Periódico galego de informaçom crítica

Ventos de resistência perante o desembarco eólico

por
al­berto lópez

Em 2019 iniciou-se umha nova vaga de construçom de parques eólicos no nosso país, atingindo atualmente a potência total instalada os 4.000 MW. Atualmente dúzias e dúzias de novos projetos empresariais para a construçom de parques por todo o país estám a ser tramitados polas administraçons autonómica e estatal, que somariam em total uns 3.500 MW. Coletivos ecologistas e de defesa do território preparam-se para enfrentar esta avalancha e frenar o espólio eólico. 

A no­tí­cia de que há um pro­jeto de par­que eó­lico num de­ter­mi­nado ter­ri­tó­rio co­lhe de sur­presa. Costuma acon­te­cer quando se pom a ex­po­si­çom pú­blica, na web da Conselharia de Meio Ambiente, a do­cu­men­ta­çom ini­cial para a tra­mi­ta­çom am­bi­en­tal. Assim, som as or­ga­ni­za­çons e ati­vis­tas de de­fesa do meio am­bi­ente as pri­mei­ras em agir e dar a voz de alarme. Para Maria Osório, da as­so­ci­a­çom Rente ao Couce, de Bezerreá, existe “um claro obs­cu­ran­tismo” ar­re­dor dos no­vos pro­je­tos eó­li­cos e de­nun­cia que “po­des ter perto um pro­jeto eó­lico bas­tante avan­çado e ao me­lhor nom ti­ve­ches oca­siom de pôr nen­gum tipo de alegaçom”.

Em Bezerreá foi gra­ças ao aviso de umha as­so­ci­a­çom de Triacastela que re­pa­rá­rom na quan­ti­dade de pro­je­tos eó­li­cos que so­bre­voam o con­ce­lho. Assim, há 6 pro­je­tos de par­ques eó­li­cos, al­guns de­les com ae­ro­ge­ra­do­res tam­bém em con­ce­lhos co­lin­dan­tes. “O que está mais avan­çado, se­gundo sa­be­mos, é o da serra do Furco, que som 7 ae­ro­ge­ra­do­res de 170 me­tros. O to­tal dos pro­je­tos eó­li­cos im­pli­ca­ria que se vam ins­ta­lar no con­ce­lho 295,4 MW”, ex­pom Osório.

O Observatório Eólico Galego con­ta­bi­li­zou 36 pro­je­tos que su­pe­ram os 50 MW e que ini­ciá­rom o pro­ce­di­mento pe­rante o mi­nis­té­rio es­pa­nhol de Transiçom Enegética

Um des­ses par­ques atinge os 106MW de po­tên­cia polo que, aos su­pe­rar os 50 MW, a sua tra­mi­ta­çom cor­res­pon­de­ria à ad­mi­nis­tra­çom es­ta­tal. Segundo anun­ciou o Observatório Eólico Galego (OEGA) em de­zem­bro de 2020, as em­pre­sas pro­mo­to­ras de par­ques eó­li­cos ini­ciá­rom pro­ce­di­men­tos para so­li­ci­tar ao mi­nis­té­rio es­pa­nhol de Transiçom Energética a au­to­ri­za­çom de me­ga­par­ques. A OEGA con­ta­bi­li­zou 36 pro­je­tos des­tas di­men­sons na Galiza, que so­ma­riam uns 2.500 MW. Neste tipo de pe­ti­çons está a ter um es­pe­cial pro­ta­go­nismo a Greenalia ‑onde tra­ba­lha como di­re­tora de de­sen­vol­vi­mento cor­po­ra­tivo a ex-con­se­lheira de Meio Ambiente Beatriz Mato‑, ade­mais de gran­des em­pre­sas já pro­pri­e­tá­rias da ener­gia eó­lica do nosso país, como Iberdrola ou EDP

Exposiçons pú­bli­cas

O que acon­te­ceu neste con­ce­lho dos Ancares está a acon­te­cer em mui­tos con­ce­lhos do país. Leandro del Río, da as­so­ci­a­çom ‘Nom aos eó­li­cos em Ordes’, ex­pom que é ne­ces­sá­rio fa­zer um se­gui­mento das ex­po­si­çons pú­bli­cas e ex­plica al­guns dos pas­sos a se­guir na luita vi­zi­nhal con­tra os pro­je­tos eó­li­cos: “Há umha pri­meira ex­po­si­çom com o do­cu­mento de iní­cio. Esse é o mo­mento de ter co­nhe­ci­mento da si­tu­a­çom e co­me­çar a mo­bi­li­zar-se. Mais tarde chega a ex­po­si­çom pú­blica do pro­jeto e da de­cla­ra­çom am­bi­en­tal e aí apre­sen­tam-se ale­ga­çons. Logo há um úl­timo passo que é umha vez que te­nham apro­vada a DIA ana­lisá-la e se é o caso recorré-la”.

Voltando aos Ancares, Maria ex­pom que foi o pes­soal or­ga­ni­zado da co­marca quem re­a­li­zou a pri­meira ba­te­ria de ale­ga­çons, e que os se­guin­tes pas­sos se­rám ati­vi­da­des de cons­ci­en­ti­za­çom, como um ro­teiro pola Serra de Furco e pa­les­tras, mas tam­bém umha pro­posta de al­ter­na­ti­vas de fu­turo para a co­marca, na qual ainda es­tám a trabalhar.

Maiores di­men­sons

Os no­vos par­ques eó­li­cos que se pro­je­tam te­nhem gran­des di­fe­ren­ças tec­no­ló­gi­cas com os já ins­ta­la­dos. “Quando se apro­vou o Plano sec­to­rial eó­lico ‑em 1997- os ae­ro­ge­ra­do­res nom che­ga­vam a 1 MW e eram tor­re­tas de 35–50 me­tros. Neste mo­mento os ae­ro­ge­ra­do­res es­tám em 5,4–5,7 MW e es­ta­mos fa­lando de ae­ro­ge­ra­do­res que te­nhem 200 me­tros de al­tura na ponta da pá”, sa­li­enta Leandro del Río, quem afirma que te­rám um im­pacto muito mais potente.

Del Río in­dica tam­bém umha prá­tica ha­bi­tual das pro­mo­to­ras dos par­ques nes­tas tra­mi­ta­çons: a frag­men­ta­çom dos mes­mos dando lu­gar a pro­je­tos que nom atin­gem os 50 MW, pois de fazê-lo te­riam que so­li­ci­tar au­to­ri­za­çom pe­rante o mi­nis­té­rio es­pa­nhol de Transiçom Energética. “Na co­marca de Ordes, desde Lesta que está num ex­tremo até Vilasantar vai-se criar toda umha bar­reira de par­ques eó­li­cos bru­tal, com ae­ro­ge­ra­do­res de 200 me­tros de al­tura. Isso é inas­su­mí­vel para umha po­pu­la­çom”, afirma.

Neste mo­mento os ae­ro­ge­ra­do­res es­tám en­tre 5,4 e 5,7 MW e es­ta­mos fa­lando de ae­ro­ge­ra­do­res que te­nhem 200 me­tros de al­tura na ponta da pá”

O tra­ba­lho de opo­si­çom po­pu­lar está con­se­guindo criar re­des de apoio e co­la­bo­ra­çom, como Por um Rural Vivo, que nas­ceu em 2019, e a mais re­cente STOP Eólicos. Entre as açons a de­sen­vol­ver en­con­tra-se le­var até o Parlamento eu­ro­peu o Plano se­to­rial eó­lico, ao con­si­derá-lo ob­so­leto res­peito às atu­ais le­gis­la­çons am­bi­en­tais. Outra ini­ci­a­tiva que aglu­ti­nou mais de 50 co­le­ti­vos foi o Manifesto ‘Aldeias com Horizonte’ pola mo­ra­tó­ria de no­vos par­ques eó­li­cos e por um novo mo­delo de de­sen­vol­vi­mento eó­lico para Galiza. 

Despeçamento: Golpes judiciais às promotoras eólicas

Destruiçom do monte para ins­ta­lar um par­que eólico.

Algumhas pa­ra­li­sa­çons de par­ques eó­li­cos che­gá­rom atra­vés dos jul­ga­dos. Em de­zem­bro do ano pas­sado o Tribunal Superior de Justiça da Galiza (TSJG) es­ti­mou os re­cur­sos apre­sen­ta­dos po­las or­ga­ni­za­çons eco­lo­gis­tas con­tra o par­que eó­lico do Iríbio. Neste caso, a Fergo Galicia Vento pre­ten­dia cons­truir com umha Declaraçom de Impacto Ambiental apro­vada em 2007 um pro­jeto eó­lico mo­di­fi­cado em ju­lho de 2019, mas os jul­ga­dos anu­lá­rom a autorizaçom.

En no­vem­bro do ano pas­sado, tam­bém o TSJG anu­lava a au­to­ri­za­çom con­ce­dida pola Junta ao par­que eó­lico Sasdónigas, da Norvento, si­tu­ado nos con­ce­lhos de Mondonhedo e Abadim. Segundo a sen­tença, houve umha frag­men­ta­çom em duas par­tes deste par­que que im­pe­dia fa­zer umha ava­li­a­çom am­bi­en­tal ajei­tada. A sen­tença, que nom é firme, sa­li­en­tava que a par­ti­lha de ele­men­tos de eva­cu­a­çom in­di­ca­vam que se tra­tava de um único parque. 

Segundo sa­li­en­tam fon­tes dos co­le­ti­vos de de­fesa do ter­ri­tó­rio som este tipo de sen­ten­ças con­tra a frag­men­ta­çom dos pro­je­tos as que po­dem ter mais re­per­cu­sons para a luita con­tra o es­pó­lio eó­lico. Existe tam­bém umha sen­tença do Tribunal Supremo, emi­tida em 2017, que ava­lava ou­tra sen­tença an­te­rior do Tribunal Superior de Justiça de Castela e Leom onde era anu­lada a au­to­ri­za­çom ad­mi­nis­tra­tiva a um pro­jeto eó­lico ao en­con­trar-se umha “frag­men­ta­çom artificiosa”. 

Por ou­tra banda, em fe­ve­reiro deste ano o TSJG or­de­nava a pa­ra­li­sa­çom cau­te­lar da tra­mi­ta­çom da li­cença de cons­tru­çom de um par­que eó­lico em Maçaricos. O re­curso fora apre­sen­tado polo pró­prio con­ce­lho por in­cum­prir os ar­ti­gos da Lei de Montes de 2012 que proíbe du­rante 30 anos a mu­dança de usos de ter­re­nos quei­ma­dos por in­cên­dios florestais.

O último de Os pés na terra

Ir Acima