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Quem quer turistas?

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Se bem a de­nún­cia da tu­ris­ti­fi­ca­çom e a gen­tri­fi­ca­çom está já a ca­lhar nas ci­da­des, an­tes de que os mo­vi­men­tos ur­ba­nos de­nun­ci­as­sem esta si­tu­a­çom as con­sequên­cias da tu­ris­ti­fi­ca­çom es­ta­vam já a vi­ver-se nas vi­las da costa. Nelas, to­dos os ve­raos che­ga­vam cen­tos de pes­soas des­co­nhe­ce­do­ras ou des­de­nho­sas da cul­tura e a lín­gua do sí­tio ao que che­ga­vam, as pro­pri­e­tá­rias de pi­sos re­ser­va­vam os mais cer­ca­nos às praias para es­tas pes­soas adi­nhei­ra­das, os con­ce­lhos cada vez iam pre­pa­rando umha pro­gra­ma­çom cul­tu­ral pen­sando no atra­tivo para as tu­ris­tas e o se­tor ho­te­leiro, e as tra­ba­lha­do­ras das ten­das e os di­ver­sos es­ta­be­le­ci­men­tos da vila re­bai­xa­vam ao mí­nimo a co­mu­ni­ca­çom atra­vés da lín­gua ga­lega. Nos ve­raos vive-se umha trans­for­ma­çom so­cial, eco­nó­mica e cul­tu­ral que tem como base o ocul­ta­mento da cul­tura e a iden­ti­dade galega.

Porém, já nom é umha ques­tom ape­nas dos ve­raos. Tal as­sas­si­nato da re­a­li­dade ga­lega e a ex­clu­som de se­to­res so­ci­ais mais em­po­bre­ci­dos do que o tu­rista vive-se di­a­ri­a­mente em ci­da­des e vi­las como as que som atra­ves­sa­das polo ca­mi­nho de Santiago. Entender o tu­rismo como mo­tor eco­nó­mico de umha po­pu­la­çom sig­ni­fica co­lo­car na cen­tra­li­dade da so­ci­e­dade pes­soas que po­dem gas­tar o di­nheiro que qui­ge­rem em co­mida, es­pe­tá­cu­los, ser­vi­ços e ha­bi­ta­çom. É di­zer, um es­quema eco­nó­mico ao que po­dem so­mar-se as eli­tes en­ri­que­ci­das do país mas onde fi­cam ex­cluí­das as clas­ses po­pu­la­res, a his­tó­ria e tra­di­çom dos lu­ga­res e qual­quer tipo de cons­tru­çom de vida em comunidade.

Às ur­ba­ni­za­çons de cha­lés ao pé da costa su­cede-lhe a des­tru­çom de bair­ros e o éxodo das pes­soas em­po­bre­ci­das afora dos cen­tros das ci­da­des, im­pondo-se as­sim lu­ga­res para o des­frute da gente pri­vi­le­gi­ada (e se algo som as tu­ris­tas som gente pri­vi­le­gi­ada). O tu­rismo nom é umha bo­lha, é a forma de ha­bi­tar o mundo das clas­ses do­mi­nan­tes e está a im­pri­mir de­si­gual­da­des e ex­plo­ra­çom nos ter­ri­tó­rios em que vi­ve­mos. A raiz do con­flito está se­men­tada mas só se ex­pli­cita quando as clas­ses po­pu­la­res se or­ga­ni­zam para re­a­pro­priar-se dos lugares.

 

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