Conhecedoras do capricho das instituiçons penitenciárias, achegamo-nos o dia 13 de junho a Teixeiro para recebermos o Xanma com bola para jogarmos no estacionamento desolador, merenda para as nossas crianças e instrumentos musicais, necessários para esse tempo indefinido de nervos e emoçom. A maior parte das pessoas que ali estávamos tínhamo-lo visto na prissom, eu pessoalmente, levava três anos e alguns dias mais sem o ver, nada mais que em algumha foto. Estava igual que sempre. E os pinheiros plantados na entrada do cárcere trabalhando ao ritmo natural, cada vez mais grandes, a construírem outro muro entre as duas realidades; mais dificultosa a visibilidade nas marchas anticarcerárias a Teixeiro.
Dos três anos que estivo em prisom, aproximadamente dous e médio fôrom em preventiva, vaia, sem juízo nem sentença, e inclusive umha temporada longa sem conhecer o sumário. Desse período, mais dum ano sequestrado fora da sua terra, principalmente em Soto del Real, com a conseguinte dificuldade logística para a família e companheiras que o iam visitar, imenso gasto e risco de acidentes de trânsito, tam frequentes em casos de dispersom polo Estado Espanhol.
Dos três anos que estivo em prisom, aproximadamente dous e médio fôrom em preventiva, vaia, sem juízo nem sentença, e inclusive umha temporada longa sem conhecer o sumário
Por se fosse pouco, a COVID-19 presentou-se como um bom pretexto para acrescentar à tortura exercida nas prisons: longos períodos sem comunicaçons, isolamento “preventivo” de dez dias trás os vis-à-vis que, dependendo da arbitrariedade de cada talego e as suas improvisaçons, em alguns casos chegarom aos vinte dias, quando na populaçom geral estavam entre cinco e sete jornadas. A isto há que somar a escassez de atençom sanitária, etc. Tortura e mais tortura, avalada pola lei.
Ainda bem que o nosso companheiro é teimudo, paciente e amante da “disciplina”. Conheceu a instituiçom por dentro, escreveu e desenhou para as suas crianças e outras muitas e até se dedicou ao desporto, a cerámica e o estudo, pequenos refúgios no encerro.
Já com ele na rua, saímos cara a Pontevea em caravana, algunhas gestas a decorarem os carros, caminho da província de Ponte Vedra onde, tal como lhe foi comunicado apenas umha semana antes de sair, deve permanecer um ano, baixo ameaça de que a “pulseira” de telelocalizaçom que leva numha perna, se poda pôr a trabalhar. Além do mais, deve-se apresentar na comandância da Guardia Civil cada quinze dias. Abuso de poder continuado.
Já com ele na rua, saímos cara a Pontevea em caravana, algunhas gestas a decorarem os carros, caminho da província de Ponte Vedra onde, tal como lhe foi comunicado apenas umha semana antes de sair, deve permanecer um ano, baixo ameaça de que a “pulseira” de telelocalizaçom que leva numha perna, se poda pôr a trabalhar
Ficam em prisom ainda as companheiras detidas junto com Xanma em junho de 2019: Assunçom Losada e Antom Garcia Matos, condenadas a 27 anos de prisom, e Miguel Garcia a 4 anos e médio. Ficam também outros companheiros com quem Xanma partilhou luita. Nom queria acabar sem lembrar as palavras com que Miguel nos agasalhou no juízo em janeiro deste ano, que justamente som: “o que nos move é o amor e nom o terror”. Obrigada a todas as que apoiárom o Xanma no encerro, comunicando, mediando com o advogado, achegando quartos, escrevendo cartas, apertando.
Abaixo os muros das prisons!
Osasuna, maitasuna eta askatasuna (saúde, amor e liberdade).