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Lidia Filgueira e Carmen Pereira, camareiras de piso, pelejam para que se funde a Uniom Kellys Galiza para luitar polos direitos das trabalhadoras.Lidia leva seis anos trabalhando como camareira de piso em hotéis compostelanos. Um sector no qual a precariedade é cada vez maior. Decidiu, junto com várias companheiras, somar-se à convocatória da associaçom estatal de kellys- “que limpam”- e manifestarem-se no dia 25 de agosto.
Quais som as reivindicaçons das camareiras de piso?
Pedimos a nom externalizaçom do departamento de pisos, porque nos prejudica; também a reforma antecipada aos 61 anos. Que se reconheçam as doenças próprias do nosso trabalho como laborais e que se regule a nossa carga de trabalho. Normalmente, calculam os minutos que pode levar limpar um quarto sem ter em conta as suas características.
Qual é a situaçom das camareiras de piso na Galiza?
Mui precária. Muitos dos hotéis contratam empresas externas para as tarefas de limpeza. A nós contratam-nos por meses, às vezes por dias ou mesmo por horas. Reduzem-nos o salário até num vinte cinco por cento. A carga de trabalho também é maior. Nalguns hotéis tés que fazer vinte quartos em jornadas de oito horas ou mais, pagando a quatro com setenta e cinco euros netos a hora. Há hotéis que nom querem fazer nem fixas nem fixas-descontinuas. Quando fás um ano nom te querem renovar. Eu levo vários anos indo de hotel em hotel por isso mesmo. Há pessoas que levam trabalhando anos como extras e seguem a ser temporais.
É possível a conciliaçom?
É bastante complexa. Com a carga de trabalho que temos muitas vezes chegas à casa com poucas ganas de estar com as tuas crianças.
O problema é o medo. Se se soubesse que estamos sindicadas ou relacionadas com as kellys nom nos voltariam chamar
Que repercussons tem o vosso trabalho na saúde?
Sobrecarregamos os músculos e a nossa saúde vê-se deteriorada. É normal ter tendinite, a síndrome do túnel metacarpo ou epicondilite. Tés estas doenças e continuas a trabalhar porque o trabalho é temporal e ti tés que ganhar dinheiro. Muitas vezes vás medicada. Tenho trabalhado com dor de costas, mas tés medo de que nom te voltem chamar.
Ides organizar umha federaçom de kellys na Galiza?
Queremos fazer umha reuniom a finais de setembro para ver a possibilidade de organizar a associaçom e avaliar outras ideias. Eu penso em fazer umha cooperativa, ou umha empresa gerida pola associaçom de kellys, que se encarregue de contactar com os hotéis e de gerir as altas e as baixas, para eliminar às empresas externas e ganhar-lhes no seu próprio terreno.
Quais som as principais dificuldades que topades para organizardes-vos?
O problema é o medo. Se se soubesse que estamos sindicadas ou relacionadas com as kellys nom nos voltariam chamar. Há medo a ver-se prejudicada ou punida. Também há pessoas que aguentam todo, que dizem “mau será” ou “em todos os lugares é assim”. Conformam-se e seguem adiante.