
A livraria da Proencia é mais do que uma livraria. A sua dona, Paula Vázquez, espera que, dentro de mui pouco, seja um centro cultural para todas as pessoas que moram na paróquia de Proendos, e para as que chegam de visita a este lugar da Ribeira Sacra.
Que é a Livraria da Proencia?
Mais que ser só umha livraria, a idea é que A Proencia se converta num centro na paróquia de Proendos. Que seja um espaço para a interpretaçom da história desta paróquia –que ademais tem todas as épocas históricas da Galiza concentradas–, para a cultura, para eventos e para comprar livros baseados, sobretudo, en temas da zona.
O espaço físico aínda nom está ativo?
Nom, por enquanto a livraria funciona, mas sem local. Tenho umha casa labrega no centro de Proendos e ando na procura de financiamento para rehabilitá-la. Por enquanto funcionamos por internet e mediante eventos nos arredores.
Como nasce este projeto?
Tenho dous meninos. Quando tinham meses, comecei a pensar em a que podia dedicar-me para combinar os cuidados com o trabalho. Falando com a bibliotecária de Sober –que tem recebido prémios María Moliner e é muito dedicada na dinamização da leitura— díixo-me: «olha, cá em Sober nom há livraria!». E, puxando do fio, foi surgindo a ideia. Aliás, como estou cursando o ciclo superior de turismo cá em Monforte, a ideia é conseguir o bilhete de guia oficial para fazer visitas guiadas pola zona e combinar ambas as cousas. Esta paróquia é um lugar excepcional quanto a restos históricos e arqueológicos: está a escavar-se agora um espaço romano e temos o hórreo romano mais grande do noroeste peninsular a 300 metros da livraria.
Apostais em livros e produtos locais, também.
Sim. De momento vendemos também artesania de Gundivós, que é umha maravilha porque é umha olaria em torno baixo das mais antigas do estado. Uma das oficinas que há em Sober está aqui, na paróquia de Proendos e vendemos as suas peças através da internet. Quando tiver o local, a ideia é servir de mostruário para os artesãos e artesãs locais. Depois, também temos guias turísticas das proximidades, romances que tratam sobre a zona, promovemos autorias locais…
Parece que umha livraria no rural é uma cousa pouco comum.
Sober é umha zona bastante dinâmica a nível cultural, acho que por impulso do associativismo de base. Aqui partimos da ideia de que no rural temos os mesmos direitos de acesso a qualquer tipo de cultura que na cidade. Por outra parte, hoje podes vender online e obter produtos que talvez só obtinhas antes no âmbito urbano –sem pretender que te cheguem instantaneamente, porque isso também é à custa de umhas condiçons laborais precárias–. Tudo parte de reivindicar que temos direito a fazer cultura no centro de umha paróquia rural. A desgraça é que nom o tenhamos em serviços. Som necessários serviços públicos mais desenvolvidos na nossa zona. Por vezes é difícil e acha-se a faltar mais gente e mais oportunidades de emprego, mas apostamos por viver aqui de negócios que, teoricamente, só estám nas cidades.
Algum evento que tenhais já no calendário?
Temos eventos regularmente e participamos também em eventos da zona. Há pouco fizemos um de poesia na praça da paróquia que foi muito lindo! Em 2 de junho temos o lançamento de um romance editado pola livraria –fazemos também labor de ediçom– e no final de junho participamos no festival Son da Aldea. Em julho há umha colaboraçom com Entrelibros, umha livraria de Monforte, para apresentar literatura fantástica no Festival Fanzine de Lemos.