No passado 5 de junho, dia mundial do Meio Ambiente, milhares de pessoas manifestamo-nos em Compostela por um modelo de desenvolvimento eólico justo, sustentável e no qual as pessoas afetadas podamos exercer o nosso direito de participaçom pública. Por segundo ano consecutivo, a Coordinadora Eólica Así Non, conformada por 217 coletivos, juntou-se numha mostra de diversidade e dignidade, unida pola reivindicaçom de que temos alternativa.
A manifestaçom tivo repercussom nos meios e fomos vistos por entidades estatais e internacionais como um referente na luita que se dará nos seus territórios. Naturalmente, nom todas as reaçons fôrom positivas: fomos acusadas injustamente de estar em contra das energias renováveis e também de paralisar umha transiçom energética que evitaria a emissom de altas quantidades de CO2.
Precisamente, somos partidárias da substituiçom dos combustíveis fósseis por energias renováveis para reduzir a emissom de gases de efeito estufa. Contodo, sabemos que as energias “limpas” ou “verdes” nom estám carentes de impactos; por exemplo, as emissons de metano que se produzem nos encoros. Levando em conta que qualquer energia produz impactos, o melhor jeito de evitar emissons é a poupança, seguida de maximizar a eficiência e a autossuficiência. Nesta linha nom fai muito sentido que seja na Galiza, onde já produzimos desde o 2020 mais energia elétrica da que consumimos, onde suportemos a implantaçom massiva de projetos eólicos por terra e mar.
Num contexto de mudança climática, urge adaptar-nos a esta situaçom de emergência agindo em várias frontes
Na atualidade, enfrentarmo-nos à enxurrada eólica é a luita pola defensa ecológica da Galiza. Graças ao apoio de múltiplos coletivos afetados, esta luita tem maior repercussom. Mas ADEGA e o conjunto do movimento ecologista somos conscientes de que a situaçom ambiental do nosso país enfrenta múltiplas ameaças que cumpre nom esquecer. Num contexto de mudança climática onde as catástrofes ambientais serám cada vez mais frequentes e graves, urge adaptar-mo-nos a esta situaçom de emergência agindo em várias frontes, tais como a luita contra as espécies exóticas invasoras, nomeadamente o Eucaliptus (que converte umha quinta parte da superfície galega numha polvoreira), a melhora do subministro de água em suficiente quantidade e qualidade, o saneamento das rias, a retirada de infraestruturas da linha de costa ou a melhora da gestom dos resíduos.
Para mitigar a mudança climática mundial devemos agir localmente, conservando os nossos bosques, turfeiras e pântanos, os quais nos proporcionam benefícios ecossistémicos como servir de esgoto de CO2. Temos a sorte de ter umha biodiversidade con espécies e habitats que som joias únicas no planeta; para preservá-las, é necessário que as Administraçons aumentem a superfície de zonas protegidas e que fagam efetivos os planos de conservaçom. Porém, como ecologistas, somos conscientes de que para reverter a situaçom ambiental da Galiza já nom chega com conservar: necessitamos restaurar a nossa natureza e desde ADEGA já passamos à açom.