Pablo Iglesias deixara o governo em março de 2021 para encabeçar a candidatura de Unidas Podemos (UP) nas eleiçons da Comunidade de Madri e designava Yolanda Díaz como candidata à presidência do Governo nas eleiçons previstas para 2023.
Pablo Iglesias nom cumpre com as expetativas eleitorais de Madri e abandona a direçom de UP. Yolanda Díaz, que nesse momento tinha o vento a favor e era a ministra melhor valorada, inicia o lançamento de um novo projeto político, que supere os limites dos partidos – “som umha cousa mui pequena no nosso país”, dizia Yolanda–, que é definido como transversal, nom limitado à esquerda, que chegue ao conjunto da cidadania. “Eu trabalho para a maioria social”. “Defender a sanidade pública nom é de esquerdas, nem de direitas, senom da cidadania espanhola”. “Eu nom quero unir a esquerda. Quero que a sociedade espanhola seja a protagonista de um processo imprescindível de transformaçom social do meu país e aí quero que esteja todo o mundo”.
Essa nova plataforma política era qualificada como “Fronte Ampla” e Yolanda realiza um ato em Valência em novembro de 202, baixo o título “Otras políticas”, com a participaçom de Ada Colau, alcaldesa de Barcelona (Comuns), Mónica Oltra (Compromís), Mónica Garcia (Más Madrid) e Fátima Hamed, deputada da assembleia de Ceuta (Movimiento por la Dignidad y la Ciudadania). Com umha cuidada posta em cena, Yolanda era recebida como “presidenta” e assegurava era “o início de umha cousa maravilhosa”. Anunciava que percorreria o Estado espanhol depois do Natal para “escuitar a gente”.
Passou o Natal, passárom as eleiçons de Castela-Leóm sem implicar-se, passou a Semana Santa e a ministra ainda nom iniciou esse processo. A pandemia, as responsabilidades como ministra, a crise económica, a invasom de Ucrânia por Rússia etc. fôrom argumentos utilizados para explicar a paralisaçom do lançamento desta plataforma política.
Acho que agora o problema de fundo, que provoca essa paralisaçom, é que Yolanda Díaz nom quer escuitar o que moita gente poderia preguntar-lhe nessa gira: por que como ministra de Trabalho nom derroga a Reforma Laboral do PP (e haveria votos suficientes no congresso), que era um ponto fundamental do programa eleitoral de UP? Por que abandona os lemas de “Nom á guerra”, “OTAN nom”, e agora apoia o envio de armas a Ucrânia? Sabe que moita gente reprova as políticas de um Governo, em que ela participa, que está polo incremento do gasto militar até o 2%, como demandam EE.UU. e a OTAN; que nom respeita as resoluçons da ONU para solucionar o problema do Saara através de um referendo de autodeterminaçom.
Yolanda Díaz nom quer escuitar o que moita gente poderia preguntar-lhe: por que como ministra de Trabalho nom derroga a Reforma Laboral do PP que era um ponto fundamental do programa eleitoral de Unidas Podemos?
Por outra parte, em Unidas Podemos há importantes divergências sobre o papel que deveriam jogar os partidos políticos. Yolanda Díaz, que é militante do Parido Comunista, mas nom de Podemos, nem de Esqueda Unida, nom quer saber nada de protagonismo dos partidos porque para ela o importante é o diálogo com a sociedade. Para Irene Montero, dirigente de Podemos e ministra de Igualdade, “a militância política e a organizaçom coletiva é la única ferramenta para avançar e conseguir direitos”. Pablo Iglesias pom em dúvida agora se foi correto designar Díaz como sucessora, sem passar por umhas primarias.
Díaz tem umha longa trajetória política que começou em 2003 como concelheira de Ferrol. Fracassou repetidamente desde 2005 na sua tentativa de entrar no Parlamento Galego encabeçando a candidatura de EU, que consegue em 2012 com a ajuda de Xosé Manuel Beiras na candidatura de Alternativa Galega de Esquerda. Depois Deputada por Ponte Vedra desde 2016 e ministra de trabalho desde janeiro de 2020.
Se fracassar essa “cousa maravilhosa” poderia encabeçar novamente a candidatura de UP por Ponte Vedra. E depois? Yolanda Díaz poderia acabar, o mesmo que outras significadas militantes comunistas como Rosa Aguilar e Cristina Almeida, nas candidaturas do PSOE, isso sim, como independente. E quero equivocar-me.