Depois de meses de luita e a repercussom em todo o país, a Conselharia de Saúde viu-se na obriga de dar marcha atrás ao seu plano de desmantelamento da saúde publica no meio rural. A comarca reagiu perante o feche da sala de partos com mobilizaçons sem precedentes que implicárom sindicatos, coletivos feministas e de criança respeitosa.
Desde que o feche da sala de partos foi efetivo o dia 1 de dezembro a comarca de Verim, feudo tradicional do PP organizou umha luita que se difundia rapidamente por todo o país para alertar do desmantelamento de serviços do rural galego de maos do PP. A manifestaçom mais numerosa reuniu 20.000 pessoas pessoas nas ruas de Verim.
O cenário estava bem preparado: argumentos da Conselharia de Saúde que assinalavam critérios de segurança para o bebé por falta de pediatra, um gerente – Miguel Abad- próximo ao PP que havia facilitar o feche e a própria vila onde se localizava o conflito, feudo tradicional da direita galega no país. Mas o conflito tornou como um bumerangue ao PP com três pedras angulares: o feminismo, a saúde pública e o desmantelamento do rural. Mesmo o gerente viu-se obrigado a demitir pola presom social e o seu posto foi ocupado pola já reformada Guillermina Agulha, que agora junto com o presidente da Deputaçom de Ourense, José Manuel Baltar, aponta-se o triunfo da reabertura.
Plataformas coma SOS Sanidade Pública, a Marcha Mundial das Mulheres, diferentes associaçons de criança e de apoio ao aleitamento materno e os principais sindicatos coordenárom-se para explicarem os interesses que havia trás o feche da sala de partos, mas também para alertar dos perigos que este supunha, como enviar a dar a luz às mulheres da comarca de Verim ou das comarcas limítrofes a centos de quilómetros.
O conflito tornou como um bumerangue ao PP com três pedras angulares: o feminismo, a saúde pública e o desmantelamento do rural. Mesmo o gerente Miguel Abad viu-se obrigado a demitir pola presom social e o seu posto foi ocupado pola já reformada Guillermina Agulha, que agora junto com o presidente da Deputaçom de Ourense, José Manuel Baltar, aponta-se o triunfo da reabertura.
“Isto vai-se cobrar vidas, de mulheres e de bebés”, alertava Sonia Álvarez da associaçom em favor do aleitamento ‘Arrolos de teta’ e argumentava: “ Até o de agora houvo por sorte partos fáceis com decisons dolorosas coma separar a criança da mae, mas estamos falando de que umha mulher em processo de parto é imprevisível, pode durar dez minutos ou doce horas. O percurso de Verim a Ourense fai-se em 45 minutos, em boas condiçons, mas falamos dumha estrada onde abundam as geadas e a neve. Mas aqui também venhem mulheres do Bolo, por exemplo, que tardariam em chegar a Ourense umha hora e quarenta e cinco minutos em boas condiçons. O parto in itineri está contraindicado. Isto vai contra toda segurança da mulher e da criança porque em Ourense tampouco há UCI pediátrica e se o bebé nasce com algum problema como umha cardiopatia teria que ser trasladado novamente a Vigo”.
Durante os dous meses que permaneceu fechada a sala houvo três partos no Hospital de Verim com decisons polémicas que trascendérom aos meios e que enfrentárom ademais matronas e pediatras por critérios profissionais. Os partos fôrom atendidos por ginecólogos que se negárom a enviar mulheres a Ourense polo imediato do mesmo e com mediaçom do juiz de guarda. Ademais houvo um parto em que se denunciou a separaçom da mae e o bebé por decisom da pediatra chegada de Ourense de urgências em ambulância. Este protocolo indignou matronas e associaçons de criança pola importância do pele com pele nas primeiras horas de vida para a mae e o bebé.
Durante os dous meses que permaneceu fechada a sala houvo três partos no Hospital de Verim com decisons polémicas que enfrentárom matronas e pediatras por critérios profissionais. Os partos fôrom atendidos por ginecólogos que se negárom a enviarem mulheres a Ourense polo imediato do mesmo e com mediaçom do juiz de guarda.
A decisom de fechar a sala de partos argumentava-se em que o hospital ficara sem pediatras. Este critério responde a um protocolo do Sergas que requer a presença de pediatra no parto, mas este argumento foi contra-argumentado tanto por matronas como por associaçons de criança natural que indicam que num parto desenvolvido em condiçons normais só som necessárias as matronas e um ginecólogo. Se o bebé sofrer algum problema grave que requerer operaçom ou ingresso em UCI pediátrica no Hospital de Ourense tampouco existe.
A CIG situa o verdadeiro interesse em fechar a sala de partos em critérios exclusivamente de rendibilidade económica, como indica Fernando Rivas: “ Verim nom era rendível, aqui atendem-se umha media de 60 partos ao ano, no ano passado de facto figera-se um investimento na sala de partos com novas camas e banheiro para facilitar o parto natural, mas o PP prefere apostar no feche e acabar com as perdas. A aposta do PP é o eixo atlântico, o rural só lhe supom gastos, e se tem que gastar vai gastar nas pessoas maiores que é quem os votam, as mulheres e as crianças som cidadás de segunda”.
A cobertura das duas vagas de pediatria em menos de um mês permitiu reabrir a sala de partos, o que pom de manifesto que a presom social desenvolvida polas vizinhas do rural no ano em que se disputa o poder em Sam Caetano foi um primeiro aviso para o PP na nom renuncia de direitos já adquiridos como os serviços públicos.
A CIG di que para atender os partos até agora trasladava-se um pediatra de guarda em Ourense que se somava ao pediatra com o que contava até finais de novembro Verim, de mais de 65 anos, que deixou a vaga. A CIG denuncia que os contratos de pediatria em Verim eram renovados cada mês durante três anos “o que nom permite fazer nengum tipo de planificaçom vital” tal e como indica Fernando Rivas.
A cobertura das duas vagas de pediatria em menos de um mês permitiu reabrir a sala de partos, o que pom de manifesto que a presom social desenvolvida polas vizinhas do rural no ano em que se disputa o poder em Sam Caetano foi um primeiro aviso para o PP na nom renuncia de direitos já adquiridos como os serviços públicos.
Cronologia do conflito
22 de novembro: Sergas anuncia o feche da sala de partos de Verim por motivos de segurança no parto
1 de dezembro: 20.000 pessoas saem à rua em Verim numha manifestaçom contra o feche
2 de dezembro: Trabalhadoras e vizinhas iniciam um feche que dura mais de 50 dias no hospital comarcal
4 de dezembro: Baltar, presidente da deputaçom de Ourense, critica publicamente Feijó pola decissom de fechar o Hospital
11 de dezembro: Ás 5.00 da manhã nasce o primeiro bebé após o feche da sala de partos com mediaçom do juiz de guarda. Mae e filho eram deslocados a Ourense horas depois, por separado. Diversas organizaçons denunciam esta medida
18 de dezembro: O feche do hospital de Verim ocupa a sessom do parlamento com críticas de todos o grupos parlamentários a Feijó, que segue argumentando motivos de segurança para as maes e bebés pola falta de pediatras
27 de dezembro: O gerente do Hospital Miguel Abad anuncia a sua demissom por “Motivos pessoais”
2 de Janeiro: Nasce a segunda bebé no Hopital, mae e pai negam-se a ser separados dela no transporte a Ourense
9 de Janeiro: Guillermina Agulha, reformada, assume por terceira vez a gerência do Hospital e manifesta a intençom de ocupar as vagas de pediatria que som necessárias para a reabertura da sala de partos
14 de janeiro: Umha conselheira do PP pare no Hospital, é o terceiro bebé após o seu feche
18 de Janeiro: Anuncia-se a reabertura da sala de partos de Verim para fevereiro com a incorporaçom de dous pediatras
O feche de Verim, umha questom de género
60 partos ao ano era a meia de partos que atendia o Hospital comarcal de Verim, longe dos 600 que di o Sergas que som necessários para dotar um hospital de maternidade, e que nom cumpre nengum hospital comarcal do país. Com estes dados acima da mesa a conselheira de saúde apostou em suprimir o serviço em vez de abordar os problemas das mulheres do rural galego.
A natalidade continua a ser um dos problemas principais da Galiza ao que o executivo de Feijó se nega a dar umha soluçom efetiva e de futuro. Por enquanto o rural esmorece já que incentivar a natalidade requer de apostas em chave de género.
Até o de agora as sete matronas que atendiam os partos em Verim tinham umha aposta firme nos partos naturais e respeitosos onde nom é necessária nem a presença dumha médica ginecológica. E as cifras saem: reduzem-se custos e aumentam os benefícios para maes e criança em forma de saúde, entre outras a reduçom da violência obstétrica com episotomias e aumenta o sucesso do aleitamento materno.
Em Verim,o índice de partos instrumentais, sofrimento fetal e cesáreas eram mui baixos. As matronas deste hospital e o serviço de obstetrícia estavam convertendo o centro de Verim num hospital de referencia no país como o do Salnês. A receita era esta, o respeito dos tempos da mulher, deixá-la parir em liberdade de movimentos e acompanhá-la sem infantilizá-la nem tutoralizá-la durante todo o processo do parto. De facto em 2016 fazia-se umha reforma encaminhada a favorecer estes partos. A sala de dilataçom transformava-se por completo ganhando em calor e fazendo-se com duche e banheira de hidromassagem para favorecer a dilataçom.
Em Verim,o índice de partos instrumentais, sofrimento fetal e cesáreas eram mui baixos. As matronas deste hospital e o serviço de obstetrícia estavam convertendo o centro de Verim num hospital de referencia no país como o do Salnês.
“O governo da Junta com a sua decisom estava separando as crianças de maes, obrigando a parir em itinerário e provocando partos com stresse às mulheres do rural” di Sónia Álvarez, de ‘Arrolos de teta’, “ por isso quem encabeçárom as mobilizaçons fôrom as mulheres”.
Matronas, enfermeiras, mulheres novas e mulheres organizadas nas crianças mais conscientes erguérom a voz polo que consideravam um ataque contra os seus direitos mas a primeira linha das mobilizaçons ocupárom-na as mais velhas. Segundo Fernando Rivas “ elas sabiam o que era desangrar-se nos partos, parir polo caminho, perder as crianças… esse foi durante muitos anos o destino da mulher galega do rural”.
A luita por preservar a sala de partos de Verim converteu-se numha luita polos direitos da mulher.