A construçom de obras públicas, umha atividade ponteira em exploraçom laboral. Resulta paradigmático que seja neste sector, em que o próprio estado se situa como contratante, onde as condiçons laborais som mais duras e os incumprimentos dos convénios coletivos quase sistemáticos. As longas cadeias de subcontratantes próprias de este tipo de grandes obras favorecem estas fraudes enquanto olhamos para outro lado. À administraçom corresponde-lhe apenas festejar a inauguraçom de estruturas estratégicas, que em ocasions já foram batizadas com as vidas da própria populaçom trabalhadora.
Botando a olhada ao passado, as mesmas condiçons laborais, as mesmas jornadas a destajo, fôrom e continuam a ser a realidade do sector. O crescimento de quaisquer infraestrutura estatal só está a resultar viável através da exploraçom da populaçom trabalhadora e migrante.
Em relaçom direta com as péssimas condiçons, está a baixa mobilizaçom obreira. A depauperaçom e a instabilidade vital à que estám sendo conduzidas as camadas populares alimenta a incapacidade de resposta. Perante esta espiral, a central sindical CIG convoca para o vindoiro 19 de junho umha greve geral. A segunda depois da bem sucedida do 8 de Março. O 19 de Junho será assim umha jornada de luita a dar continuidade e unidade a conflitos que tradicionalmente seriam considerados setoriais mas que som produto do mesmo sistema explorador. Fôrom numerosas as greves que se fôrom sucedendo nos últimos meses: no 112, no Bershka, na justiça, no mantimento do hospital de Ourense ou nas ambulâncias. Os protestos das pessoas reformadas ou das condiçons escravistas na construçom. As centrais sindicais estám atentas ao decorrer de obras já programadas, como a transformaçom do Hospital Geral de Vigo numha Cidade da Justiça. Assim, estas luitas e o trabalho em favor da mobilizaçom popular, terám que continuar após a jornada do 19J, numha guerra contra o capital que nunca deixou de ser quotidiana.