No meio da crise sanitária a banda viguesa Liska apresentava República 2.0. Um EP mais pegado ao mar do que a terra, com cinco temas e um vídeo que serve de homenagem ao trabalho marinheiro. Muita denúncia, muito ska e eis a inovaçom, muito ritmo latino. Podedes encontrar o disco nas plataformas digitais.
Tés dito que o ska punk às vezes está trilhado, que pode ser repetitivo. Como fugides disso neste EP?
Pois com os novos sons que metemos no disco. Depois de fazer ska durante tantos anos de um modo determinado, se nom vás inovando e introduzindo novos sons e ritmos pode ficar um pouco curto, um pouco trilhado o percurso da música. Quixemos inovar um pouco sem perder a essência do ska, que é o que nos caracteriza.
Quais os novos sons que podemos encontrar em República 2.0?
Depende de cada tema. Talvez onde mais destaque seja em Tam perto, que se fijo baseando-nos em ritmos como o som cubano e a guajira; e da mistura desses ritmos com o ska fijo-se um tema bastante original.
Figestes um vídeo para Labregas do mar, e lançastes cinco temas novos. Quais temáticas ou ideias tratam?
A ideia era lançar o vídeo prévio ao lançamento do disco completo, mas desbordou-nos a situaçom do coronavírus e lançamos os temas e o videoclipe em maio. Labregas do mar é umha homenagem ao mundo do trabalho, à mulher, ao mundo do mar, à Galiza atlântica à que pertencemos, com 1500 quilómetros de costa… Somos um povo virado para o mar, e isso reflete-se na nossa essência e na nossa cultura. No disco estám todas essas cousas, e cada tema nom se reduz a umha ideia concreta. Podes encontrar, dependendo dos olhos com que o vejas, umha multitude de referências, de vivências e em definitivo, de culturas.
Já em chave de atualidade. Como se apresenta o verao nas circunstâncias atuais?
Nom é nada novo para nós, todas as bandas estamos nesta situaçom. O verao vai ser quase ausente para o trabalho que vimos fazendo atualmente as bandas, que som concertos, festivais e demais. Este ano nós já o temos planificado de umha forma distinta, e ainda menos mal que tínhamos trabalho avançado e lançamos o EP. Agora passaremos estes meses a ensaiar e trabalhar novos temas. Já estamos nisso, com o olhar posto em poder lançar um novo tema em finais de ano, para que assim nom fique tudo em saco roto com esta ‘movida’.
Ficamos atentas logo. Algumha cousa a acrescentar?
Muito obrigado por nos dar voz à gente que fazemos cultura e que estamos pelejando lado a lado com projetos, também como o vosso. Satisfai-nos muito que sigam existindo estes projetos. Do mesmo modo que custa muito trabalho e sacrifício manter os grupos populares de música em galego, sabemos que estes meios informativos também levam trabalho e esforço.