No ano 2007 nascia Galiza Contrainfo, umha iniciativa independente, nom comercial e autogerida de contra-informaçom audiovisual galega. Neste mesmo ano, Facebook tornava-se um fenómeno de massa, algo que marcaria o início dumha nova forma tanto de comunicaçom quanto de jeitos de informar: através das redes sociais. Para o âmbito do audiovisual, o nascimento destas redes marcaria uma mudança fundamental e imparável: a democratizaçom da criaçom de vídeos. O que implica isto para o setor audiovisual na Galiza?
Internet: a nova plataforma audiovisual
Se bem que no início a TVG fosse o espaço fundamental para os conteúdos audiovisuais em galego na Galiza, com o auge de plataformas como Youtube, Facebook ou Twitter o canal público perde protagonismo. Agora, a ‘televisom’ passa a ser Internet e em Internet —em princípio— qualquer pessoa pode criar conteúdos. É no 2011-12 quando se começa a falar de meios de comunicaçom alternativos, caraterizados por estarem online e por utilizarem muitas vezes a licença ‘Creative Commons”. Por outro lado, nestas novas plataformas os conteúdos parecem chegar a mais pessoas do que nunca antes. Nascem assim a própria Galiza Contrainfo, ou as agora inativas Olho Livre e Lentes Diverxentes —entre outras—, todas elas caraterizadas polo seu caráter contrainformativo, independente e sem fins lucrativos, em luita constante com a informaçom hegemónica que dominara até entom o âmbito audiovisual da Galiza. Este início está, portanto, muito marcado por um audiovisual “ao pé da rua”, de defensa do galego, formado por pessoas que som na maioria ativistas e que querem mostrar a realidade que os meios de comunicaçom de massas mais convencionais omitem nas suas informaçons.
É por volta de 2011 quando se começa a falar de meios de comunicaçom alternativos, caraterizados por estarem ‘online’ e por utilizarem muitas vezes a licença ‘Creative Commons’
Com o fechamento da Casa das Atochas da Corunha no ano 2011, é publicado O fotograma vermelho, um escrito em que se anuncia a criaçom dumha peça audiovisual em memória da própria Casa, na qual participam muitos coletivos e criadoras galegas; nesse texto som especificados vários traços fundamentais das projeçons. O primeiro é a “especial relevância e incidência hoje do conglomerado audiovisual como meio expressivo-comunicativo de massas e a nossa possibilidade de intervençom mediante o seu uso no espaço público em todas as suas dimensons”. Mas, ao mesmo tempo, esta publicaçom também fala da “sobrecarga de imagens” que vai à par desta democratizaçom audiovisual. Nesse momento os conteúdos som já cada vez mais numerosos e começa a sobrecarga informativa em que nos encontramos hoje.
Nos últimos anos estám a emerger novos tipos de redes sociais, mais rápidas e com vídeos de um ou dous minutos, onde as pessoas falam ou fam testemunho do seu dia a dia
A chegada de TikTok e Twitch: os vídeos “testemunho”
Nos últimos anos, Facebook e Youtube estám a ver desaparecer o grosso do seu público, que se está a mudar a outro tipo de redes sociais, mais rápidas ainda e caraterizadas por conterem vídeos de um ou dous minutos onde as pessoas falam ou fam “testemunhos” do seu dia a dia. Mas nelas também há informaçom. Twitch, particularmente, está tomando força como um espaço onde mesmo partidos políticos e meios de comunicaçom convencional informam, embora dum jeito mais interativo, já que as espetadoras podem perguntar ou comentar em tempo real aquilo de que se está a falar. O que implicará isto para o audiovisual galego? Esta nova vaga de redes sociais vai ser um novo desafio. Pode implicar outro passo mais na democratizaçom da informaçom, e mesmo no uso do galego nas redes sociais para chegar a mais pessoas. Mas também pode ter perigos, pois numha forma de informar tam rápida e rodeada de tantas distraçons, a informaçom rigorosa parece cada vez mais complicada.