Castigos velados a jornalistas, controle informativo, externalizaçom reiterada da produçom e nom desenvolvimento do conselho de informativos recolhido numha lei aprovada em 2011 polo Parlamento fam aflorar o conflito na Corporaçom Rádio e Televisom da Galiza (CRTVG), que desvenda um organigrama diretivo de jornalistas metidos a cunha polo Partido Popular para trabalharem no seu benefício.
O pessoal da CRTVG nom aguenta mais. “Estamos nos piores tempos da companhia, nunca chegamos a uns níveis tam explícitos de manipulaçom nem se dera de forma tam evidente a perseguiçom a jornalistas nom afins ao PP”, assegura umha jornalista que leva trabalhando na TVG desde a época Fraga e nom quer dar o seu nome por nom sofrer mais represálias.
A situaçom em que se encontra a companhia de rádio e televisom da Galiza mobilizou por primeira vez em muitos anos um coletivo de técnicos, redatores e produtores que nunca estivo mui unido. Segundo Concha de la Fuente, auxiliar de produçom no Diario Cultural, “na CRTVG nunca houvo muita solidariedade entre as trabalhadoras. Muitas pessoas entrárom graças ao PP e fôrom mui poucas as que se atrevêrom a questionar a maneira de fazer durante anos e anos enquanto os meios públicos iam-se degradando e perdendo qualidade e rigor informativo. Mas algumha cousa mudou desde que em maio a direçom anunciou a nova programaçom”.
"Cada vez mais trabalhadoras sumam-se às sextas pretas. Estamos a perder o medo” di Concha de la Fuente, produtora do Diario Cultural
Concha fala da programaçom que terá lugar a partir de setembro em que a direçom suspende as conexons locais e o programa da rádio, Diario Cultural, que sofre umha mudança de formato. Aqui situa-se a origem do conflito que desde entom nom fijo mais do que aumentar. “Com estas intençons acima da mesa, começamos as movilizaçons as trabalhadoras da rádio nas terças e quintas, fazíamo-las no tempo do café e dentro do prédio de Sam Marcos, mas depois unírom-se as da televisom e decidimos mobilizar-nos com as companheiras de TVE que também estavam a protestarem pola manipulaçom. Assim, começárom as sextas pretas e cada vez sumam-se mais trabalhadoras. Estamos a perder o medo”.
Agora a cada sexta-feira os trabalhadores vestidos de preto denunciam a situaçom laboral e o usos que a companhia fai da informaçom, fam-no saindo fora com as jornalistas de TVE, ademais através das redes sociais criárom a Plataforma Defende a Galega.
Controlo informativo
Mas se a faísca que prendêrom os protestos foi a mudança da programaçom, agora os redatores ponhem o foco no controlo informativo, sobretudo através dos informativos da TVG.
A gestom da vaga de incêndios de finais de 2017, a quase ocultamento da trama Gurtel ou a emissom dumha peça da entrada na cadeia do cunhado do rei, Iñaki Urdangarín, por oito seguidas com a dimissom do Ministro de Cultura Màxim Huerta ponhem em entredito os meios públicos que fôrom criados com vocaçom de serviço à cidadania galega.
Mas nom apenas a política estatal é controlada. “Desde que as Mareas chegárom às câmaras municipais a consigna é afundá-las. Em Vigo, as redatoras som obrigadas a procurarem ratas, na Corunha lixo e em Compostela as famosas fochancas. Tenhem tido equipas das delegaçons mobilizadas toda a manhá na procura de qualquer cousa que poida prejudicar estes governos municipais e ademais empregam para isto os trabalhadores díscolos, como castigo”, confirma um câmara que tampouco nom quer revelar o nome.
“A muitos jornalistas dá-nos vergonha pôr a cara e a voz para enganar a cidadania, que está a pagar uns meios públicos para informá-la com o máximo rigor. Até agora sempre o figemos porque éramos ameaçadas veladamente ou marginadas cobrindo informaçom pouco relevante, ademais instaurou-se a crença de que o partido que governava fosse da cor que for, punha os meios públicos à sua disposiçom, mas a ética profissional impede-nos continuar a funcionar desta maneira”, reafirma-se a jornalista.
Jornalistas demitem
Em 22 de junho Tati Moyano e Alfonso Hermida, apresentadores do Telejornal apresentavam a sua demissom na direçom da companhia. O motivo: o tratamento informativo no telejornal que apresentam. A notícia da demissom corria polos jornais e umha direçom nom acostumada a um assinalamento mediático externo pretendia desprestigiar os seus jornalistas dizendo que a decisom vinha da direçom por nom cumprirem os objetivos marcados na suba da audiência.
A diretiva da CRTVG nom gosta de ser assinalada por outros meios e ameaçou organismos públicos de serem levados a juízo nos próximos meses. “Tenho a constância que personagens e organismos públicos recebêrom chamadas segurando-lhes que a assessoria jurídica da companhia estava a trabalhar para os levar a juízo se seguiam a dar repercussom ao conflito”, afirma de La Fuente.
Mundo Méndez, presidente do Comité Intercentros, também indica que o foco de tensom começou com a mudança anunciada da programaçom marcada para setembro, e fai umha radiografia da situaçom atual da Companhia. “A gota que encheu o copo foi a suspensom das conexons locais de cara à nova temporada, mas temos muitos focos abertos: nom se criou o Conselho Informativo aprovado por lei em 2011, que vela por umha transparência informativa, desde 2010 sofremos um recorte salarial do 5% que sim recuperárom a maior parte dos trabalhadores doutras televisons autonómicas. O orçamento de 2018 encontra-se entre os 107 milhons de euros, quando na época do bipartido atingia os 148 e passamos dumha equipa de 1200 trabalhadoras a umha de 900. O diretor da CRTVG é Sanchez Izquierdo, vem de La Region e som conhecidos os seus vínculos com o PP como também os da diretora de informativos Concha Pombo”.
As listagens de contrataçons para cobrirem baixas e postos vacantes também som acusadas de fraude. Segundo a jornalista que falou com o Novas “ os nomes dançam como querem, se interessa que trabalhe um determinado jornalista mais tempo dá-se-lhe a outro umha baixa por três dias e a um que está vários postos por trás reserva-se-lhe umha baixa de maternidade”.
Da Plataforma Defende a Galega já anunciárom umha grande movilizaçom para setembro. Asseguram que este outono será movido na CRTVG.
Técnicas de manipulaçom: a duraçom e ordem das peças
Todos os informativos dos canais de televisom trabalham interconetados entre eles através da rede. Assim, todas as jornalistas tenhem acesso às notícias para poderem incluir mudanças de última hora e subirem e baixarem a notícia em funçom da atualidade. Mas na TVG este sistema serve aos editores e redatores chefes para revisarem e corrigirem os textos elaborados polos jornalistas em funçom da linha política. Mas nom só, os seus correios e computadores também recebem um controle por parte da direçom.
Desde há tempo a TVG nom abre um telejornal com notícias da Galiza, nom sendo que haja extremamente relevante. A atualidade política de primeira ordem passa por Madrid e assim reforça-se a ideia de que a política da Galiza nom atinge às galegas.
Nos informativos emprega-se a técnica da compensaçom: por cada notícia em que o PP poda sair “mal-parado”, confecionam-se três ou quatro que podem afetar ao PSOE e reduzem-se os tempos das noticias dedicadas ao PP quando nom interessa que estas tenham relevância. Como exemplo, o telejornal do juízo da trama Gurtel que tirou o PP do governo espanhol. A notícia nom abriu o telejornal. Os editores considerárom mais importante a explosom dum armazém pirotécnico em Tui e os acordos do Conselho da Junta. A peça da Gurtel devia durar 50 segundos e nom havia conexons em direto com a Audiência Nacional. Essa foi a consigna recebida polo redator da chefa de informativos.
Por cada notícia em que o PP poda sair “mal-parado” confecionam-se três ou quatro que podem afetar a outros partidos
O capitulo mais escuro no atingível aos telejornais da televisom pública é o dos incêndios sofridos no país em outubro passado. Os jornalistas do comité de empresa protestavam pola sua cobertura: 70 focos ativos e Vigo sitiada polo lume, nom merecérom umha conexom em direto. Até as onze da noite a progamaçom nom mudou. TV3 e ETB conetavam antes em direto com a Galiza do que a própria TVG. A notícia era a primeira em todos os informativos estatais.
Em outubro a prioridade dos chefes de informativos era o referendo catalám “com o que se subvertia a ordem constitucional”, e alguns dos enviados especiais qualificavam nas suas retrasmissons em direto como “referendo ilegal”. O mesmo discurso que empregava o PP nas suas rodas de imprensa para atacar as forças soberanistas catalás.
A tela de aranha do PP envolve toda a CRTVG
O diretor geral da CRTVG, Alfonso Sánchez Izquierdo, desembarcou na direçom no mesmo ano em que chegava Feijó à presidência da Junta, procedente de La Region. É conhecida a boa relaçom do jornalista com o partido do governo. Desde aquela situou em postos chave a gente da linha do Partido Popular.
Jaime Arias é diretor de projeçom social e foi o encarregado de elaborar umha carta que enviou por correio a todos os trabalhadores após os incêndios do passado mês de outubro. Esta foi interpretada como um aviso em que dizia que “é injusto, imoral e mentira que TVG chegou tarde na cobertura”.
A atual diretora de informativos, Concha Pombo, foi também assinalada polos seus companheiros ao nom aparecer pola TVG até as onze da noite o dia que começou a vaga de lumes de outubro.
Os redatores chefes som Marcos Sueiro, que chegou à CRTVG por meio dumha contrataçom externa procedente do jornal ABC, e Marta Darriba, apresentadora do Telejornal‑1 e “muito bem ligada com o PP”.