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Que quer dizer ‘Educaçom pública, global, competencial e integral’?

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A mi­nis­tra Celaá dixo em maio: ‘a edu­ca­çom deve ser glo­bal, com­pe­ten­cial, in­te­gral’ e o pro­fes­so­rado per­gun­tamo-nos que ti­nha a ver com a si­tu­a­çom con­creta que es­tá­va­mos a vi­ver. Com o de­cor­rer da pan­de­mia a po­lis­se­mia de ‘com­pe­tên­cia’ ia apli­car-se à co­mu­ni­dade edu­ca­tiva nas duas acep­çons: ca­pa­ci­dade e res­pon­sa­bi­li­dade

A com­pe­tên­cia lin­guís­tica serve-nos para rein­ter­pre­tar as de­cla­ra­çons ins­ti­tu­ci­o­nais, por­que Estado e Xunta uti­li­zam a lín­gua para em­ba­ciar a falta de açom com con­cei­tos va­gos sem con­cre­çom prá­tica e que dei­xam a co­mu­ni­dade edu­ca­tiva aban­do­nada à sua sorte.

Globais e in­te­graisse­rám as nos­sas com­pe­tên­cias no pró­ximo ano aca­dé­mico. Cada cen­tro cri­ará um grupo COVID que ela­bo­rará um plano de adap­ta­çom à si­tu­a­çom no ano 2020–2021, ou­tro de con­tin­gên­cia e um pro­to­colo de lim­peza e de­sin­fe­çom. O pro­fes­so­rado con­ver­temo-nos em per­soal téc­nico sa­ni­tá­rio to­mando de­ci­sons e ge­rindo ques­tons para as que nom te­mos for­ma­çom. ‘Som os cen­tros os que me­lhor co­nhe­cem o alu­nado’, mas nom con­tá­rom com sin­di­ca­tos, do­cen­tes, AMPAS ou PAS para o diá­logo pré­vio à ela­bo­ra­çom dum pro­to­colo re­jei­tado por es­ses se­to­res e que nom ga­rante a se­gu­rança. Somos nós, isso si, quem o adap­tará, apli­cará e terá a res­pon­sa­bi­li­dade do que acontecer.

O pro­fes­so­rado con­ver­temo-nos em per­soal téc­nico sa­ni­tá­rio to­mando de­ci­sons e ge­rindo ques­tons para as que nom te­mos formaçom

A equipa COVID apli­cará a com­pe­tên­cia ma­te­má­tica a so­mar os gas­tos de hi­gi­e­ni­za­çom, tri­pli­car os ho­rá­rios do per­soal de lim­peza e acres­cen­tar no­vas ta­re­fas que se so­mam às já exis­ten­tes (am­pli­a­das ano após ano) sem re­cur­sos ex­tra. Será para ex­pe­ri­men­tar os mi­la­gres de mul­ti­pli­car pans e pei­xes e lem­brar que a re­li­giom con­ti­nua no ensino.

Após o anún­cio de par­ti­das eco­nó­mi­cas es­ta­tais para o en­sino des­ti­nado às co­mu­ni­da­des au­tó­no­mas, Feijóo quijo des­tiná-lo ‘a ou­tros fins; dias de­pois afir­mava que ‘Galiza nom vai bai­xar o nú­mero de es­tu­dan­tes por aula (um re­qui­sito para po­der man­ter a dis­tán­cia de se­gu­rança) por­quenom há di­nheiro’. Em troca, o pa­pel de car­ce­rei­ros que re­que­rem as fun­çons de vi­gi­lán­cia pa­rece nom ca­lhar com a ‘aten­çom emo­ci­o­nal’ alu­dida pola con­se­lheira Carmen Pomar.

Estado e Xunta uti­li­zam a lín­gua para em­ba­ciar a falta de açom com con­cei­tos va­gos que dei­xam a co­mu­ni­dade edu­ca­tiva aban­do­nada à sua sorte

Feijóo lou­vou a te­le­do­cên­cia e te­le­sa­ni­dade como ‘o fu­turo’ mas nen­gumha com­pe­tên­cia di­gi­tal pode subs­ti­tuir a re­la­çom hu­mana pre­sen­cial nes­ses ám­bi­tos. Professorado e alu­nado de­ve­rám adap­tar-se a umha me­to­do­lo­gia pre­sen­cial, semi-pre­sen­cial ou te­le­má­tica in­de­pen­den­te­mente da sua si­tu­a­çom per­soal e fa­mi­liar. Há alu­nado com ne­ces­si­da­des edu­ca­ti­vas es­pe­ci­ais e/ou que nom pode se­guir au­las on­line, por­que nom todo o mundo tem as mes­mas pos­si­bi­li­da­des: a igual­dade de opor­tu­ni­da­des é umha falácia.

A lin­gua­gem pode ser cris­tal trans­pa­rente ou opaco. ‘Ter tra­ba­lho é umha sorte’, ‘há que ar­ri­mar o om­bro’, ‘a crise é umha opor­tu­ni­dade’, ‘o fun­ci­o­na­ri­ado é pri­vi­le­gi­ado’ quer di­zer: nom rei­vin­di­ques me­lho­ras la­bo­rais e so­ci­ais, as­sume in­di­vi­du­al­mente as con­sequên­cias da crise e da má ges­tom, di­vide as tra­ba­lha­do­ras… Porque o per­soal da saúde e da edu­ca­çom (e ne­las even­tu­ais, subs­ti­tu­tas…) tam­bém som classe tra­ba­lha­dora que ex­pe­ri­menta con­di­çons de pre­ca­ri­za­çom que re­per­cu­tem na qua­li­dade dos ser­vi­ços (por exem­plo, o per­soal na pú­blica leva bai­xando desde 2010, en­quanto au­men­tam as con­tra­ta­çons na privada/concertada). Os aplau­sos das 20:00 de­vem im­pul­si­o­nar mais que re­men­dos como o pro­grama ARCO no en­sino e que os che­ques ao per­soal sa­ni­tá­rio, que nom tra­vam o des­man­te­la­mento dum sis­tema que pede re­cur­sos, per­soal, se­gu­rança e nom gor­jeta. Do su­cesso do tra­ba­lho sin­di­cal, da pres­som po­pu­lar atra­vés de mo­bi­li­za­çons ou de gre­ves de­pende nom umha ou ou­tra me­lhora la­bo­ral pon­tual se­nom o fu­turo do pú­blico ao ser­viço da nossa classe.

Maca Rocamonde Igrejas é docente no ensino secundário e ativista da Gentalha do Pichel.

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