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Aitana Cuétara: “Quando nom se arrisca, quem paga é a música emergente, que é onde está a maioria da música em galego”

por
ál­varo sem­pere — boh

Aitana Cuétara leva anos no âmbito da música na Galiza. Na atualidade é a diretora de Luneda Producións, a produtora detrás de várias artistas nacionais e internacionais que busca a “conexom entre música, língua, cultura tradicional e memória”.

Fala-nos de Luneda Producións.

Luneda Producións é umha agên­cia que se de­dica à mú­sica ao vivo de di­fe­ren­tes jei­tos e que nom tra­ba­lha com gran­des even­tos. Por umha parte te­mos um ca­tá­logo de ar­tis­tas —a mai­o­ria ga­le­gos, mas tam­bém dou­tros ter­ri­tó­rios— de mui­tos es­ti­los di­fe­ren­tes —so­bre­todo Jazz, mú­sica tra­di­ci­o­nal e mú­si­cas po­pu­la­res em ge­ral—. A única ex­ce­çom que te­mos som Ruxe Ruxe, por­que é umha banda su­per icó­nica ga­lega de que gos­ta­mos muito. Buscamos ade­mais pro­je­tos que te­nham al­gum tipo de rei­vin­di­ca­çom es­pe­cial a ní­vel cul­tu­ral e lin­guís­tico: ban­das de Occitânia, de mú­si­cas de Catalunya… lu­ga­res com os quais nos po­de­mos sen­tir mais iden­ti­fi­ca­das. Despois, tam­bém tra­ba­lha­mos como pro­mo­to­ras e pro­du­to­ras dal­guns even­tos como o fes­ti­val “Jazz de Ría” ou “O que non se escribe”. 

Este ano ga­nhas­tes o Premio Organistrum Extraordinário nos Prémios Martín Códax da Música com “Jazz de Ría”; po­des fa­lar-nos do festival?

Jazz de Ría é um fes­ti­val de jazz que nas­ceu com vá­rias cou­sas cla­ras, à parte da qua­li­dade ar­tís­tica. O pri­meiro que bus­cá­va­mos era a co­la­bo­ra­çom en­tre con­ce­lhos. Queríamos fazê-lo em di­fe­ren­tes lu­ga­res da ria de Ferrol e sem­pre im­pli­cando a vi­zi­nhança e in­te­grando o fes­ti­val no ter­ri­tó­rio. Eu pes­so­al­mente nom creio muito nes­tes ma­cro­fes­ti­vais onde os gru­pos che­gam a um lu­gar que nom co­nhe­cem e por­que os pujo umha marca aí. Nós nom que­ría­mos isso: que­ría­mos um fes­ti­val mo­desto e bus­cá­va­mos ache­gar o jazz tam­bém às pes­soas que nom es­cui­tam este es­tilo de mú­sica. Por isso é gra­tuito, por­que deste jeito achega-se gente de to­das as ida­des que, a par­tir de ir ao fes­ti­val, vai re­pe­tindo ano trás ano.

Crês que o apre­cio pola mú­sica ga­lega é maior agora?

Tenho a per­ce­çom con­trá­ria. Há ban­das que de pronto se po­nhem de moda e que fun­ci­o­nam um tempo, mas nom há umha que­rença es­pe­cial. De facto, saiu há pouco um es­tudo em que lhe pre­gun­ta­vam à ra­pa­zada dos ins­ti­tu­tos se co­nhe­cia al­gumha banda que can­tasse em ga­lego e a imensa mai­o­ria dixo que nom: nem se­quer lhe so­a­vam no­mes de ban­das das que se fala muito, como as Tanxugueiras. É mui preocupante. 

Vês al­gumha forma de mu­dar isto?

É umha ques­tom que vai além. Ao fi­nal per­de­mos fa­lan­tes e a gente nova es­cuita o que lhe chega a tra­vés dos meios. Nesta si­tu­a­çom, a mú­sica ga­lega é mui di­fí­cil que che­gue. Também acon­tece que, com a pan­de­mia, a ini­ci­a­tiva pri­vada, que é pre­ci­sa­mente a que mais ar­risca a ní­vel ar­tís­tico, está pas­sando por um mal mo­mento eco­nó­mico. Isso fai que agora de­pen­da­mos ou das ad­mi­nis­tra­çons pú­bli­cas, que as­su­mem zero risco ar­tís­tico, ou da ini­ci­a­tiva pri­vada, que como ne­ces­sita ven­der en­tra­das, por­que leva dous anos sem in­gres­sar nada, tam­bém tira de ar­tis­tas fa­mo­sas que en­cham o fes­ti­val. Deixa-se de ar­ris­car e quem paga é a mú­sica emer­gente, que é onde está a mai­o­ria da mú­sica em ga­lego. É complexo.

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