Para este momento vou oferecer-nos um quarto próprio (que é importante) e um jogo. Como é nosso, sabes que podemos estar e fazer nele o que quigermos; como estarmos juntxs ou contar-nos algumhas cousas básicas, como quando despregamos um jogo de mesa e acordamos as regras. Por exemplo: “que tal estás para que compartamos o quarto? Há algo que seja mais importante para ti ou queiras que eu saiba?”. Assim ambxs compartilharemos a informaçom e vamos criando regras. “Tés algum desejo ou algo que che apeteça fazer?” Há algo que nom queiras que suceda?” Isto último, com certeza, fica fora do quarto, se nom nom seria um jogo! E nós estamos aqui para desfrutar! Para desfrutar muito, de facto, e para isso o primeiro e indispensável é sentir-nos bem: com bom trato, boa vibra, confiantes e seguras.
Podemos tomar o quarto como um contato erótico entre ti e mais eu, esse onde somos conscientes um do outro e compartilhamos umha comunicaçom visual, verbal… física, diferenciada da qual estamos a partilhar com outras pessoas e com elementos de desejo, fantasia, seduçom, exitaçom, prazer, intimidade, curiosidade, jogo… Um jogo do momento que pode ir mudando, ser sempre o mesmo ou diferente a cada vez.
Para este jogo, temos o quarto com umha luz muito ténue e cálida, onde vemos os nossos corpos mais como se vê com a luz das candeias do que a luz do sol. Temos duas lanternas e as paredes do quarto cheias de imagens. Ligamos as lanternas para iluminar o chao, a distância com a que nos sentimos cómodas para jogar: pode ser a distância que fica entre tu e mais eu se estiramos os braços e de aí, jogar à seduçom, a aquecer-nos sem tocar-nos, a excitar-nos para fazer-nos palpitar e molhar-nos, a dançar uma frente a outra ou a masturbar-nos cada quem a si própria. Ou pode ser a distância em que sentimos as nossas respiraçons, para narrar-nos todo o que nos excita dx outre, todo o que estamos a fazer-lhe na nossa imaginaçom. Pode ser que escolhamos um jogo corpo a corpo, em que tocar-nos, mover-nos, morder-nos, esfregar-nos… e sentir o corpo da outra por todas as partes do meu.
Com a luz da lanterna alumiamos as partes dos nossos corpos com as quais, aqui e agora, queremos brincar. Pode ser que eu ilumine apenas os meus beiços, porque gosto imenso de beijar, lamber, dizer-nos, gemer, sentir-te, respirar em mim e porque quero dedicar toda a minha atençom a saborear-te. Pode que tu alumies o teu corpo e eu use a minha boca para percorrer-te, sentir-te e estimular-te. Ou pode que te ilumines a pele com a roupa interior posta, porque hoje nom queres jogar com os teus genitais diretamente ou porque nom te sentes confortável com essa parte do teu corpo, ou queres ser só tu quem a toque. Pode ser que se amanhá voltamos ao quarto queiramos penetrar-nos com dildos artesanais de cores e curvas feitas para gozar. Todo está bem! Este é o nosso quarto próprio, com acordos próprios que figemos para desfrutar muito.
Que bom que no nosso quarto cuidamos mais os acordos que num jogo de mesa, nom é? Gosto muito de como fazemos isto. Quero seguir fazendo‑o!