As redes sociais, a retranca e um projetor som as armas escolhidas pola Escola Unitaria, um espaço dedicado à formaçom que com a crise do coronavirus reconverteu as suas redes. Através das projeçons num prédio do compostelano bairro de Concheiros tornárom num espaço dedicado à crítica social. Por trás das mensagens que em poucos dias tivérom tanto sucesso estám a escritora Maria Touceda, que pensa as frases na sua casa em Cantábria, e Fernando Lema, desenhador gráfico e encarregado de projetá-las.
Quem está por trás da Escola Unitaria?
Começamos nós, mas agora já somos todos. Ainda que tivemos muitas críticas por parte dessa Compostela arcaica que ainda existe e representa melhor do que ninguém o El Correo Gallego, houvo muita gente que se sentiu identificada com as nossas frases e também começou a enviar-nos outras para projetar.
El Correo Gallego acusou-vos num artigo de “soezes” e recebestes várias visitas da polícia local. Chamar as cousas polos nomes neste país tem um preço?
Absolutamente. Eu entendo que o pessoal goste de sair às janelas aplaudir mas isso nom vai comigo. O Fer chamou um por um os vizinhos para perguntar se se importavam com que utilizasse o prédio de ecrám e todos digérom que nom tinham problema. Se nom gostas de projeçons, desvias o olhar. Com a retranca fas umha reflexom e convidas a pensar, é o melhor meio de expressom… Ademais utilizamos o projetor para defender e visibilizar causas coma a trans ou as famílias com crianças autistas, que eram insultadas por saírem para a rua com elas.
Com a retranca fas umha reflexom e convidas a pensar, é o melhor meio de expressom… Ademais utilizamos o projetor para defender e visibilizar causas coma a trans ou as famílias com crianças autistas, que eram insultadas por saírem para a rua com elas.
Começou a guerra com o El Correo Gallego. Denunciastes o seu modo de agir.
Desde que começamos a fazer projeçons telefonárom muitos meios para falar connosco. Do Correo nom telefonou ninguém, figérom o artigo em base a um suposto grupo de facebook que publica o mais rançoso e que ademais utiliza nomes falsos. Ao vermos um artigo tam ruim decidimos contra-atacar e expor as suas misérias mas com verdades: nom pagavam os trabalhadores, sei-no porque tenho amigos que trabalhavam ali. Todo o mundo na cidade sofreu esta folha paroquial.
El Correo representa umha Compostela aferrada ao franquismo que nom quer morrer e é claro, a Igreja, que é quem manda ainda na cidade.
As denúncias que refere a polícia local venhem das vizinhas ou dos poderes fácticos?
Fer recebe a polícia duas vezes no dia. Quando chegam à sua casa nom tenhem ordem judicial nem argumentos, mas dim-lhe que tem que deixar de projetar. Neste momento fala com o Concelheiro de Segurança, que nega ser ele quem envia a polícia e curiosamente dous dias antes estava a fazer petiçons para projetar, e com a associação de vizinhas do bairro que começou a apoiar-nos.
Quem é mais intocável na Galiza: Amancio Ortega ou Feijóo?
Eu achava que os dous, mas numha entrevista que figem para a Radio Galega, gravada, ponho de volta e meia a Feijoo durante um momento, por vender a saúde pública, e nom cortárom nada, a entrevista saiu na integra.
Amancio nom só é intocável, é salvador e homem do ano… Este senhor é um explorador laboral que casou muitíssimo sofrimento na Galiza, explora meninhos em todo o mundo e ademais é o maior defraudador de fazenda do Estado… Que pague o que deve e se calhar haveria camas nos hospitais e respiradores para todas!
Amancio nom só é intocável, é salvador e homem do ano… Este senhor é um explorador laboral que casou muitíssimo sofrimento na Galiza, explora meninhos em todo o mundo e ademais é o maior defraudador de fazenda do Estado… Que pague o que deve e se calhar haveria camas nos hospitais e respiradores para todas!
Há liberdade de expressom na Galiza?
É claro que nom, aqui ainda nom se superou o regime do 78. Nós projetamos feitos, verdades como punhos, e isto ainda molesta… tanto que aparece a polícia na casa para obrigar-nos a deixar de projetar sem ordem judicial.