Umha política de contínua privatizaçom provocou a fragmentaçom dos serviços contra-incêndios, assim como a sua militarizaçom e a entrada de grandes multinacionais
A Junta da Galiza leva anos a promover a privatizaçom e a conseqüente precarizaçom dos serviços contra os incêndios. Durante este mês de outubro, que deixou miles de hetares calcinados e quatro pessoas mortas, o índice de risco diário de incêndios (IRDI) estivo a mostrar um alto risco no país. Mas estes índices nom provocárom nengum tipo de reaçom no Governo galego, polo que as brigadistas contratada por três meses, um total de 436 pessoas, deixavam o seu trabalho ao começar outubro e outras 500 pertencentes à empresa pública Seaga rematavam o seu serviço no 12 de outubro. Porém, a Junta teve que admitir que a sua planificaçom nom se ajeita à realidade e teve que prorrogar estas contrataçons. No dia 11 voltavam as brigadistas da Junta e no dia 15 as da Seaga. Mas estes operativos nom estivérom ao seu máximo rendimento.
Umha privatizaçom contínua
Brigadas da Junta contam com um grau de interinidade que atinge o 42% da sua plantilha
A entrada de empresas privadas na luita contra os lumes aumentou nos últimos dez anos. Em 2007 criou-se a empresa pública Serviços Agrários Galegos SA (Seaga), mas será em 2012 quando as contrataçons para componentes das brigadas florestais vai estar também mediada por Tragsa e Natutecnia. Esta situaçom trouxo umha precarizaçom dos serviços, sendo denunciadas por parte do pessoal trabalhador das empresas privadas umhas piores condiçons laborais. Desde entom, umha delas, a Natutecnia, em aliança com a Inaer, umha das grandes empresas aeronáuticas que recentemente foi adquirida pola multinacional Babcock, estivo a fazer-se com os contratos das brigadas helitransportadas ano trás ano.
Integrantes dos serviços em defesa dos lumes alertam do pouco interesse que está a ter a Junta em oferecer um serviço público de qualidade. Estas vozes denunciam que as brigadas dependentes da administraçom autonómica contam com um grau de interinidade que atinge o 42% numha plantilha que rondam as 1900 trabalhadoras.
Membros das brigadas assinalam também que nom se estám a cobrir as baixas na brigadas da Junta, o qual provoca um envelhecimento da plantilha, e que estas contam cada vez com menos integrantes, sendo habitual que estejam compostas por três ou quatro pessoas. Ademais, estes problemas som especialmente notáveis nas contrataçons durante os três meses do verao, um que facto que dificulta a continuidade do pessoal das brigadas se as pessoas que as componhem vám encontrando outros trabalhos.
O negócio dos helicópteros
Através de diferentes licitaçons, neste ano 2017 a Junta da Galiza tem contratados um total de 16 helicópteros da Inaer na luita contra os incêndios.
As catástrofes som também umha oportunidade de negócio, sobretodo no referido aos meios aéreos de extinçom. Segundo foi aparecendo nos meios nos últimos meses, a Audiência Nacional está a investigar as principais empresas do setor aeronáutico que se estám a levar as licitaçons de meios aéreos nos serviços de luita contra o lume ou nas emergências, suspeitando-se que as empresas do mediaticamente chamado ‘cártel do lume’ realizavam acordos que depois influiriam nos preços e condiçons das licitaçons. Se bem que esta causa nasceu na Comunidade Valenciana e recentemente se abriu umha nova investigaçom nos julgados andaluzes, alguns dos nomes que aparecem nessas investigaçons som conhecidos na Galiza, como o de Inaer. NOVAS DA GALIZA já tem informado em anteriores ocasions de como esta empresa tivo durante décadas o monopólio dos helicópteros de salvamento marítimo na Galiza.
Os negócios de Inaer na Galiza com respeito à luita contra incêndios estám também baixo suspeita. Em 2012, a CIG apresentava umha denuncia contra Rosa Quintana ‑conselheira de Meio Rural e Mar naquela época‑, Tomás Fernández Couto ‑secretário geral de montes naquela altura, e atualmente diretor geral de ordenamento florestal- e Francisco Vidal Pardo ‑entom secretário geral técnico da conselharia de Meio Rural e Mar- por um suposto delito de prevaricaçom na adjudicaçom do contrato dos helicópteros contra os incêndios e as brigadas helitransportadas a Inaer e Natutecnia. Anos mais tarde, um relatório do Conselho de Contas que detetava irregularidades nas adjudicaçons para Inaer provocou que a Procuradoria inicia-se umha investigaçom.
Através de diferentes licitaçons, neste ano 2017 a Junta da Galiza tem contratados um total de 16 helicópteros da Inaer na luita contra os incêndios. Desde 2012 estas contrataçons de meios aéreos incluem o pessoal das brigadas helitransportadas, sendo a uniom de Inaer com Natutecnia a que se leva todas estas adjudicaçons. Segundo se desprende da informaçom pública sobre licitaçons, Inaer também se viu beneficiada polo facto de a Junta da Galiza deixar de contratar avions na luita contra incêndios, passando nesse ano a contratar-se diversos helicópteros a Inaer por tramitaçom urgente ou em procedimentos em que esta empresa foi a única participante. Apenas com as adjudicaçons que se encontram em vigor Inaer e Natutecnia recebem mais de 21 milhons de dinheiro público na luita contra incêndios.
A Inaer foi comprada pola multinacional inglesa Babcock International, e atualmente opera com o nome de Babcock MCS España SAU. E é baixo esta denominaçom com a que se fez com outro suculento contrato público como é da operaçom e mantimento dos dous helicópteros de salvamento marítimo, umha adjudicaçom de perto de 33 mihons de euros. O Conselho de Contas tem alertado sobre a situaçom destes helicópteros que até 2012 eram propriedade da Junta, ano em que foram vendidos à Inaer, empresa que volta a fazer-se com a adjudicaçom na segunda licitaçom deste serviço em meses, pois à primeira nom se apresentou e foi declarada deserta pola Junta.
O Exército no monte
Outro dos protagonistas da luita contra os incêndios florestais desenhada pola Junta da Galiza som as Forças Armadas do Reino de Espanha. O Exército está presente na luita contra os lumes por duas vias. Umha delas é a Unidade Militar de Emergências (UME), a qual atua quando um incêndio atinge certo nível de perigosidade para pessoas e vivendas ou quando o lume afeta a áreas protegidas. Mas as Forças Armadas também participam através da conhecida como ‘Operación centinela gallego’, um convénio que cada ano assina a Conselharia de Meio Rural com o Ministério de Defesa espanhol e que acorda a presença de patrulhas militares nos montes galegos do 15 de julho ao 15 de setembro.
As forças militares mobilizadas pola ‘Operación centinela gallego’ nom participam dos trabalhos de prevençom ou extinçom de incêndios, senom que a sua labor é de vigilância e dissuasom. No convénio deste ano a Junta acorda pagar por este serviço uns 569.419,10 euros. Esta quantidade é a básica, pois é a que se estipula para o nível de risco meio. Se os níveis de risco sobem ao longo da operaçom e se tenhem que mobilizar mais efetivos militares a Junta da Galiza terá que pagar mais. Se o nível de risco sobe a alto, a Junta terá que pagar 18.435,40 euros por despregue e retirada 6.028,70 euros por cada dia de mantimento. Se o nível de risco passa a mui alto, o gasto incrementa-se ‑por acima do estipulado para o nível alto- em 19.556,97 euros por despregue e retirada e em 6.594,49 euros por cada dia de mantimento. Assim, o gasto anual deste convénio pode atingir o milhom de euros.
Se voltamos botar umha olhada no cenário da luita contra os lumes som múltiples as entidades e empresas privadas que participam, o que dificulta a sua planificaçom e coordenaçom. Junta da Galiza, Seaga, Tragsa, Natutecnia, Inaer, as brigadas municipais, os recém criados Grupos de Emergências Supramunicipais ou o exército espanhol (através da ‘Operación centinela gallego’ ou com a intervençom da UME) som os protagonistas de um operativo contra-incêndios que a conselheira Àngeles Vázquez, ex-alcaldesa de Melide, presume de qualificar como um modelo integrado baixo o mando da Junta.