A desapariçom da universidade como bem público, autónomo, gerador de pensamento crítico e da transformaçom social nom é gratuito, senom que fai parte da estratégia capitalista e neoliberal que lentamente está impondo o seu critério sobre o que antes representava esta instituiçom.
De forma silenciosa, para que ninguém levante demasiado a voz de alarma, as dinâmicas centradas quase exclusivamente no âmbito monetário vam entrando neste organismo, e junto com elas, algumhas das piores características do sistema capitalista. Ganha a competiçom sobre o companheirismo, o elitismo sobre a igualdade entre estudantes, e o professorado acaba sumido na precariedade, incapaz de chegar a fim de mês e perdendo as ganas de transmitir e ensinar.
Se revoluçons como a do 68 demostrárom a importância da universidade como lugar para a crítica social, de revoluçom e de luita por umha sociedade mais justa, o que está a acontecer no nosso século demonstra que, nom só nom se atingiu a universidade que se imaginou durante essa primavera, senom que a universidade de agora está mais perto de ser justo o contrário. Um lugar onde parecem mais importantes os interesses políticos e económicos que os das usuárias desta instituiçom e os da sociedade.
A universidade está em perigo e a única forma de ajudá-la é recuperar a luita dentro e fora dos seus muros. Há que sacar à palestra esta realidade e deixar de ver a universidade como um simples trampolim para entrar num mundo laboral que também é a cada vez mais precário. A universidade pode ser o lugar onde germinem as sementes que contribuam a transformar este modelo de sociedade que vai em contra das suas próprias cidadás. Salvemo-la antes de que seja tarde.