Entrevista a Jenn Díaz, deputada no parlamento catalám pola Esquerra Republicana de Catalunya (ERC)
Como enfrentades em Esquerra este juízo?
Temos de afrontar o juízo como umha oportunidade; nom como Esquerra, como movimento. Em todo momento soubemos que a prisom das nossas companheiras e companheiros tem que ser-nos útil. Nom como moeda de troco, mas sim entendendo que a prisom tem sido motor de cámbio. Seja para internacionalizar o caso catalám, ou para tirar a máscara democrática dum estado demo-fóbico. As mudanças sociais nunca som indoloras, e o juízo é um preço que estám a pagar os nossos companheiros por um objetivo coletivo. Até aqui, a parte política. Emocionalmente é duro, porque é injusto que o preço tenham de o pagar só eles e elas. E a prisom preventiva e a indefensom jurídica gera-nos muita impotência.
Ser parlamentária de ERC hoje tem um risco. A repressom tem gerado medo dentro do partido?
É evidente que a repressom, no século XXI, num estado pretensamente democrático, com umha UE passiva, gera instabilidade. De primeiras porque, como dizia a ex-vice-presidenta espanhola, o que figérom foi descabeçar o movimento independentista. Mas, aos poucos, os partidos, os espaços, as lideranças vam-se refazendo. Em qualquer caso, ter medo, nom é vergonha nengumha. É humano, e dedicar-nos à política nunca devera desumanizar-nos. Ter medo, mostrá-lo, devera ser o mais normal. Feminizar a política também quer dizer isso: mostrar a vulnerabilidade, entender que as emoçons nom som sintoma de debilidade, mas de humanidade. A pergunta é se o medo paralisa. A resposta é nom.
Com os resultados nas eleiçons espanholas, qual será a vossa posiçom frente ao PSOE?
O resultado das eleiçons espanholas deixa umha mensagem clara: na Catalunha queremos decidir o nosso futuro, e nom vam ditá-lo em Madrid. Pedro Sánchez dizia que os cataláns nom queriam a independência, e tingimos o mapa de amarelo, em contraste com o resto do estado. Acho que com este resultado, à espera das municipais e europeias, Esquerra tem mais força do que nunca, e depende do PSOE entender que sem umha via política, democrática e pacífica para o conflito da Catalunha, Espanha nom vai ser estável. Sem negociaçom, diálogo, respeito, e sem abandonar a política de titulares e gestos superficiais, nom vamos sair adiante nós, mas o projeto de Espanha tampouco.