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Rueda, de lugar-tenente a presidente eventual 

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Em Successiom to High Office, o an­tro­pó­logo bri­tâ­nico Jack R. Goody iden­ti­fi­cou três for­mas de su­ces­som: a her­dança di­nás­tica, a elei­çom e o no­me­a­mento. A her­dança di­nás­tica nom é alheia aos con­ser­va­do­res ga­le­gos, a con­ti­nui­dade go­ver­na­men­tal, até da­tas bem pró­xi­mas, da fa­mí­lia Baltar dá conta do seu ar­rai­ga­mento. Núñez Feijóo, como pre­si­dente do PPdeG, foi su­ces­sor eleito de Manuel Fraga. Pola con­tra, Rueda Valenzuela foi sim­ples­mente um no­me­a­mento de Feijóo. Foi ele quem o de­sig­nou sexto pre­si­dente da Autonomia galega. 

Desde 2009 Feijóo ji­ba­ri­zou todo ou­tro li­de­rado no PPdeG e na Xunta. Nengum dos seus co­la­bo­ra­do­res es­tava em con­di­çons de ocu­par o es­paço de po­der que ele mo­no­po­li­zou no par­tido e no Governo. Os epí­go­nos só ri­va­li­za­vam em sub­mis­som, ser­vi­lismo e falta de ini­ci­a­tiva. Rueda ocu­pou a va­cante de Feijóo por as­cen­som bu­ro­crá­tica na es­cala. Impujo-se a sua fo­lha de ser­vi­ços: umha dé­cada como vice-pre­si­dente, umha pro­vada le­al­dade a Feijóo como pre­si­dente ab­so­luto, e umha uti­li­tá­ria au­sên­cia de es­crú­pu­los. Rueda é um exem­plo es­te­lar da obe­di­ên­cia ser­vi­çal como car­reira po­lí­tica de su­cesso. Um en­tu­si­asta apo­lo­gista con­den­sou to­dos os seus mé­ri­tos: 6.000 dias ao ser­viço de Feijóo. 

Umha dé­cada como vice-pre­si­dente, umha pro­vada le­al­dade a Feijóo e umha uti­li­tá­ria au­sên­cia de es­crú­pu­los: Rueda é um exem­plo es­te­lar da obe­di­ên­cia ser­vi­çal como car­reira po­lí­tica de sucesso

De li­nha­gem con­ser­va­dora 
O jor­na­lista Fernando González Macias qua­li­fi­cou Rueda como um chico bien de Ponte Vedra. A sua fa­mí­lia, de sol­vente avo­engo con­ser­va­dor, fai parte da so­ci­e­dade pa­trí­cia ponte ve­dresa que se cita no Casino ou na ca­fe­ta­ria Blanco y Negro, onde, desde há dé­ca­das, se te­cem ami­za­des, pa­ren­tes­cos, todo-po­de­ro­sas in­fluên­cias e no­tá­veis car­rei­ras políticas. 

O seu pai, José Antonio Rueda Crespo, era um ho­mem do par­tido, en­ge­nheiro agró­nomo e chefe pro­vin­cial do Instituto Nacional de Reforma y Desarrollo Agrario (IRYDA), con­ce­lheiro de Alianza Popular em Silheda (1983–87), se­na­dor (1982–89) e mao di­reita de Mariano Rajoy quando pre­si­diu a Deputaçom de Ponte Vedra. Um no­tá­vel da no­men­cla­tura conservadora. 

Em 1986 Rueda Crespo apoiou a ma­lo­grada ope­ra­çom de Barreiro Rivas para for­çar a de­mis­som de Xerardo Fernández Albor. Fracassada a ten­ta­tiva, in­cor­po­rou-se com Barreiro a Coalición Galega e, após o re­vés elei­to­ral em 1989, aban­do­nou a pri­meira li­nha po­lí­tica. Graças aos bons ofí­cios de Xosé Cuíña foi re­a­bi­li­tado e aco­mo­dou-se no Partido Popular em co­me­ços dos anos noventa. 

Por via ma­terna, Rueda em­pata com ou­tra li­nha­gem que lhe re­sul­tou de me­nor in­te­resse e apro­vei­ta­mento po­lí­tico: é so­bri­nho neto de Ramóm de Valenzuela, mi­li­tante do Partido Galeguista e des­pois do PCE, quem após sa­far da re­pres­som fran­quista, fixo a guerra no quar­tel ge­ral do Quinto Regimento de Enrique Líster e se exi­lou na Argentina, epi­só­dios dos quais nos dei­xou tes­te­mu­nho em Nom agar­dei por nin­guém e Era tempo de apan­dar. 

Com a sua mae, Lola Crespo, e o seu pai, José Antonio Rueda Crespo, e umha das suas ir­más em Santo Bieito de Lérez, em Ponte Vedra.

Feijóo-Rueda, com­bi­na­çom ga­nha­dora
Os anais fa­mi­li­a­res re­gis­tam a pri­meira im­pli­ca­çom po­lí­tica de Alfonso Rueda como in­ter­ven­tor de Coalición Galega em apoio à cam­pa­nha de seu pai em 1989. Contodo, o seu cur­sus ho­no­rum co­meça nas Novas Xeracións em Ponte Vedra, que che­gará a pre­si­dir em 1993. Opositor de êxito, ao re­ma­tar os es­tu­dos de Direito ga­nha umha vaga de se­cre­tá­rio mu­ni­ci­pal que o le­vará até Cervantes, A Canhiza e Cambados. Concelheiro aci­den­tal em Ponte Vedra an­tes de ser no­me­ado chefe de ga­bi­nete de Xesús Palmou, con­se­lheiro de Justiza e Interior, Rueda as­sis­tirá a fim do fra­guismo como di­re­tor ge­ral de Administraçom Local. 

Palmou foi quem chu­fou Rueda pe­rante Feijóo para ocu­par a se­cre­ta­ria ge­ral do PPdeG em 2006. Desde aquela exer­ceu como in­fle­xí­vel or­ga­ni­za­dor da ma­quina de guerra elei­to­ral e so­cial do PPdeG e en­tre­gou-se a criar um par­tido à me­dida das as­pi­ra­çons pre­si­den­ci­ais de Feijóo pondo couto às  no­vas e ve­lhas baronias. 

A sua fo­lha de ser­viço re­gista três epi­só­dios ar­rou­ta­dos como um ‘kil­ler’ po­lí­tico cal­cu­la­dor e sem re­mor­sos: o as­salto de al­cal­des e con­ce­lhei­ros do PPdeG ao Parlamento ga­lego em no­vem­bro de 2005; a par­ti­ci­pa­çom na ma­ni­fes­ta­çom de ‘Galicia Bilingüe’ con­tra a po­lí­tica de nor­ma­li­za­çom do ga­lego em fe­ve­reiro de 2008 e a di­re­çom da cam­pa­nha suja elei­to­ral do 1M de 2009 com a qual Feijóo lo­grou a sua pri­meira mai­o­ria absoluta

A sua fo­lha de ser­viço re­gista três epi­só­dios ar­rou­ta­dos como um kil­ler po­lí­tico cal­cu­la­dor e sem re­mor­sos: o as­salto de al­cal­des e con­ce­lhei­ros do PPdeG ao Parlamento ga­lego em no­vem­bro de 2005; a par­ti­ci­pa­çom na ma­ni­fes­ta­çom de Galicia Bilingüe con­tra a po­lí­tica de nor­ma­li­za­çom do ga­lego em fe­ve­reiro de 2008 e a di­re­çom da cam­pa­nha suja elei­to­ral do 1M de 2009 com a que Feijóo lo­grou a sua pri­meira mai­o­ria ab­so­luta. Desde en­tom, Feijóo e Rueda acre­di­tá­rom-se como com­bi­na­çom ga­nha­dora. A sua de­di­ca­çom foi pre­mi­ada: con­se­lheiro no pri­meiro ga­bi­nete de Feijóo, vice-pre­si­dente desde 2001, su­ces­sor de­sig­nado em 2022. 

Presidente even­tual 
Rueda e Rosa Quintana, a ex-con­se­lheira de Pesca, som as úni­cas duas pes­soas que sen­tá­rom em to­dos os con­se­lhos da Xunta pre­si­di­dos por Núñez Feijóo. Ainda con­todo, nem os seus mais de­vo­tos ha­xió­gra­fos som quem de sa­li­en­tar atu­a­çons de re­levo de­vi­das à sua ges­tom como vice-pre­si­dente e con­se­lheiro da pre­si­dên­cia. Rueda é um ges­tor de iner­cias e ro­ti­nas. Ordem sem ta­lento. O seu des­lus­trado li­de­rado de­sa­couga mesmo a no­men­cla­tura conservadora. 

Quando acede à pre­si­dên­cia da Xunta fai-no as­sim com um baixo grau de co­nhe­ci­mento pú­blico e a umha ges­tom pouco va­lo­rada. De po­bre re­tó­rica e com um re­gisto emo­ci­o­nal plano, ofe­rece um li­de­rado abai­xado, bu­ro­crá­tico, de apou­cado ca­risma. Pesa-lhe umha al­tiva pose aris­to­crá­tica e a dis­tân­cia so­berba que guarda com a ci­da­da­nia ple­beia. Rueda imita os ad­mi­nis­tra­do­res co­lo­ni­ais que Éric Vuillard des­creve em Umha saída hon­rosa

Num mo­mento de eu­fo­ria, Alfonso Rueda qua­li­fi­cou o seu Executivo como “o me­lhor go­verno que existe em Espanha”. O Melhor Governo bri­lha na im­prensa en­co­miás­tica e pa­dece hor­ro­res quando se ava­liam em con­creto as con­sequên­cias das suas po­lí­ti­cas. A crise am­bi­en­tal cau­sada pola ver­te­dura de pel­lets do Toconao  dei­xou no­va­mente à luz a sua ab­so­luta in­com­pe­tên­cia. O con­ti­nuismo imo­bi­lista da pre­si­dên­cia even­tual de Rueda ace­lera o trân­sito ul­tra-con­ser­va­dor do au­to­go­verno mí­nimo cara ao  au­to­go­verno fan­tas­mal  da Pós-Autonomia. Rueda é  o can­di­dato da Coaliçom Imobilista, que gere os in­te­res­ses das gran­des cor­po­ra­çons eco­nó­mi­cas e go­verna a mai­o­ria dos meios de co­mu­ni­ca­çom na Galiza. No 18F de­ci­di­re­mos se há umha al­ter­na­tiva de mudança. 

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