O Festival Internacional de Poesia em Alhariz, o Poemagosto, chega à sua oitava ediçom, nos dias 2 e 3 de outubro. Falamos com Carlos da Aira, um dos principais organizadores, sobre passado e futuro do festival.
Para quem ainda nunca foi, o que podemos encontrar no Poemagosto?
O Poemagosto é um festival nomeadamente de poesia, portanto o foco está nas pessoas que venhem recitar. É certo que nom fazemos apenas recitais e incluímos sobretodo a música, que consideramos como extensom da poesia, e em concreto músicas que escolhemos por acharmos mais achegadas ao poético. Por exemplo, no ano passado estivérom connosco Son Trío, que vinham de fazer um disco sobre poemas de Rosalía, de Celso Emilio…
A pandemia nom conseguiu anular o festival, mas quanto modificou a sua estrutura e atividades?
Pois haveria que fazer umha diferenciaçom entre o Poemagosto pré e pós pandemia. O festival foi medrando desde a sua primeira ediçom até a sexta. Chegamos a ter duas jornadas e meia, aproveitando o feriado estatal, ocupando diferentes espaços da vila, e organizamos muitas atividades de participaçom de crianças, apresentaçons de revistas ou livros, espetáculos de magia, etc. Já no ano passado e neste ano, as restriçons pola pandemia dificultárom toda essa logística e tivemos de reduzir a assistência e a programaçom a um dia. Mas estamos contentes de nom ter deixado de programar na medida do possível. Em qualquer caso, sempre sublinhamos que para nós som as e os poetas quem ocupam sempre o protagonismo e é por isso que também ocupam o centro do cartaz.
Tendes umha oferta ampla e bastante diversa de poetas, quais os critérios de escolha?
A ideia é tentar sempre um equilíbrio e umha variedade. O festival medrou e a cada vez é mais conhecido, o que ajudou para diversificar. Penso que devemos entender que para Alhariz é importante que cheguem poetas que nom viriam recitar aqui, periferia da periferia em relaçom à AP‑9, é para nós mui importante. por falta de oferta, como som algumhas convidadas internacionais.
O equilíbrio está também entre poetas mais reconhecidas e poetas mais novas, que para nós é super importante que tenham esse espaço no começo da sua carreira literária. Há também um filtro de género que acho é evidente nos cartazes e, também, de uns anos para aquí, um interesse em internacionalizar no campo da língua. O que nasceu como um festival galego-português de poesia cresceu da nossa para outras línguas e culturas. Neste ano escuitaremos recitar em nepali e árabe, como outros anos escuitamos japonês, italiano, etc. Procuramos manter o castelhano à margem porque entendemos que temos espaços avondo onde escuitarmos recitais nessa língua.
O cartaz deste ano adiante umha surpresa. O que nos podes contar?
Pois por um lado, no fim do dia 3, teremos o segundo festival de ‘poesia novíssima’, com esse espaço a poetas novas em idade e percurso poético, que começam, e que queremos estejam representados. Por outro, essa surpresa, podemos adiantar aquí com toda exclusividade que haverá umha espécie de micro-aberto, um espaço de interaçom com quem quixer participar da poesia.