeto de re­cu­pe­ra­çom da sim­bo­lo­gia do povo galego?

É um feito cons­ta­tá­vel que os ga­le­gos nom nos es­me­ra­mos muito na hora de mos­trar os nos­sos sím­bo­los. Dá a sen­sa­çom de que base so­cial do na­ci­o­na­lismo e in­de­pen­den­tismo sa­ca­mos a ban­deira com ti­mi­dez, e mesmo da es­querda es­pa­nhola sem­pre se di­zia isso de :“já es­tám es­ses com as ban­dei­ras”. Mas quando eles se ví­rom em crise, sim sa­cá­rom os seus sím­bo­los e ban­dei­ras e o fam to­dos, desde a es­querda até a extrema-direita.

Os sím­bo­los som muito im­por­tan­tes, nom exis­tem por ca­su­a­li­dade e nós pen­sa­mos que os nos­sos sím­bo­los te­nhem que es­tar na pai­sa­gem por­que os do es­pa­nho­lismo sim que es­tám. Ademais, a es­tre­leira deu-nos muito, todo o mundo que a vê sabe a quem re­pre­senta, e su­pom pôr um de­bate acima da mesa, mar­car ter­ri­tó­rio e con­tra­pe­sar o dis­curso espanholista.

Começastes a vossa cam­pa­nha no Pico Sacro para rei­vin­di­car tam­bém fac­tos his­tó­ri­cos li­ga­dos à nossa ge­o­gra­fia como o 90 ani­ver­sá­rio da República Galega e o ple­bis­cito de au­to­no­mia do 36, a ideia é es­pa­lhar a cam­pa­nha por toda a ge­o­gra­fia galega?

Exato! Queremos que a gente se emo­ci­one quando veja a ban­deira, por isso mui­tos dos nos­sos atos vam ser em es­pa­ços em­ble­má­ti­cos para nós: Irímia onde nasce o Minho, Fisterra, Cabo Ortegal, o Berço e ire­mos mesmo a Braga. A ideia é es­tar pre­sen­tes em es­pa­ços que te­nhem para nós umha im­por­tân­cia sim­bó­lica como Carrral, Compostela ou Lugo.

Antes fa­la­vas de ti­mi­dez na hora de fa­zer vi­sí­vel a sim­bo­lo­gia. Só nos custa mos­trar a ban­deira ou re­nun­ci­a­mos a mais sim­bo­lo­gia própria?

É algo que em Projeto Estreleira te­mos bas­tante ana­li­sado, na Catalunha ou no País Basco es­tám muito or­gu­lhos­sos dos seus mon­tes, pi­cos e mon­ta­nhas, som es­pa­ços quase sa­gra­dos para es­tes paí­ses e há um ima­gi­ná­rio co­mum ar­re­dor de­les… Umha ne­ces­si­dade de co­nhecê-los e cul­miná-los, e quando saem à mon­ta­nha bas­cos e ca­ta­láns chan­tam a ban­deira ao che­ga­rem ao cume. Nós so­mos tí­mi­das até para ocu­par es­pa­ços sim­bó­li­cos, quando va­mos a Pena Trevinca a nin­guém se lhe ocorre le­var a ban­deira. Nós rei­vin­di­ca­mos ocu­par es­tes es­pa­ços e fazê-los nossos.

Qual o ob­je­tivo fun­da­men­tal deste Projeto e onde que­re­des chegar?

Procuramos é que a gente seja au­tó­noma, nós ini­ci­a­mos o pro­jeto mas que­re­mos que a gente o faga seu, que co­lham o re­levo e ali onde achem opor­tuno e in­tro­du­zam a nossa sim­bo­lo­gia. Quando o jor­nal A Gralha fijo a pri­meira ti­ra­gem de au­to­co­lan­tes de GZ no ano 96 foi as­sim, ao fi­nal mesmo as lo­jas de lem­bran­ças edi­tam os seus pró­prios GZ.

Também apre­sen­tas­tes nes­tes dias um mapa his­tó­rico da Galiza, ilus­trado por Leandro Lamas, em que con­siste o mapa?

O mapa se­le­ci­ona 35 fi­tos mar­can­tes da nossa his­to­ria, desde a guerra do fran­cês até o Nunca Máis, lui­tas obrei­ras, ini­ci­a­ti­vas cul­tu­rais ou epi­só­dios po­lí­ti­cos. Pretende ser umha fer­ra­menta for­ma­tiva para o con­junto do ga­le­guismo e um meio para fo­men­tar a nossa dig­ni­dade como povo.

O último de Contracapa

Ir Acima