Da administraçom galega estám abertas linhas de ajudas para a incorporaçom de medidas preventivas a ataques de fauna selvagem e para a compensaçom de perdas de animais por esta causa. À falta de umhas medidas mais estruturais que revitalizem o rural galego, gadeiras exponhem algumhas das eivas e problemas que encontram nestas linhas de subvençons.
No Plano de Gestom do Lobo apostava-se no trabalho em medidas preventivas nas exploraçons agrogadeiras para evitar os ataques desta espécie e facilitar umha convivência entre o lobo e o setor. A maior dificuldade para o desenvolvimento destas medidas seria para as exploraçons que tenhem o seu gado em extensivo e portanto mais exposto à açom do lobo. O biólogo e ambientalista Pedro Alonso trabalhou numha avaliaçom realizada em 2017 para administraçom galega sobre este tipo de medidas para as exploraçons em extensivo e nom extensivo, e valora que “há umha margem de melhora importante nesta matéria”.
Da Conselharia de Meio Ambiente exponhem que no exercício de 2019 todas as solicitudes para a prevençom de danos por fauna selvagem fôrom atendidas. “Isto quer dizer que quase 1600 gadeiros se beneficiárom da linha de incentivos, em virtude da qual podem adquirir-se pastores elétricos, instalar valados fixos ou mercar cans para a proteçom de gado”, informam do gabinete de prensa da Conselharia.
Em declaraçons a Novas da Galiza, o titular de umha exploraçom ovina em extensivo com parcelas em Riotorto e na Pastoriça expom que conta com as seguintes medidas preventivas: “tenho malha ovelheira fixa nas fincas próprias e cans, e tenho malhas elétricas móveis, que subvenciona a Junta nas ajudas de prevençom. Som umhas malhas de 50 metros que se utilizam para pôr provisoriamente em pastor mas a sua efetividade para o lobo é discutível”.
Para as caraterísticas da sua exploraçom a medida de prevençom mais efetiva som os cans de guarda, os mastins. Precisamente, este gadeiro expom que as parcelas em que sofreu ataques foi naquelas em que nom contava com proteçom deste tipo. Porém, este gadeiro de Riotorto expom que estes cans som bastantes caros de manter e critica que a administraçom forneça de ajudas para mercar mastins mas que a legislaçom nom lhes permita fazer cria destes cans. “É um despropósito que por um lado tenhamos que proteger o gado, e polo outro nom podamos ter os cans criados de umha maneira viável”, salienta. “Se tenho que ter um núcleo zoológico de criar cans há que ter um apartado fechado, que nom é viável quando nós temos que ter os animais no prado com o gado. Tenhem que estar com as ovelhas e os cachorros terem contato com os cordeiros”, acrescenta.
Umha avaliaçom sobre medidas preventivas a ataques de fauna selvagem em exploraçons em extensivo e nom extensivo indicava umha importante margem de melhora nesta matéria
Este labrego também denuncia o emprego eleitoralista das ajudas por prevençom de danos de fauna selvagem. Assim, a ele nom lhe foram concedidas estas ajudas em 2019, mas ao achegar-se a data das últimas eleiçons autonómicas recebeu avisode que essas ajudas e as de 2020 lhe seriam concedidas. “Mas nem se sabia em que partida ia isso… o ano passado nom havia dinheiro e neste figérom que o houvesse”, salienta. Várias exploraçons gadeiras receberam nesse período chamadas ou cartas da Conselharia de Meio Ambiente em que se lhes comunicava a concessom de ajudas que foram previamente denegadas.
Em Friol tem a sua exploraçom de vacum, convertida a ecológico, a gadeira Concha Blanco. Um dos impactos do ataque do lobo na sua exploraçom fôrom mudanças no manejo que tivo que efetuar para prever os danos. “Nalgumhas parcelas tivemos que deixar de levar os animais, levo vacas que tenho que recolher à noite”, explica Concha. Isto implica que as parcelas, ao nom estarem ali de forma constante as vacas, encontram-se mais descuidadas provocando também gastos no trabalho de desbroce. E logo começou com o emprego de mastins. “Temos umha mastina, educamo-la para que estivesse com as vacas mas tés que aprender como alimentá-la para que nom venha à casa e fique como cam de companhia”, explica.
Compensaçons por danos
Outra linha de ajudas por parte da adminisrtraçom em relaçom com a fauna selvagem é a referente à compensaçom de danos por ataques. Da Conselharia destacam que neste ano a ordem de ajudas para paliar os danos ocasionados pola fauna selvagem duplicará a quantia do exercício de 2019, que ascendeu para 1,4 milhons de euros.
Brais Álvarez, do Sindicato Labrego Galego, expom o funcionamento destas ajudas: “Cada vez que umha gadeira recebe um ataque tem de chamar ao 012, um agente florestal vai à exploraçom e analisa o dano, há uns parámetros que desenhou a Junta com as organizaçons agrárias no seu momento para determinar um padrom de ataque do lobo”. Atualmente cobrem-se os ataques de lobo a gado e de javali, mas do SLG acham que “nom se deveram cobrir esses dous grupos especificamente mas que tinha que haver umha linha de ajudas para ataques da fauna selvagem”, e adverte-se de ataques como os de ursos a colmeias de abelhas.
Brais assinala também alguns dos defeitos das atuais linhas de ajudas para os danos do lobo: “Na linha de vacum de ataque do lobo o dinheiro que dam por umha morte para nada compensa o valor real do animal e nom se tem em conta fatores tais como a idade do animal, além de se tem seis meses, mais de um ano ou mais de dous anos. Pedimos por um lado umha ampliaçom da linha de ajudas e sobre todo agilidade na mesma”.
Sobre a agilidade na tramitaçom destas ajudas queixa-se também Concha Blanco, de Friol, que em ocasions demorou dous anos em receber a ajuda pola morte de umha vaca e sofreu a morte de 10 das suas reses desde 2013. Esta gadeira acrescenta que as soluçons teriam de ser estruturais, e resume as suas reivindicaçons em “agilidade nas tramitaçons, indenizaçons suficientes e ordenaçom do território”.
Chover sobre molhado
Blanco, cuja produçom é principalmente de leite, contextualiza o problema da fauna selvagem numha série de problemáticas que afetam à viabilidade das exploraçons gadeiras. “Chove sobre molhado”, sentença. “Morrem mais animais na exploraçom do que morrem por ataques. Temos assimilado que morrem por pneumonia, ou de parto, mas que che venha por umha causa externa quando nom contas e que che deixe estes transtornos custa muito. Antes nom tínhamos o lobo e agora é um problema mais”, reflete esta gadeira. Assim, denuncia também que “a gente tem animais e continua a ter um salário de merda. Se nos pagassem o produto como tinha que ser o impacto dos ataques do lobo talvez fosse menor. Estás já muito no limite e quando nom chegas a fim de mês notas qualquer cousa”.
Concha Blanco: “Se nos pagassem o produto como tinha que ser o impacto dos ataques do lobo seria menor”
Brais Álvarez, do SLG, reflete sobre a mesma ideia. Assim, exprime que “vemos que há umhas perdas económicas que deveram cobrir-se de outra maneira por parte da administraçom mas tampouco imos ser tremendistas e dizer que é o principal problema que tenhem as exploraçons agrogadeiras. O seu maior problema é o modelo económico e social que temos, e como problemas transversais, derivados da gestom que fazemos do nosso meio, podem vir estes outros como o da fauna selvagem”.
Dous anos de Projeto Rebinxe
Em 2018 nascia o Projeto Rebinxe no IES San Rosendo, de Mondonhedo, da mao de um grupo de estudantes de biologia para estudar a fauna da contorna, assim como a sua relaçom com as atividades agrogadeiras. Óscar Chao era o professor desse alunado e conta que no primeiro ano as atividades centravam-se em espécies como morcegos, corujas ou mouchos, e também no conscienciaçom para reduzir o uso de biocidas na agricultura. “Depois ampliamos a cousa”, explica, “continuamos com esses trabalhos mas utilizamos outro tipo de metodologia, como por exemplo o fototrampeio, com o que recolhemos um montom de dados de maneira passiva, sem molestar a fauna nem provocar impacto, sobretodo de mamíferos da zona do Gistral e em geral do norte da província de Lugo”.
E neste segundo ano focárom a sua atençom sobre o lobo, “como um elemento vertebrador para trabalhar muitas cousas”, expom Chao. “Utilizamos essa espécie como um eixo para estudar os ecossistemas, a flora, todo tipo de biodiversidade, as cadeias tróficas, a gadeiria em extensivo, a relaçom que tenhem animais como os cavalos do monte com a conservaçom dos habitats, impactos e outros mamíferos silvestres que há na zona”, acrescenta este professor.
O objetivo do trabalho com o lobo é recolher dados que sirvam como base para adotar medidas preventivas
O objetivo final deste trabalho com o lobo, “é obter dados o mais exaustivos e ajustados à realidade possíveis, pois muitos estám desatualizados, e assim ajudar à convivência e em base aos dados tomar as melhores medidas preventivas possíveis e adequadas a cada zona e a cada exploraçom concreta”. Assim, Chao deseja que “isto poda redundar em algo positivo para a gente que tem danos do lobo e que se opte por medidas preventivas e conhecimento, em lugar da eliminaçom de animais”.
O trabalho de Rebinxe ainda se encontra num primeiro momento de investigaçom, recolhida de dados e o seu tratamento. “Antes de sacar esses dados à luz gostávamos tê-los bem assegurados. Estabelecemos que nos fam falha dous ou três anos mais para ter os dados definitivos e com isso começar a trabalhar em atividades mais de divulgaçom e de trabalho com o setor gadeiro”, expom o professor. Várias ex-alunas do IES de Mondonhedo som as que a dia de hoje conformam o núcleo do projeto. “A ideia é que elas, com o passo do tempo, sejam protagonistas destas investigaçons, e muitas som famílias de gadeiras ou o som as suas vizinhas. Que sejam as protagonistas e podam divulgar este tipo de cousas sempre vai contribuir a mudar a mentalidade para melhor”, reflete Chao.