Deste modo definiu Yolanda Díaz o dia em que assinou o acordo de medidas urgentes para a reforma laboral. Um dia histórico em que, segundo a ministra, se recuperaram direitos, mas que conta coa oposiçom frontal do sindicalismo de classe de todo o Estado e que é defendido por Antonio Garamendi por ser garante da “liberdade de empresa, seguridade jurídica e paz social”. E essa é a chave, a prevalência da paz social.
Desde que começaram coas negociaçons escuitamos a importância da mesa de diálogo onde a CEOE, CEPYME, CCOO, UGT e governo de Espanha decidiam o futuro da classe trabalhadora, da maioria. “Quando há um grande acordo do diálogo social, homem, respeite-se”, diziam representantes do governo. E entom trucarom a baralha, porque já nom era responsável lembrar as promesas de derrogaçom e porque já nom era a reforma do governo: era a de todas. Mas que acontece se nom respeitamos a quem sentou a falar, se estamos fartas de trapaças?
A Comissom Europeia nom assinou, mas tamém tinha umha cadeira reservada. Assim o explicam no preâmbulo do Real Decreto, onde enmarcam a proposta dentro do Plano de Recuperaçom, Transformaçom e Resiliência. É dizer, dentro da chantagem para poder aceder aos fundos europeios a cambio de aplicar políticas económicas neoliberais que nos vendem como políticas para conseguir um mercado de trabalho com ‘umha estrutura mais resiliente que permita enfrontar com êxito outras possíveis crises’. Porque quem quere blindar direitos e garantir condiçons de trabalho dignas quando pode ter a capacidade quase mágica de superar as adversidades com boa vontade?
Os problemas que supom esta reforma som já bem conhecidos, estám analisados polos sindicatos e assessorias jurídicas: as indemnizaçons por despedimento continuam igual, nom se recuperam os salários de trámite nem a autorizaçom administrativa dos ERE, a negociaçom coletiva segue a ser estatal… “A essência da reforma laboral de 2012 preservou-se intacta” aclara-nos, de novo, Garamendi.
De novo o mantra que levamos escuitando desde que começou a pandemia: a nom-confrontaçom, a adaptaçom aos novos cenários, o sair de nom-se-sabe-jáonde todas juntas
E fronte a todo isto, a lógica da derrota. De novo o mantra que levamos escuitando desde que começou a pandemia: a nom-confrontaçom, a adaptaçom aos novos cenários, o sair de nom-se-sabe-já-onde todas juntas. As figuras retóricas que nos afastem do incêndio. Perder umha outra oportunidade histórica e conformar-nos com migalhas quando o que precisamos som ferramentas para combater a miséria. Porque, e explica‑o desta vez a própria Ministra de Trabalho, “quem faga fracassar a reforma terá que explicar-lho aos trabalhadores”, porque melhor isto do que manter a lei do PP, porque “todo em política queda curto, mas sempre digo que as grandes mudanças hai que dá-las com tranquilidade”. E está claro que quem tem todo dado nem se preocupa por mirar a hora, mas quem batalha cada dia por chegar a tempo ao trabalho, por compatibilizar as horas extras nom pagas com os cuidados, por mirar a quanto está a tarifa da luz nas horas em que precisamos da eletricidade… essas nom podem perder o tempo.